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Incubadora Social desenvolve ações com grupos vulneráveis



Com o objetivo de capacitar e
qualificar o trabalho realizado por grupos em vulnerabilidade socioeconômica, a
Incubadora Social da UFSM se prepara para executar as propostas selecionadas
pelo primeiro edital, mas agora sob um novo direcionamento.

Inicialmente constituída como um
projeto, em 2012, a
incubadora desenvolvia as atividades por meio de recursos captados via editais
externos. A partir de 2016, foi instituída como órgão de apoio da administração
superior,vinculado
à Pró-Reitoria de Extensão (PRE). “Isso nos dá segurança maior para atuarmos
junto aos grupos”, comemora a técnica em assuntos educacionais Adriana
Monfardini, da PRE.

O primeiro edital lançado pela Incubadora foi em 2016. Embora constasse que seis propostas seriam
selecionadas, os dez grupos inscritos foram escolhidos. Em abril, os projetos iniciaram
o período da pré-incubação, processo que se estenderá até 30 de junho. Depois
de cumpridas todas as etapas, os grupos passarão para a incubação propriamente
dita, com duração até 2020.

A seleção dos grupos inscritos no
edital foi feita pelo colegiado gestor, por meio de visitas às comunidades.
Essa ação objetiva conhecer as associaçõese averiguar se o que foi declarado na proposta submetida realmente
se confirma na prática. “Nós vimos que a realidade era um pouco pior do que
imaginamos. São comunidades bem fragilizadas do ponto de vista econômico e
social, e elas têm muitas expectativas em relação ao apoio da universidade”,
relata Adriana.

As propostas contempladas dizem
respeito a associações de agricultores(as) de produtos orgânicos,
artesãos(ãs), profissionais das
artes e associações pautadas na economia solidária. Cada grupo selecionado
designa um responsável institucional ou um servidor da UFSM para acompanhar as
atividades e fornecer todo o suporte necessário.

“Mulheres na Construção
Civil”

Uma das propostas selecionadas foi um
grupo de mulheres que trabalha na construção civil. De acordo com diagnóstico,
o grupo enfrenta dificuldades e preconceitos no desempenho das
funções. O fato de ser constituído por mulheres que, conciliam o trabalho
doméstico com o profissional, tende a agravar o cenário. “Nós
percebemos que elas têm dificuldade em se inserir no mercado, pois
normalmente são chamadas para fazer o trabalho e são remuneradas muito abaixo
do preço de tabela”, comenta Adriana.

Uma das proposições da Incubadora
Social é a constituição de uma cooperativa ou associação a fim de que o grupo
consiga se inserir no mercado de trabalho em condições dignas. Por meio dessa
organização jurídica, objetiva-se a inclusão de outras mulheres, para que seja
evitada a submissão a sessões de trabalho inadequadas.

“Associações Quilombolas”

Entre os projetos em período de
pré-incubação também estão duas associações quilombolas que trabalham com a
agricultura e estão localizadas em região isolada da comunidade, o que
dificulta o escoamento da produção. O trabalho da Incubadora Social é buscar
alternativas para que os quilombolas possam vender o excedente do que é
plantado, além de qualificar o trabalho já produzido.

Práticas que propõem
a transformação

O trabalho desempenhado pela Incubadora
Social varia de acordo com as demandas de cada grupo. “Eles não vêm
para a incubadora para aprender a fazer alguma coisa. Eles precisam qualificar
o que já fazem para se inserir no mercado em melhores condições. Às vezes, eles
precisam apenas legalizar a atividade”, comenta Adriana Monfardini, da Pró-Reitoria
de Extensão.

Todas as diretrizes e os procedimentos estabelecidos
pela Incubadora Social passam pelo consentimento do colegiado gestor, instância
máxima de atuação no órgão. A constituição do colegiado é considerada um ganho
significativo para a Incubadora, pois, por meio dele, há a representação
interna da UFSM, composta pelas unidades da instituição e a representação
externa, que engloba a comunidade.

A Incubadora Social auxilia a
Universidade a cumprir com o seu papel social, pois é um órgão que acolhe demandas
de parcela significativa da sociedade. “É uma maneira bem interessante de nós
atuarmos na realidade desses grupos. Eles esperam que a gente consiga
transformar a realidade desfavorável que todos eles vivenciam”, declara Adriana.

Texto: Gabrielle Coradini, acadêmica de
Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias

Edição: Maurício Dias

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