Nesta quinta-feira (29), Dia Internacional da Dança, o Mapeamento da Dança do RS completa um ano de seu lançamento. O levantamento pretende reunir dados para análise da cadeia produtiva da dança no Rio Grande do Sul e traçar um perfil do setor no estado. O mapeamento é fruto do trabalho de 19 instituições representativas do setor da dança no Rio Grande do Sul. O Grupo de Trabalho formado à época elaborou a pesquisa, no ar desde o Dia Nacional do Folclore, em 22 de agosto. O prazo para a coleta de informações encerra-se em 100 dias e a previsão é que o formulário esteja aberto para preenchimento até 9 de agosto, no link.
Os dados iniciais, colhidos até o momento, indicam a presença de profissionais da dança em 96 municípios de todas as regiões do Rio Grande do Sul, sendo que 10 municípios respondem por 63% da amostra. Santa Maria é a terceira cidade do estado em número de profissionais de dança, segundo a coleta inicial, com 6,4% dos trabalhadores da dança do Rio Grande do Sul.
Com o mapeamento, a sociedade gaúcha e o poder público poderão saber não apenas quantas pessoas vivem da dança no estado, mas onde estão localizadas, como são as relações de trabalho, situação de renda, entre outros aspectos.
O curso de Dança-Licenciatura da UFSM é uma das instituições responsáveis pela pesquisa. A UFSM é uma das cinco instituições no estado com graduação em Dança que participa do Mapeamento da Dança do RS. Para a coordenadora do curso, Neila Baldi, o mapeamento permitirá, inclusive, que se tenha ideia do campo profissional da cidade, de onde estão os egressos, assim como descobrir quem são os trabalhadores da dança que não têm graduação e podem ser potenciais estudantes dos cursos da Universidade.
Segundo as informações preliminares, mais de 70% dos profissionais do setor se identificam com o gênero feminino, número igual é de pessoas brancas e 46% atuam exclusivamente na dança como atividade profissional. Do ponto de vista econômico, o mapeamento mostra que cerca de 30% dos trabalhadores vivem com um salário mínimo e número semelhante com até dois salários mínimos.
Além de traçar um perfil socioeconômico e artístico, o mapeamento permitirá fazer um Raio-X dos impactos da pandemia para o setor. Mesmo no contexto das dificuldades trazidas pela Covid-19, 85% foram capazes de se manter em atividade, realizando lives, formação, participando de festivais e outras ações relacionadas com a dança. Mas para a maioria (70%), o ritmo das atividades se reduziu de forma significativa, o que representou para algumas pessoas uma suspensão completa das atividades – cerca de 15%. E do ponto de vista da renda, cerca de um terço das pessoas que responderam ao questionário afirmaram que estão tendo dificuldades de subsistência
pessoal. Confira outros resultados preliminares.
O mapeamento é uma demanda da comunidade da dança do estado e foi indicada como necessidade no Plano Setorial de Dança, de 2014, e no Plano Estadual de Cultura, de 2015.
Mais informações no site.
Fonte: Núcleo de Divulgação Institucional do CEFD