O primeiro dia do I Fórum Primavera da Articulação Floresta Viva: “(In)formar e Reflorestar”, na última segunda (23), contou com a presença de dois convidados que debateram a importância da informação e formação da opinião pública e articulações das questões socioambientais que envolvem os ataques sofridos pelos biomas florestais da Amazônia, Pantanal e Mata Atlântica.
Na primeira hora do evento, o jornalista Marcelo Canellas, convidado para a abertura do fórum, exibiu sua reportagem transmitida pelo Fantástico e premiada pelo Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, a mais tradicional premiação jornalística brasileira. Com o título “os defensores da floresta” a reportagem acompanha a operação da polícia na Amazônia que prendeu os dois líderes de um grupo acusado de invadir terras públicas e ameaçar os fiscais da floresta.
O jornalista também contou que neste ano, dedicou-se especialmente à denúncia do desmonte das políticas ambientais que fragiliza a Amazônia e coloca em risco a integridade e a sobrevivência dos povos indígenas.
“Precisamos dar voz ao novo entendimento da relação dos homens com a floresta e da economia com a floresta. Eu acho que há esperança de que as pessoas tenham em mente que a floresta precisa ser preservada. Esse evento aqui que vocês estão liderando, pode ser um embrião de algo mais amplo em defesa dos biomas brasileiros. É uma iniciativa que tem tudo para ganhar a simpatia da sociedade, desde que ela ganhe o debate público,” cometa Canellas.
Eduardo Malta Campos Filho, coordenador de projetos de restauração do ISA ( Instituto Socioambiental) de São Paulo, foi o segundo convidado do dia de abertura do fórum . Ele conta que trabalha disseminando o método da muvuca, que é uma mistura de sementes nativas florestais de diferentes ciclos de vida com sementes de adubação verde, semeadas após preparo do solo com maquinário agrícola. Também atua na organização dos grupos de coletores da ARSX (Associação Rede de Sementes do Xingu), além de outros grupos a partir da experiência do Xingu, como na região de Aracruz/ES, com índios Tupinikim e Guarani, coordenando a restauração ecológica na região.
O ISA é uma organização da sociedade civil brasileira, sem fins lucrativos, fundada em 1994, para propor soluções de forma integrada a questões sociais e ambientais com foco central na defesa de bens e direitos sociais, coletivos e difusos relativos ao meio ambiente, ao patrimônio cultural, aos direitos humanos e dos povos.
“A oportunidade das pessoas de entrarem na mata, juntar sementes e isso gerar renda é muito bom e como consequência as pessoas vão aprender mais sobre a mata, vão andar no próprio território, fiscalizando e conhecendo. Elas levam os jovens para conhecer e esses jovens aprendem sobre o território, sobre as plantas e seus usos, é um projeto muito virtuoso e de resistência”, finaliza Eduardo.
Sobre o Fórum
O Fórum é a primeira ação do projeto Articulação Floresta Viva, que abordará questões socioambientais, pluriculturais, multidisciplinares, internacionais, ecológicas e de diversidade para efetivação de projetos de reflorestamento nos biomas afetados pela destruição humana. O projeto conta com a participação das populações tradicionais das florestas e povos originários, instituições, organizações, governos, universidades e financiadores na produção de propostas e ações que permitam proteger a biodiversidade dessas florestas.
As atividades, promovidas pela Pró Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Santa Maria (PRE/UFSM) a partir do projeto Articulação Floresta Viva, continuarão acontecendo nos dias 24,2 5,26 e 30 de novembro e 1,2 de dezembro. Nesses dias de evento acontecerão palestras e mesas compostas por importantes formadores de opinião e ativistas do campo ambiental que desenvolvem projetos de reflorestamento nos biomas Pantanal, Mata Atlântico e Amazônico.
As palestras irão ser transmitidas no período da tarde em dois horários, às 14 e 16 horas pelo canal do Youtube da PRE .
Reportagem: Ana Júlia Müller Fernandes, bolsista da Agência de Notícias da UFSM.
Edição: Davi Pereira