A união da tecnologia com a educação tem se tornado algo recorrente na atualidade. Um exemplo disso aconteceu na manhã desta terça-feira (18), com a apresentação da metodologia BRaVE/COIL (Brazilian Virtual Exchange/Collaborative Online International Learning), durante um evento promovido pela Secretaria de Apoio Internacional (SAI) e voltado a docentes e estudantes, no Auditório do Colégio Politécnico.
BRaVE/COIL significa, em português, “Intercâmbio Virtual Brasileiro/Aprendizagem Internacional Online Colaborativa”. Essa metodologia busca a internacionalização do ensino por meio dos ambientes virtuais. Nesse sentido, o método permite que professores e acadêmicos se conectem e realizem trocas científicas entre instituições, sem que haja mobilidade física.
Apesar das conexões online já serem uma realidade cotidiana, a metodologia inova ao surgir como forma de democratizar e internacionalizar o ensino a países onde a mobilidade física seja limitada, além de promover a acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida e incluir indivíduos de baixa renda, incapazes de realizar o intercâmbio presencial.
Da palestra à prática
Durante o evento, foram realizadas palestras nas quais o público pôde aprofundar seus conhecimentos sobre a metodologia. A primeira exposição abordou o tema “A Virtualidade como Ferramenta de Cooperação” e foi ministrada pela professora e Coordenadora de Projetos de Ensino para a Internacionalização na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) Ana Luiza Pires de Freitas.
Em sua palestra, a pesquisadora apresentou a temática para a comunidade acadêmica da UFSM e discorreu sobre as vantagens, desafios e perspectivas da implementação da metodologia na Universidade. “A virtualidade se tornou uma ferramenta de democratização do acesso para as comunidades científicas e acadêmicas. Essa ferramenta surge para combater os desafios que impedem que uma pessoa esteja presente fisicamente e permite que o contato seja preservado”, afirma.
A professora ainda destacou que a pandemia ampliou a atenção das instituições de ensino para a metodologia, que além de inclusiva, encaixa-se como “uma potencial ferramenta de sustentabilidade, já que com o menos uso de transportes ajuda na redução da pegada de carbono”.
Posteriormente, a coordenadora do BRaVe na Universidade Estadual Paulista (Unesp) Ana Cristina Biondo Salomão palestrou sobre “O intercâmbio virtual e suas modalidades”. Em sua fala, a pesquisadora compartilhou a história da implementação da metodologia na Unesp e destacou a potencialidade dessa ferramenta nas diversas áreas do conhecimento. “Nós começamos o programa em 2018, na Unesp, na intenção de inovar e fazer com que os nossos estudantes se conectarem com outras instituições e pudessem desenvolver habilidades necessárias no mundo de hoje como língua estrangeira, adaptabilidade, softskills, questões interculturais, entre outras”, aponta.
A sessão de palestras encerrou com a fala do assessor chefe das Relações Exteriores da Unesp e Presidente da Associação Brasileira de Educação Internacional (FAUBAI), José Celso Freire Júnior, que abordou o tema “A institucionalização de programas de intercâmbio virtual – A experiência da Unesp”. “Nós estamos trazendo a nossa experiência de implementação na Unesp, que atualmente é a universidade mais desenvolvida nessas técnicas”, finaliza o palestrante.

Como será a aplicação na Universidade?
Na ocasião, ainda, estiveram presentes autoridades da Universidade, como a vice-reitora Martha Adaime, o pró-reitor de Graduação Jerônimo Tybusch e o secretário de Relações Internacionais da UFSM Paulo Bayard, responsável por idealizar o evento. Em seu discurso, Bayard destacou que a inserção da metodologia é “um momento histórico na Universidade, onde marcamos um passo importante na melhora da qualidade do ensino por meio da aplicação do BRaVe\COIL na UFSM”.
Conforme Bayard, a Universidade já iniciou o processo de implantação da metodologia. Para monitorar esse andamento, a vice-diretora do Centro de Artes e Letras Andreia Oliveira foi convidada pela SAI para assumir o cargo de coordenadora institucional do Programa COIL na UFSM. Dentro da Universidade, Andreia já desenvolvia projetos colaborativos entre instituições por meio do Laboratório Interdisciplinar Interativo (LabInter) e resolveu abraçar o desafio de desenvolver o programa na UFSM. “Nós já temos práticas de COIL na Universidade, mas elas são descentralizadas. Agora queremos, desenvolver um plano institucional para aplicar efetivamente esse programa”, explica. A coordenadora ainda destacou que as palestras do evento serão vitais para que as estratégias de aplicação e manutenção do programa sejam definidas.
A organizadora da ocasião e responsável pelo setor de comunicação da SAI Mariana Garghetti conta que inicialmente a apresentação da metodologia seria realizada em maio de 2024, porém, devido às enchentes que atingiram o Estado na mesma época, o adiamento foi necessário. “Felizmente nós conseguimos re-agendar e trazer os pesquisadores e suas metodologias para a UFSM. Esse é o primeiro momento do COIL na Universidade, então queremos dar um passo de cada vez e estar com a mente aberta para desenvolver futuras atividades, caso a comunidade ache pertinente”, explica Mariana.
Evento segue com Workshops pela tarde
Ainda nesta terça-feira, a partir das 14h30min, serão realizados workshops voltados aos conhecimentos expostos durante as palestras. Essas oficinas serão lideradas pelos palestrantes do evento e terão como objetivo demonstrar a aplicação prática do BRaVE\COIL.
A programação completa e mais informações do evento podem ser conferidas na página da SAI.
Texto: Pedro Moro, estudante de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Fotos: Camila Londero, estudante de Jornalismo e estagiária da Agência de Notícias
Edição: Pedro Pereira, jornalista