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Escambo Solidário oportuniza a troca de resíduos orgânicos por plantas

O projeto desenvolvido pelo Comitê Ambiental da CEU tem como objetivo dar destaque às causas socioambientais dentro da universidade



A ideia do escambo consiste na troca de resíduos orgânicos ou recicláveis por plantas e outros materiais naturais, exclusivamente para moradores da CEU

No sábado (19), o hall do Restaurante Universitário (RU) I recebeu a 9ª edição do Escambo Solidário, evento promovido pelo Comitê Ambiental da Casa do Estudante Universitário (CEU). A iniciativa tem como objetivo estimular a preservação da natureza, através da troca de materiais recicláveis e resíduos orgânicos por plantas, adubo orgânico ou itens como ecobags e artesanatos. Entretanto, além do “escambo” em si, ocorreu uma feira estudantil de forma simultânea e foi realizada uma oficina de costura criativa.

O projeto é promovido semestralmente, com o próximo encontro previsto para ocorrer entre os meses de abril e maio de 2025. A proposta é desenvolvida junto ao Setor de Atenção Integral ao Estudante (Satie) da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae). A estudante Nadyanni Andres, da Licenciatura em Ciências Biológicas, é a coordenadora-geral do Comitê Ambiental.

Idealizadora do Escambo Solidário, a estudante destaca que o ponto mais interessante do evento é o seu caráter social, unido ao fator da sustentabilidade. “O mais legal, na minha percepção, é poder trabalhar com a questão do cuidado ambiental, estimulando o correto gerenciamento dos resíduos, o que traz uma série de benefícios para a natureza. A gente acaba diminuindo a emissão de carbono, é muito importante em termos práticos, mas, associado a isso, estamos cuidando das pessoas que estão cuidando da natureza”, afirmou.

Comitê Ambiental e a prática do escambo

Não é apenas durante os eventos que o escambo acontece. Semanalmente, nas terças e quintas-feiras, das 14h às 17h, e aos sábados, das 9h às 11h, moradores da CEU podem fazer a troca de materiais por produtos do Comitê Ambiental, na sala do setor, localizada no bloco 11. Segundo Nadyanni, a razão por trás do trabalho, que surgiu na pandemia, é a possibilidade de fazer a universidade um lar melhor para os acadêmicos.

Evento aconteceu no último fim de semana, no hall do RU I, com a coordenação da estudante de Nadyanni Andres (à dir.)

“A grande motivação do projeto foi oferecer plantas para as pessoas da Casa do Estudante, porque eu percebi, de uma forma bem particular e bem empírica, que a conexão com as plantas melhora o nosso bem-estar, melhora os ambientes”, garantiu a coordenadora. A ideia surgiu com a vontade da aluna de Ciências Biológicas de beneficiar a maior parte dos cerca de 2.400 residentes.

O plano, contudo, não era simplesmente presentear os moradores da CEU 2. “Não queríamos apenas entregar as plantas, queríamos receber algo em troca também. Nós temos um grupo de estudantes que se cadastrou no projeto e, nesses três anos, tem trazido resíduos orgânicos todas as semanas para a gente fazer a vermicompostagem. O pessoal traz um ‘baldinho’ com os resíduos orgânicos, a gente pesa o volume e vai somando ao longo de todo o semestre para, ao final, nós contabilizarmos quantos quilos foram entregues pelos moradores”, explicou Nadyanni. Atualmente, 40 pessoas fazem o escambo e, ao todo, mais de 3.300 quilos de resíduos orgânicos já foram recebidos pela iniciativa.

Durante a pandemia, como o RU se encontrava fechado, os moradores da CEU seguiam tendo acesso à alimentação com a entrega das refeições em recipientes de isopor. Uma vez que é um material difícil de ser reciclado, foi papel do Comitê Ambiental cuidar da tarefa. “Fizemos uma série de orientações para o pessoal higienizar, separar direitinho. Nós reutilizamos as embalagens como camada de drenagem para os nossos vasos, algo muito importante na jardinagem”, contou. Depois, com o excesso de materiais, o volume excedente começou a ser encaminhado para associações habilitadas para a Coleta Seletiva Solidária na UFSM.

O Comitê Ambiental integra o Programa de Educação Socioambiental da UFSM, gerenciado pelo Jardim Botânico, e conta com o apoio de diversos parceiros, além do Satie/Prae. São eles: Grupo Temático Segurança Alimentar e Nutricional, Observatório de Direitos Humanos, Colégio Politécnico, Colégio Estadual Professora Edna May Cardoso e Penitenciária Estadual de Santa Maria.

Aluna do curso de Pedagogia, Hellen Volz vende “amigurumis” na Feira Estudantil que acontece junto ao Escambo Solidário

Nadyanni denota uma evolução significativa no Escamo Solidário. “A nossa ideia inicial era trocar só resíduos orgânicos por plantas e começamos a visualizar outras possibilidades a partir disso. Percebemos a grande potencialidade de ensinar as pessoas a gerenciarem corretamente todos os tipos de resíduos, sejam os recicláveis, os orgânicos, o óleo de cozinha… É um grande processo de educação ambiental e tudo isso em troca de plantas. Com certeza, superamos as nossas expectativas com o projeto”, afirmou a coordenadora-geral.

Ao todo, a iniciativa tem uma estimativa de já ter recebido mais de 50 litros de óleo de cozinha. No evento do fim de semana passado, inclusive, os materiais entregues pelos participantes foram capazes de encher um contêiner inteiro de resíduos recicláveis.

Feira

O Escambo Solidário foi realizado concomitantemente à Feira Estudantil, em que acadêmicos residentes da CEU 2 puderam divulgar seus trabalhos. “A gente viu que seria possível compartilhar o hall do RU I com essas iniciativas estudantis, também estimulando a galera a empreender. Percebemos que o espaço tinha potencial para os alunos estarem vendendo seus artesanatos e conquistando, de certa forma, uma independência financeira, porque nós estudantes precisamos de dinheiro”, explicou a coordenadora do Comitê Ambiental.

Entre os expositores estava Hellen Volz, estudante do curso de Pedagogia e idealizadora da Arte da Girafa, projeto que consiste na confecção de “amigurumis” – bonecos de tricô e crochê com formato de bichos de pelúcia e animais – para encomendas. Ela realiza a atividade desde 2020, embora tenha começado a vender os itens há somente um ano, e revela que o Escambo Solidário é o único evento em que consegue participar para divulgar seu trabalho.

“Aqui é um lugar muito bom, porque circula o pessoal. A pessoa até pode não comprar hoje mas conhece, segue, faz uma encomenda. Nós também conseguimos interagir com outros vendedores. Essa socialização também é importante. Aqui é um lugar onde a gente se sente seguro, nos sentimos tranquilos. São poucos os espaços que propõem esse mesmo tipo de iniciativa. Quem projeta esses encontros tem uma visão sobre os estudantes. Nós precisamos desses espaços, nos dá autoestima em relação ao nosso trabalho”, comenta.

É possível acompanhar as ações do Comitê Ambiental por meio do Instagram e do Facebook.

Texto: Pedro Pereira, estudante de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias

Fotos: Gustavo Leme, estudante de Produção Editorial e bolsista da Agência de Notícias

Edição: Lucas Casali

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