Descobertas realizadas na última década revelaram importantes informações acerca dos dinossauros do período Triássico da região central do Rio Grande do Sul, os mais antigos dinossauros do mundo. Entretanto, alguns espécimes estudados anteriormente ainda permanecem obscuros ou pouco compreendidos. Este é o caso de Teyuwasu barberenai, um táxon (classificação científica) bastante problemático e conhecido apenas por ossos mal preservados de um membro posterior (perna). O material foi coletado em Santa Maria, no início do século passado pelo paleontólogo Friederich Von Huene, em uma de suas expedições pelos afloramentos fossilíferos da Formação Santa Maria, em rochas de cerca de 233 milhões de anos. Em 1942, Von Huene forneceu descrições de seus achados, bem como nomeou diversas espécies a partir deles. Somente em 1999, um fêmur e uma tíbia inicialmente atribuídos por Von Huene a um réptil pertencente à linhagem dos crocodilos, foram reexaminados e atribuídos a um possível novo dinossauro, batizado de Teyuwasu barberenai. Entretanto, desde sua nomeação Teyuwasu é considerado um táxon “duvidoso”, pois aparentemente não apresenta feições, além de outros fatores.
Em um estudo conduzido por Maurício Garcia, formando em Ciências Biológicas pela UFSM, Rodrigo Temp Müller, paleontólogo do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (Cappa), e Sérgio Dias da Silva (UFSM), professor do Departamento de Ecologia e Evolução da UFSM, os materiais pertencentes a este táxon são reavaliados. No artigo, que foi publicado nesta sexta-feira (5) no periódico Zootaxa, é sugerida a hipótese de que Teyuwasu barberenai na verdade poderia ser um espécime de Staurikosaurus pricei, um dinossauro carnívoro nomeado meio século atrás por Edwin Colbert.
Esta proposta taxonômica ainda deverá ser testada através de novos achados na região. O artigo em questão está disponível no endereço www.mapress.com/j/zt/article/view/zootaxa.4629.1.12.