Na tarde da última quinta-feira (5), a Editora UFSM lançou oficialmente em Santa Maria o livro vencedor do Prêmio Tese UFSM de 2023, intitulado “Os sentidos do trabalho criativo”, no espaço da Livraria e Grife UFSM. A obra resulta da tese de doutorado defendida em 2022 pela jornalista Nathália Drey Costa no Programa de Pós-Graduação em Comunicação (POSCOM) da Universidade. O livro foi lançado na Feira do Livro de Porto Alegre, em novembro.
“Os sentidos do trabalho criativo” oferece ao leitor uma discussão sobre o trabalho criativo na atualidade a partir da compreensão acerca das mudanças, tanto culturais quanto comunicacionais, ao longo do tempo na área laboral. Ao tratar dos modos que reestruturaram as atividades no ambiente de trabalho, o público-alvo são jornalistas, editores, redatores, publicitários e acadêmicos de Comunicação Social. A autora definiu a sensação de “ver seu nome impresso na capa”: “é bastante emocionante por ser o reconhecimento de uma instituição que eu admiro bastante, da qual eu tenho orgulho de fazer parte desde a graduação, que é a UFSM”.
A tese de Nathália, orientada pela professora Liliane Brignol, indicada ao Prêmio Tese UFSM de 2023 como representante do Centro de Ciências Sociais e Humanas, após ser escolhida pelo POSCOM. Meses antes, o trabalho já havia sido finalista do Prêmio Tese promovido pela Compós, a Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação no Brasil. Foi por conta desta seleção, que abrange todo o território brasileiro, que a jornalista entendeu a capacidade de participar da iniciativa da Universidade.
A assessora de imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm) contou que a temática das percepções acerca do trabalho criativo sempre fez parte de sua vida, que participa de movimentos sindicais desde jovem. A ideia da temática ainda quando aluna de pós-graduação foi desmistificar a relação entre as atividades laborais e o prazer, muitas vezes inconscientemente conectadas pelas pessoas. “Eu decidi investigar esse tema por entender que a gente precisa olhar para o trabalho com uma perspectiva crítica, assim como para o trabalhador”, explicou.
O processo de transformação da tese em livro pela Editora UFSM durou cerca de um semestre. A revisora de textos Tagiane Mai afirmou que um dos pilares da iniciativa é tornar a leitura mais “palatável” ao público em geral, que não necessariamente está acostumado com a escrita acadêmica. “A gente tenta fazer críticas ao se colocar no lugar do leitor. Nós pensamos: ‘será que um leitor comum, que não está tão familiarizado, por exemplo, com os termos técnicos, vai entender o que a autora está falando?”, destacou.
Nathália disse que a vontade de escrever um livro sempre fez parte de sua vida. Quando era criança, ela criava as próprias histórias mas, com o passar dos anos e a chegada de outras obrigações, o sonho foi ficando distante. Com o Prêmio Tese UFSM, a possibilidade de tornou real e animadora – ainda mais levando em conta que, quando era estudante, integrou a equipe da Editora UFSM. “Quando entrei na Universidade, meu primeiro estágio foi no setor e, de repente, eu também tenho um livro. É um ciclo bem bonito. Não necessariamente um ciclo que se encerra, mas é um ciclo criado, que provoca sentimentos de orgulho e satisfação, além de mostrar as surpresas da vida”.
Prêmio Tese UFSM
O Prêmio Tese UFSM vencido pela jornalista, realizado em 2023, foi o primeiro da instituição. A ganhadora foi declarada durante a abertura da Jornada Acadêmica Integrada (JAI) daquele ano. A iniciativa ocorre em parceria com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPGP) e tem como objetivo valorizar a produção científica promovida entre as diferentes áreas da Universidade. O professor Enéias Tavares, diretor da Editora UFSM, relata a importância da diversidade cultural entre a comunidade.
“Há muita diversidade, são 20 anos desde que eu cheguei na UFSM, entre graduação, pós-graduação e agora a docência. A nossa instituição é imensa, são muitas áreas, e a gente não conhece tudo. O Prêmio também tem um propósito pedagógico, no sentido de apresentar à comunidade pesquisas feitas em outras áreas. É bacana para quem é do Centro de Artes e Letras, por exemplo, saber o que o pessoal do Centro de Tecnologia está fazendo”, garantiu.
Neste ano, não foi possível realizar o Prêmio Tese UFSM por conta das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul entre abril e maio. A Editora UFSM, por exemplo, perdeu aproximadamente 90% do estoque de livros com a catástrofe. Dessa forma, o setor deve discutir com a equipe da PRPGP em janeiro do próximo ano. Existe a possibilidade de que duas teses sejam declaradas campeãs.
Texto e fotos: Pedro Pereira, estudante de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Maurício Dias