Para atender à necessidade de sanitizantes à base de álcool etílico (álcool gel, álcool glicerinado e álcool 70%), Colégio Politécnico e Universidade Federal de Santa Maria estruturam novo espaço com novos equipamentos e com a possibilidade de aumento da produção. No ano passado, com o início da pandemia, o álcool 70 começa a faltar no mercado, ao mesmo tempo em que a demanda para uso da Universidade aumenta. Diante dessa necessidade, a UFSM, por meio das Pró-Reitorias de Extensão, Infraestrutura e Administração, juntamente com a coordenação da Usina Piloto de Etanol do Colégio Politécnico, viabilizaram a estruturação física de um novo espaço já existente na UFSM e a compra de equipamentos específicos, reagentes e insumos para adequar a produção.
Antes da pandemia, a Usina Piloto de Etanol do Politécnico transformava as bebidas alcoólicas com alto teor alcoólico apreendidas pela Receita Federal em etanol combustível para abastecimento dos veículos da Instituição e uma pequena quantidade de álcool gel destinado ao Colégio Politécnico e Receita Federal. Nos primeiros meses, pela falta de álcool gel disponível, os servidores técnicos-administrativos do Colégio Politécnico Tatiane Codem Tonetto, Dejanir Pissinin, Cristiano Dotto e Daniel Pazzini, sob coordenação do professor Filipe Fagan Donato (coordenador da Usina), intensificaram a produção de álcool gel no laboratório de Farmácia do Colégio Politécnico, limitada aos equipamentos e insumos disponíveis.
Com a necessidade de ampliar a capacidade de produção, foi estruturado, com adequações necessárias, um novo laboratório na antiga central de resíduos com o objetivo de produzir sanitizantes de uso tópico e limpeza em geral. O álcool extraído da Usina Piloto de Etanol (com a colaboração dos servidores José e Cléo) é encaminhado então para o Centro de Pesquisa e Produção em Álcool (CEPPA) para ser transformado em gel ou glicerinado. A formulação de álcool glicerinado, produzida pelo Centro, foi liberada pela Anvisa tendo em vista a escassez do espessante carbopol, utilizado na formulação gel. Nessa forma, o álcool apresenta-se mais líquido mas há o mesmo poder de assepsia, já que a substância aumenta também o tempo de contato do álcool com as mãos. A glicerina utilizada no processo provém de doações da empresa Granol, situada na cidade de Cachoeira do Sul.
Cabe destacar que o álcool etílico utilizado como matéria-prima é resultado da destilação das bebidas alcoólicas apreendidas pela Receita Federal. Segundo o professor Filipe Donato, este processo gera um ganho ambiental, econômico e social, uma vez que transforma um resíduo líquido poluente em um produto extremamente útil e necessário para o enfrentamento da situação sanitária atual.
O projeto conta com o auxílio dos professores Neila Richards (Departamento de Tecnologia e Ciência dos Alimentos), Érico Flores, Edson Müller (responsável técnico) e Rodrigo Bolzan, do Departamento de Química da UFSM (Laboratório CEPETRO). Até o momento foram entregues mais de 9.750 litros de álcool (entre álcool 70 e 92%, glicerinado e gel) em doações para instituições públicas, projetos e autarquias, como departamentos na UFSM em Santa Maria e em Frederico Westphalen, na Unipampa, Receita Federal, hospitais, prefeituras (Cachoeira do Sul, Santa Maria), entre outros. Além dessas doações, no começo do mês de junho deste ano, em parceria com o Banco de Alimentos, foram realizadas doações de álcool glicerinado para famílias carentes, que receberam o material em conjunto com cestas básicas.
Texto e fotos: Assessoria de Comunicação do Colégio Politécnico