Na
última semana, a sala do Diretório Livre do Direito (DLD) da UFSM, localizada
no prédio da antiga Reitoria, no centro de Santa Maria, foi, novamente, alvo de
manifestações de ódio e preconceito. Desta vez, frases de cunho racista,
dirigidas a dois estudantes negros, foram escritas nas paredes da sala. O
episódio se soma ao caso anterior, registrado em agosto, quando uma suástica
havia sido desenhada no mesmo local, em apologia ao nazismo. Na quinta-feira
(21), a Universidade deu início à substituição e ampliação do sistema de
vigilância do prédio da Antiga Reitoria. O terceiro andar, onde está situada a
sala do DLD já conta com novas câmeras instaladas.
“Esta
é uma situação muito grave. Trata-se de um episódio explícito de racismo, de
intolerância, de ódio, que precisamos combater com todas as ferramentas que
estiverem ao nosso alcance, para excluirmos, definitivamente, do nosso dia a
dia atitudes como essa”, afirmou o reitor da UFSM, professor Paulo Afonso
Burmann, em entrevista ao programa Editoria 292, da Rádio Universidade, nesta
quinta-feira (21). Para o reitor, o ataque direcionado aos dois estudantes
negros foi também um ataque à Universidade e às políticas afirmativas de
inclusão. Lamentando o ocorrido, o reitor, contudo, garantiu que a Instituição
não pretende recuar em seu posicionamento no que se refere às ações afirmativas
de inclusão: “Estamos assumindo essa política por entendermos a sua importância
e por entendermos que a universidade precisa ser uma referência no que toca às
políticas de ações afirmativas e ações inclusivas”.
Burmann
relatou que esteve em contato com os dois estudantes mencionados nas frases de
ódio, colocando a estrutura da Universidade à disposição, principalmente para
atendimentos psicológicos e psicopedagógicos. Além disso, a UFSM vem
acompanhando e colaborando com as investigações conduzidas pela Polícia
Federal, visando à identificação dos responsáveis. “Conversamos com os dois
estudantes com a consciência de que não teríamos a solução imediata, de que
nada do que nós pudéssemos falar resolveria esse problema, então, o que podemos
fazer num cenário como esse é facilitar o processo de investigação, de
identificação do ou dos responsáveis para que possamos, a partir do inquérito
instaurado pela Polícia, chegarmos à responsabilização dos agressores”,
explicou o reitor.
No
âmbito administrativo, a Reitoria da UFSM acolheu uma denúncia registrada na
Ouvidoria e está instruindo a abertura de um Processo Administrativo e o
encaminhamento à Comissão Permanente de Sindicância e Inquérito Administrativo
(Copsia) para uma investigação interna preliminar. O reitor acrescentou, ainda,
que já estão sendo tomadas medidas para reforçar o sistema de vigilância no
prédio: “A antiga Reitoria já estava na iminência de receber um tratamento
desta ordem, mas esse episódio lamentável precipitou nossa decisão de instalar
lá um novo sistema de câmeras”.
Na quinta-feira (21), foram substituídas as
câmaras de vigilância do hall de entrada do prédio da Antiga Reitoria e
instaladas novas câmeras no prédio, inclusive no andar onde está localizada a
sala do DLD. De acordo
com o pró-reitor de Infraestrutura, professor Eduardo Rizzatti, a instalação ou
substituição de câmeras nos demais pavimentos deve ser finalizada até a metade
da semana que vem. As imagens serão transmitidas diretamente para a Central de
Monitoramento, onde já é feito o acompanhamento do sistema de segurança 24
horas por dia.
Com informações da Assessoria de Comunicação do Gabinete do Reitor