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Teatro Independente de Santa Maria vai a Portugal



Há um ano e meio foi criado o Teatro Por Que Não? (TPQN?), grupo composto por acadêmicos do curso de Artes Cênicas da UFSM. Em julho deste ano, o TPQN? fechou um contrato de parceria por dois anos com o Coletivo Chão de Oliva, da cidade de Sintra, em Portugal. Trabalho constante, amadurecimento e crescentes responsabilidades foram fundamentais para oficializar o projeto. O principal objetivo é permitir o intercâmbio cultural entre os grupos, assim como buscar a difusão de experiências teatrais das regiões.

Através de pesquisas e da visita ao site do grupo, o diretor artístico do Coletivo Chão de Oliva, João de Mello Alvim, descobriu os jovens santa-marienses. “O que mais me impressionou no TPQN? foi a escolha do repertório, a variedade de iniciativas, a força de vontade, a garra, do colectivo que se plasma no seu blogue.”, reforça João de Mello Alvim.

O Coletivo Chão de Oliva tem 20 anos e busca apresentar suas produções em locais periféricos. Assim, no caso de Portugal, o que não se localiza na capital de Lisboa é considerado “fora do eixo”. Já no Brasil, a principal área de atuação das artes é entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Além disso, João afirma que a ideia também é de trabalhar com grupos da língua portuguesa.

Após muitas conversas virtuais, formalizou-se o contrato entre julho de 2011 e julho de 2013. A parceria pode ser prolongada e prevê projetos em diversas áreas. Até agora, o que há de concreto é a ida do TPQN? a Portugal e a vinda do Chão de Oliva para o Brasil.

O grupo de Santa Maria reafirma a importância da produção independente, uma vez que esse contato só foi possível pela página da internet. Felipe Martinez completa: “hoje nossa melhor ferramenta e principal de visibilidade é a internet”.

Por Que Não apoiar?

O custeio de passagens para todo o grupo ir a Portugal é o que mais necessita de apoio. Assim, como nenhuma empresa tem vínculo formal com o TPQN?, eles conseguem parcerias para seus eventos. Além dessa iniciativa, o grupo dialoga com a Pró-reitora de Extensão (PRE), com o objetivo de conseguir algum incentivo da Universidade.

O Coordenador de Eventos e Difusão Cultural, professor Daniel Morales diz que fará o possível para concretizar o apoio da PRE para os alunos. A oportunidade do Teatro Por Que Não? “fecha exatamente com as intenções que temos de trabalho”, completa Morales. O vínculo estabelecido entre o grupo e o coletivo de Portugal representa a inserção da UFSM fora do Brasil. Logo, estima-se que o auxílio financeiro da Pró-Reitoria seja concretizado.

A campanha “Por Que Não em Portugal?” já foi lançada, e todo o dinheiro arrecadado na venda de bolsas, bottons e outros artigos produzidos serão destinados à compra das passagens. O Catarse – um site de arrecadação online – também já está no ar e procura receber doações vindas da rede.

Por Que Não surgir?

A faculdade de Artes Cênicas oferece duas habilitações: Interpretação Teatral e Direção Teatral. No início de 2010, a partir de dois espetáculos vinculados a um projeto acadêmico, o grupo oficializou sua formação. André Villaça, Aline Ribeiro, Cauã Kubaski, Deivid Gomes, Felipe Martinez, Juliet Castaldello, Luiza de Rossi e Rafaela Costa começaram a trabalhar juntos na produção, direção e atuação das peças O Abajur Lilás e Fim de Partida. A vontade de continuar com esses trabalhos fomentou o surgimento do grupo.

O acadêmico do 6° semestre de Direção e já formado em Interpretação, Deivid Gomes, comenta sobre a origem do grupo: “A gente pensou: já tem trabalho pra fazer. Quando vê, está todo mundo trabalhando junto. Então a gente se olhou e: por que não?”. A principal ideia de montar o grupo foi a de unir pessoas com o objetivo de exercer o aprendizado da academia. “A gente queria poder experimentar mais, não só como trabalho, mas como experiência de artista também. Enfim, produzir e levar seu trabalho”, completa o estudante do 6° semestre de Direção, Felipe Martinez.

De janeiro até junho de 2010, o Por Que Não? já tinha seu portfólio, um elemento importante para as apresentações em festivais. Juntamente com O Abajur Lilás e Fim de Partida, o grupo também conta com três monólogos: Gabriela, Cravo e Canela, Aquele que Diz e O Afogado Mais Lindo do Mundo. Assim, com cinco espetáculos no catálogo e conseguindo inserção em espaços como o projeto Treze: O Palco da Cultura, promovido pelo Teatro Treze de Maio, o grupo começou a ter reconhecimento por meio da participação em outros projetos.

O TPQN? além de participar do projeto VEM: Valor, Ética e Moral, em São Paulo, também já se apresentou em diversos festivais, como o Festival Nacional de Teatro de Goiânia e o Festival de Curitiba. Porém, a experiência no 23° Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau (FITUB) foi decisiva para a continuidade dos trabalhos. Deivid conta que lá ocorreu a grande transformação, em que eles viram ser possível pensar no trabalho coletivo e conseguir efetivar a ideia.

Promover a cultura e a produção independente

Desde o surgimento, a ideia da auto-produção é defendida e executada pelo grupo. Todos os integrantes têm em mente o papel de promotor cultural que o artista deve ter. Assim, após buscar oportunidades de apresentações em projetos e festivais, o TPQN? conseguiu, neste ano, criar dois eventos próprios. O Mosaico – amostra dos espetáculos do grupo – ocorreu em maio e foi um trabalho integral do grupo.

Em seguida, veio o (Pausa Dramática). Desde junho de 2011, o Teatro Por Que Não? se apresenta e também convida outros grupos independentes para leituras de textos teatrais. Juliet Castaldello comenta sobre esse processo: “Então, acho que no primeiro ano a gente mais foi se inserindo nas oportunidades e agora, este ano, foi uma evolução muito grande para o grupo, porque a gente criou coisas, criou eventos, planejou eventos que tivessem a nossa cara”.

O maior integrante do grupo

A autonomia financeira é um dos principais objetivos do trabalho independente. No Teatro Por Que Não? todos trabalham com essa dinâmica em mente.  O dinheiro recebido em eventos, bilheterias e apresentações é destinado à conta do grupo. O acadêmico do 6° semestre de Direção Teatral e já formado em Interpretação, André Gallarça conta que todos enxergam esse dinheiro como investimento, como possibilidade para gerir “novos movimentos”. Assim, todo o capital excedente, é destinado ao 9° integrante: o próprio Por Que Não?.

A estudante do 8° semestre de Interpretação, Luiza De Rossi analisa: “É como se a gente tivesse criado uma escola de produção, de vivência teatral e a gente pagasse por ela com nosso trabalho.”. O maior reflexo disso é o financiamento dos materiais de maquiagem, cenário, tudo financiado pelo caixa do grupo.

Como a maioria dos investimentos objetiva um retorno, o grupo também espera que seu trabalho renda lucros pessoais. Sobre isso, Deivid Gomes brinca: “Nós somos uns pais interesseiros, e o Por Que Não? é o nosso filho. A gente quer criar ele, cuidar dele, deixar ele fazer faculdade, tudo. Pra quando a gente ficar velhinho, ele cuidar da gente também.”

O trabalho artístico do TPQN? apresenta uma história inspiradora de determinação e vontade. Os 8 integrantes (ou 9) formam um coletivo disposto a desenvolver cada vez mais o teatro independente.

Para conhecer mais o Teatro Por Que Não? acesse o site.  O grupo também tem um perfil no Facebook para divulgar suas apresentações, clique aqui.

Repórter: 

Marina Martinuzzi – Acadêmica de Jornalismo.

Edição:

Lucas Durr Missau.

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