Encontros, oficinas, palestras e visitas às comunidades: todas essas ações fazem parte de projeto de extensão voltado ao letramento cultural e ao respeito à diversidade em ambientes acadêmicos. Coordenado pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) da Universidade Federal de Santa Maria, o projeto de extensão “Cultura Educa” trata de temas que impactam na vida dos estudantes, como opressão, racismo, xenofobia e preconceito contra a diversidade LGBTQIAPN+. O projeto tem apoio do Observatório de Direitos Humanos (ODH), da 8ª Coordenadoria Regional de Educação, da Secretaria de Educação de Santa Maria e da escola de samba Vila Brasil.
A líder do “Cultura Educa”, a coordenadora adjunta da Prae, a pedagoga Cassiana Marques, conta que a motivação surgiu a partir da escuta de relatos de casos de preconceito e discriminação no ambiente universitário. A proposta visa ressaltar as singularidades de cada cultura, destacar a importância de conviver com as diferenças, estimular o debate inclusivo e respeitoso, e promover a mudança social a partir da diversidade.
Para Cassiana, a educação implica em envolver estudantes na construção de um ambiente mais acolhedor e plural. Por isso, o “Cultura Educa” também se preocupa com a formação de professores. “Precisamos formar os docentes para que eles levem para dentro das escolas a questão da diversidade”, comenta.
Sobre a metodologia, a coordenadoria afirma: “A metodologia se adequa de acordo com a cultura dos grupos abordados no projeto. Por exemplo, ao trabalhar a educação física em uma aldeia indígena, a ação busca respeitar a realidade de cada grupo”.
O projeto de extensão tem 17 integrantes, incluindo estudantes de outros estados e países. Os acadêmicos ajudam a trazer a diversidade cultural para cada encontro e abordar cada assunto abordado de forma representativa: “É o indígena falando sobre sua cultura, a estudante trans comentando as questões de gênero, o estudante estrangeiro contando sua cultura e suas experiências”, pontua.
Além de encontros, o “Cultura Educa” promove oficinas, como a de turbantes e tranças afro, e visitas para conhecimento das realidades, como as realizadas nas comunidades quilombolas em Restinga Seca e em Nova Palma. “É uma oportunidade que eles (os integrantes do projeto) têm de vivenciar experiências em Santa Maria”, comenta.
Para 2025, o Cultura Educa deve ampliar o número de participantes e se voltar para ações no campus e em escolas municipais.
Os encontros abertos à comunidade em geral são quinzenais, a nas quintas-feiras das 11h às 12h, ocorrem na Sala de Reuniões da Prae, no ´prédio 48D, no campus sede.
Texto: João Pedro Sousa, acadêmico de jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Maurício Dias
Foto: PRAE/UFSM