Teve início na quinta-feira (3) e segue até o sábado (5) o 1º Encontro
Internacional de Produtores de Noz-Pecan, realizado nas cidades de Santa Maria e Cachoeira do Sul. O
evento, coordenado pelo professor Diniz Fronza e pelo pesquisador Marcelo Sulzbacher, é voltado para produtores, alunos e pesquisadores da área.
O primeiro dia do evento contou com curso de produção de trufas na Pecanicultura, com o esloveno Tine Grebenc e com Marcelo Sulzbacher, da UFSM, realizado no Salão Imenbuí; e com o 1º Curso de Fertirrigação na Nogueira-Pecan realizado no Brasil, com Humberto Nunes, de Sonora, México, e Diniz Fronza, da UFSM, que ocorreu no Centro de Convenções.
Na sexta, haverá treinamento sobre o manejo da cultura da Nogueira-Pecan e, no sábado, ocorrem atividades práticas em Cachoeira do Sul. A programação completa pode ser conferida aqui.
As trufas
A região central do Rio Grande do Sul é uma das principais regiões para a produção de nogueira pecan do país. Por meio da produção da nogueira, foi descoberto um fungo comestível que é muito utilizado na alta culinária européia. Esse fungo, a trufa, foi encontrado recentemente em Cachoeira do Sul.
O primeiro dia do 1º encontro contou com a presença do esloveno Tine
Grebenc, doutor e pesquisador do Gozdarski Inštitut Slovenije (Instituto
Florestal da Eslovênia), que ministrou o Curso de Produção de Trufas na Pecanicultura. Para Grebenc, existe uma perspectiva sobre o cultivo e desenvolvimento das trufas na região. Ele compartilhou orientações sobre diversos aspectos do cultivo. “O controle das plantas daninhas é importante para a manutenção na área do plantio, além dos cuidados com aeração e irrigação do solo, tudo isso pode contribuir para a propagação das trufas”, comentou.
Segundo o doutor em micologia e pesquisador do CCR Marcelo Sulzbacher, objetivo
do evento é a troca de experiências entre o cultivo e produção dessas Trufas na Pecanicultura.
“Conforme os conhecimentos e orientações repassados pelo Tine
Grebenc, referente a todo o processo de plantio e cultivo de trufas, aos poucos
estamos conseguindo introduzir a truficultura no Brasil, uma área nova na
agricultura brasileira, baseada na produção de trufas. As espécies estão
sendo testadas aqui na UFSM para verificarmos o melhor desenvolvimento para a produção das trufas”,
explicou.
O evento também contou com a presença do
chef de cozinha Paulo Machado, que realiza pesquisas sobre a gastronomia brasileira. Segundo o chef, que durante
o evento trouxe seus conhecimentos em relação à utilização das trufas na
culinária brasileira, a partir da sua disponibilidade na região é possível ter
uma valorização da culinária local. “As
características organolépticas, ou seja, o sabor da trufa enquanto um alimento
tão importante não só do ponto de vista
de ser um produto raro e caro, mas também com o teor de sabor que pode
acrescentar aos alimentos. A trufa deve ser sempre utilizada em pratos
simples como uma massa, um ovo frito ou até mesmo no arroz. Ela também pode ser
usada em embutidos, queijo colonial, azeite de oliva que pode virar azeite trufado. Os pratos do Sul, principalmente, casam muito bem com a cultura da trufa, então a partir do
momento que nós sabemos que conseguimos encontrar este produto aqui na região,
não só a trufa, mas também todos os tipos de fungos como os cogumelos
comestíveis, podemos agregar muito mais valor à comida local”, enfatiza o chef.
Texto e fotos: Luana Giazzon, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Edição: João Ricardo Gazzaneo