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Empreendimentos apoiados pela Incubadora Social da UFSM seguem firmes após fim do processo

Em 2021, seis propostas aprovadas pela Pró-Reitoria de Extensão foram desincubadas, com resultados positivos



O suporte a pessoas e comunidades economicamente vulneráveis é fundamental para a evolução da sociedade. Dessa forma, a Pró-Reitoria de Extensão (PRE) da UFSM implantou, em 2012, a Incubadora Social – programa que tem como objetivo disseminar o conhecimento e formar indivíduos capazes de contribuir com o desenvolvimento do senso de humanidade a partir do apoio a pequenos empreendimentos de grupos que vivem à margem da sociedade.

Em 2021, as seguintes propostas aprovadas em 2016 pelo programa da PRE foram, enfim, desincubadas: a Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis Palmeira Verde, o Grupo dos Indígenas Guarani Mbya e Kaygang Ketaju Tegtu, a Associação Quilombola Linha Fão, a Associação Comunitária Remanescente de Quilombo Júlio Borges, a Associação de Arte e Cultura Negra Ará Dudu e o Grupo dos Agricultores Orgânicos da Região Central do RS.

Passado todo o processo, a análise é de que o apoio da UFSM às comunidades e associações foi essencial para que os empreendimentos pudessem se fortalecer e progredirem com seus objetivos.

A servidora responsável pela Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis Palmeira Verde, Jñana Gadea de Mello, precisou guiar o grupo até que houvesse concordância entre os integrantes na realização das atividades. “Como associação, eles não estavam trabalhando, e como grupo, eles não se reconheciam. O nosso trabalho foi bem primordial, no sentido de tentar fazer eles se reconhecerem e tentar mostrar os benefícios deles trabalharem em conjunto”, contou a representante institucional do projeto.

Do mesmo modo, a vice-presidente da Associação Comunitária Remanescentes de Quilombo Júlio Borges, Lucinda Fernandes, relembra como o suporte da Instituição auxiliou no crescimento da comunidade. “A aproximação da Universidade foi em 2016, quando a comunidade começou a ter seus primeiros atendimentos [pela Incubadora]. Mudou bastante, no caso, porque a comunidade teve oportunidades nas feiras, na Feicoop, e de conhecer, também, outras agroindústrias, para ter uma troca de experiência. Tudo isso foi através do apoio da Universidade”, declarou Lucinda em depoimento a documentário que pode ser assistido ao final do texto.

A Incubadora Social e o seu papel para a UFSM

Voltada ao apoio do público vulnerável, como empreendedores de periferia, a Incubadora Social tem o propósito de impulsionar os projetos de forma que consigam se tornar rentáveis aos seus idealizadores. Conforme explica uma das responsáveis pelo programa, a técnica em assuntos educacionais Elisandra Della-flora Weinitschke, “às vezes, tem um grupo, por exemplo, que faz artesanato e não consegue se organizar. Então, ele procura a Incubadora e recebe esse suporte. Caso queira criar um CNPJ, é encaminhado para um contador. Também são analisadas as demandas do grupo e se procura melhorar o planejamento e a organização interna.”

O processo completo dura, aproximadamente, três anos e é realizado em três etapas: pré-incubação, quando acontece a análise dos empreendimentos inscritos e a mediação entre a Universidade e os representantes; incubação, que é o próprio trabalho em cima das demandas dos grupos; e desincubação, quando as associações já se preparam para funcionar de forma independente. Devido à pandemia da Covid-19, o último ciclo, iniciado em 2016, precisou ser estendido em dois anos além do previsto.

Para participar, não é necessário que o grupo tenha qualquer tipo de vínculo com a UFSM nem mesmo um representante institucional, bastando inscrever o projeto na Incubadora Social.

O último edital foi lançado em 2021, e os empreendimentos nele inscritos estão previstos para serem desincubados em 2024. O próximo ciclo deve começar apenas após a finalização do processo atual.

Oportunidade a quem precisa de apoio

Sobre a relevância do programa para a UFSM, o pró-reitor de Extensão, Flavi Ferreira Lisboa Filho, destaca a importância de dar oportunidade a indivíduos que precisam de apoio para conseguirem trabalhar suas ideias, a fim de que se tornem rentáveis. “A Incubadora Social é capaz de agregar empreendimentos econômicos solidários e dar uma possibilidade para que esses empreendedores transformem os seus negócios sociais, gerem oportunidades de trabalho e renda para si e para outras pessoas. Isso, a médio e longo prazo, é transformador na vida desses empreendedores e das suas famílias. Então, o papel que a Incubadora Social cumpre é grandioso, porque ela permite uma vida com mais dignidade e qualidade de vida para as pessoas e seus familiares”, assegura o pró-reitor.

Assista ao documentário produzido pela PRE sobre os resultados de empreendimentos desincubados:

Texto: Pedro Pereira, acadêmico de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias 
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista

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