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Um HUSM de histórias e transformações



 

A fundação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), projeto ambicioso de um visionário chamado Dr. José Mariano da Rocha da Filho, originou uma fonte infinita de benefícios para a cidade de Santa Maria e sua população. O Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) foi um desses benefícios, e no decorrer de sua história estendeu a qualidade e o alcance de seus serviços para boa parte da região central do estado do Rio Grande do Sul.

A Faculdade de Medicina de Santa Maria foi fundada no ano de 1954. Até a implantação da UFSM, essa Faculdade esteve ligada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Os alunos experimentavam as práticas profissionais que os aguardavam no primeiro, e até então único, hospital de Santa Maria, o Hospital de Caridade Dr. Astrogildo de Azevedo.

No ano 1960, foi instituída a UFSM e as obras para abrigá-la foram dando forma ao sonho do Dr. Mariano. Uma das grandes obras era a que abrigaria o futuro HUSM. O grande espaço do campus destinado àquele prédio era um prenúncio do tamanho do investimento que a UFSM faria, ao longo de sua trajetória, no conhecimento de seus estudantes e na saúde da comunidade de Santa Maria.

 

Na década de 1950, a tuberculose começou a receber atenção especial das autoridades sanitárias brasileiras. Nesse sentido, em 1959, foram iniciadas em Santa Maria as obras do Hospital Regional de Tuberculose. Assim que a UFSM foi fundada e foi demonstrada pelo Dr. Mariano a intenção de construir nessa universidade um hospital escola que fosse referência no tratamento de um amplo leque de especialidades foi implementada a lei nº 3.958/61, que autorizava a UFSM a executar a obra do hospital. Foi criado, então, o Hospital Universitário Setor Centro (HUSC), conhecido pela comunidade como HU. 

As obras desse hospital setorial foram impulsionadas pelo Dr. José Mariano da Rocha Neto, no ano de 1969. A inauguração aconteceu no ano de 1970. Ele funcionou até 1982 no centro de Santa Maria, quando a distância dos departamentos de ensino da UFSM – localizados no campus em Camobi –, a grande demanda de atendimento e o reduzido espaço foram superados com inauguração do HUSM. A construção havia iniciado em 1961, juntamente com as obras que constituíam os demais setores da Universidade, mas uma longa pausa nessas obras acabou possibilitando a inauguração somente 21 anos depois.

 

Um hospital unificado

A inauguração oficial do HUSM aconteceu no dia 6 de outubro de 1982. O prédio que já abrigava o Hospital Psiquiátrico da UFSM – o primeiro hospital psiquiátrico instalado em um campus universitário na América Latina – desde 1972, foi recebendo o HU aos poucos.

Segundo Suzinara Beatriz Soares de Lima, atual vice-diretora de enfermagem do HUSM e professora do curso de Enfermagem da Universidade, a mudança começou em outubro de 1981 e foi concluída em julho de 1982.  Primeiramente foram transferidos os ambulatórios e as clínicas. A seguir, vieram os pacientes internados. Na sequência, mudaram-se o laboratório de análises clínicas e demais equipamentos. O berçário foi a última unidade a ser transferida. Essa transferência foi realizada com apoio das unidades do Exército Brasileiro sediadas em Santa Maria.

 

Uma testemunha, muitas histórias

A enfermeira Naura Sílvia Machado Coutinho foi formada pela Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora Medianeira (FACEM), mantida pela Sociedade Caritativa e Literária São Francisco de Assis – Zona Norte (SCALIFRA – ZN), atual Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), no ano de 1971. Quando a Universidade Federal de Santa Maria foi criada, a lei nº 3.834-C/60 determinou a agregação da FACEM à UFSM.

Assim, segundo nos conta a enfermeira Naura, a direção do recém inaugurado HU ofereceu bolsas de emprego para todos os formandos de enfermagem daquele ano. Os novos enfermeiros ingressaram no HU, em março de 1972, como bolsistas. Em setembro daquele mesmo ano, foi realizado concurso público que efetivou boa parte da equipe como funcionários públicos federais. Desde lá, a enfermeira Naura dedica seu trabalho ao HUSM.

Naura testemunhou toda a trajetória desse hospital, ela foi a primeira enfermeira do Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do HU – o primeiro de Santa Maria e do interior do Rio Grande do Sul. Para ela, “a história do HUSM sempre foi atravessada pela história do sistema de saúde brasileiro”. As evoluções, retrocessos e transformações ocorridas com o hospital são sempre implicações de processos maiores.

Naura estava presente quando uma junta de médicos estrangeiros instalou os equipamentos necessários para intervenções cirúrgicas cardíacas. O implante de um marca-passo que segundo ela hoje é um atendimento “quase feito em ambulatório” foi na década de 1960 um grande acontecimento para a cidade.

A enfermeira também enfrentou todas as dificuldades que a adaptação ao novo local de trabalho impôs, quando da integração do HU e do Hospital Psiquiátrico da UFSM em 1982. Segundo ela, uma delas foi a adequação do sistema de transporte. Os diferentes horários de funcionamento dos departamentos de ensino e do HUSM dificultavam o acesso ao hospital. Naquela época, chegar a Camobi era uma tarefa um tanto mais árdua.

As dificuldades foram sendo vencidas aos poucos, e o passar do tempo foi fator definitivo para a percepção do benefício trazido pela transferência. A ampliação do atendimento e da área de abrangência do HUSM demonstra a importância da iniciativa. Um levantamento, feito no ano de 2008, apontou que, a cada três meses, o HUSM realizava mais de 10 mil internações, cinco mil cirurgias, 1800 partos, 128 consultas ambulatoriais, quatro mil consultas no pronto-atendimento, 19 mil seções de fisioterapia e 730 mil exames.

Hoje, prestes a completar 29 anos, o HUSM se consolidou como referência no tratamento de inúmeras doenças na região central do estado. É um hospital que reúne em sua história o cumprimento de inúmeras missões, da prestação serviços de qualidade à comunidade à preparação de profissionais competentes para o mercado de trabalho.

Repórter:

Fernanda Arispe – Acadêmica de jornalismo.

Edição:

Lucas Durr Missau

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