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Pesquisadores da UFSM são contemplados no Prêmio O Futuro da Terra

Premiação valoriza iniciativas que promovem a produtividade do agronegócio e a preservação ambiental no campo



foto colorida horizontal de seis pessoas, 4 homens e 2 mulheres, em pose oficial. 3 homens seguram certificados. Ao fundo um palco iluminado
Professores da UFSM agraciados com o troféu: Gustavo Brunetto, Eduardo Furtado Flores e Mauro Valdir Schumacher (da direita para a esquerda)

A 28ª edição do Prêmio O Futuro da Terra contemplou pesquisadores e profissionais de diferentes áreas do agronegócio, incluindo três professores da UFSM. A seleção destacou o trabalho de quem tem contribuído para o desenvolvimento do agronegócio e a preservação ambiental no Rio Grande do Sul. A premiação foi entregue na noite desta segunda-feira (26), durante a Expointer 2024, no Parque de Exposições de Esteio.

O Prêmio é realizado em parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e o Jornal do Comércio. Neste ano, os contemplados foram divididos em cinco categorias: 1) Prêmio Especial; 2) Cadeia de Produção e Alternativas Agrícolas; 3) Inovação e Tecnologia Rural; 4) Preservação Ambiental; e 5)  Startup do Agronegócio. Ao todo, 11 pesquisadores foram contemplados.

Das cinco categorias, a UFSM teve três profissionais agraciados – um deles, por meio do Prêmio Especial. 

Prêmio Especial

Professor titular do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da UFSM, Eduardo Furtado Flores conquistou o Prêmio Especial desta edição de O Futuro da Terra. Este é um reconhecimento por todo o trabalho realizado pelo pesquisador ao longo dos anos na formação de médicos, veterinários, mestres e doutores em Medicina Veterinária, que atuam no setor do agronegócio, principalmente na parte sanitária, com foco especial em epidemiologia e imunologia. Ele também pesquisa e desenvolve vacinas que dão suporte ao produtor rural.

O prêmio homenageia o conjunto da obra do pesquisador, focando em sua trajetória ao longo dos anos. Para Eduardo, esse reconhecimento é um indicador de que seu trabalho está no caminho certo: “esse reconhecimento para mim foi muito bom porque demonstra, ou pelo menos sugere, que toda a nossa trajetória, ao longo dos anos, tem sido no caminho certo e nos encoraja”. Formado pela UFSM em 1989, soma 35 anos de docência e trabalho. Sua contribuição para o desenvolvimento de pesquisas sanitárias no setor do agronegócio está entrelaçada com a história da Universidade.

Nos últimos cinco anos, colaborou em diversas pesquisas e diagnósticos de coronavírus, sendo, até hoje, membro do Comitê Científico assessor do governo do RS no combate à Covid-19. Também foi coordenador da força-tarefa da UFSM para diagnóstico molecular da Covid-19 entre os anos de 2020 a 2022. Estes trabalhos possibilitaram que cerca de 45 mil testes em pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) fossem realizados na Região Central.

Confira a entrevista que o professor Eduardo Furtado Flores concedeu ao jornalista Gilson Piber, do programa Editoria 107.9, e saiba mais sobre sua trajetória:

Categoria Cadeia de Produção e Alternativas Agrícolas

Gustavo Brunetto é um dos contemplados da categoria Cadeia de Produção e Alternativas Agrícolas deste ano. Professor associado 3 no Departamento de Solos da UFSM e orientador no mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo (PPGCS) da Universidade, Gustavo desenvolve pesquisas em calagem, adubação e nutrição mineral de plantas, com ênfase em frutíferas, há mais de 20 anos. Como resultado de seu trabalho e sua atuação no Departamento de Solos, onde coordena o Grupo de Estudos de Predição de Adubação e Potencial de Contaminação de Elementos em Solos (Gepaces), desenvolveu novas tecnologias, como a criação de softwares para estimar o estado nutricional de plantas, sendo algumas delas: CND-uva, CND-uva Farroupilha, CND-pessegueiro, CND-maçã, CND-citrus de mesa, CND-pêra, entre outros. Todos esses resultados podem ser acessados gratuitamente no site do Gepaces. Em 2022, esteve entre os cientistas mais influentes do mundo, segundo levantamento da Universidade de Stanford em parceria com a Editora Elsevier BV.

Gustavo destaca que a premiação representa um reconhecimento ao trabalho que o grupo de pesquisa que coordena, o Grupo de Estudos de Predição de Adubação e Potencial de Contaminação de Elementos em Solos (Gepaces), junto com vários colaboradores vinculados à UFSM e a outras instituições públicas, tem realizado ao longo das últimas décadas. Além disso, para o pesquisador, esse também é um reconhecimento aos estudos que “permitem a geração de vários conhecimentos, que estão sendo divulgados e ajudam os agricultores a melhorarem as suas práticas de manejo em cultivos. Isso tem permitido o aumento da lucratividade do agricultor, com preservação ambiental, e faz com que ele permaneça na sua propriedade, evitando o êxodo rural”.

O grupo de pesquisa Gepaces atua na produção de estratégias para diminuir poluições e contaminações em plantas e no ambiente, além de contribuir na seleção de espécies e cultivadores mais eficientes na absorção de nutrientes, permitindo que se use de forma mais eficientes alguns fertilizantes e, assim, aumentar a produtividade de cultivos e melhorar a qualidade dos alimentos. “A difusão do conhecimento à sociedade é fundamental, pois mostra aos interessados o conhecimento geral, como ele pode ajudar a vida das pessoas. Mas também é uma oportunidade para observar os problemas presentes na sociedade, que podem ser temas de pesquisas futuras”, finaliza o pesquisador.

Na última semana, Gustavo Brunetto conversou com Gilson Piber, no Editoria 107.9. Ouça a seguir a entrevista:

Categoria Inovação e Tecnologia Rural

Contemplado na categoria Inovação e Tecnologia Rural, Mauro Valdir Schumacher é professor titular do Departamento de Ciências Florestais da UFSM, atua na graduação e pós-graduação em Engenharia Florestal e coordena o Laboratório de Ecologia Florestal do Departamento. O prêmio é resultado de cerca de 28 anos de trabalho, quando graduou-se em Engenharia Florestal pela UFSM. Seus trabalhos e pesquisas envolvem a qualificação de conhecimentos de ecossistemas florestais. Analisa os impactos nos campos e florestas a partir de plantações de árvores, como eucaliptos e pinus, monitora a manutenção de biodiversidade nestes espaços e busca aprimorar estudos de preservação e qualificação do solo. 

Mauro Valdir destaca que esses estudos e pesquisas demandam bastante tempo, tecnologia e equipamentos, que permanecerão no campo durante anos a fim de monitorar a medir diferentes variáveis que afetam a natureza. Por isso, receber este destaque no Prêmio O Futuro da Terra é uma forma de reconhecimento por todo o trabalho desenvolvido ao longo dos anos e um motivo para continuar desenvolvendo pesquisas e trabalhos na área florestal.

Atualmente, Mauro Valdir desenvolve, juntamente com seu grupo de pesquisa, um coletor de deposição atmosférica que permite analisar e quantificar reposições atmosféricas tanto fora quanto no interior das florestas e plantações. O coletor é feito 100% na UFSM e é produzido em impressora 3D, a partir de materiais não contaminantes.

O jornalista Gilson Piber conversou com o professor Mauro Valdir a respeito do Prêmio na categoria Inovação e Tecnologia Rural e sobre a importância do seu trabalho para o monitoramento e desenvolvimento do campo. Confira:

Saiba mais sobre o Prêmio

Desde 1997, o Prêmio O Futuro da Terra ocorre anualmente e destaca cientistas, pesquisadores, agricultores, instituições e empresas que têm contribuído para o desenvolvimento do agronegócio e da preservação ambiental no estado do Rio Grande do Sul, a partir de práticas inovadoras e sustentáveis. Ao todo, a partir das cinco categorias de contemplados, o objetivo é homenagear os trabalhos desenvolvidos e potencializar novas práticas. Saiba mais sobre cada uma das divisões:

– Prêmio Especial: concedido a um pesquisador com méritos por sua contribuição para o avanço de conhecimentos em alguma área do agronegócio. É um prêmio pelo conjunto da obra do profissional;

– Cadeia de Produção e Alternativas Agrícolas: contempla iniciativas que saem do lugar comum da produção, além de projetos que tratam a produção ao longo de toda sua cadeia, com pesquisas para melhorar tanto a produção quanto o manejo e beneficiamento. Aqui, são relevantes as alternativas agrícolas e a relação da cadeia produtiva;

– Inovação e Tecnologia Rural: novos sistemas, técnicas ou equipamentos que contribuem para melhoria da produção e da produtividade rural. Nesta categoria, podem ser agraciados tanto pesquisadores como os empreendedores tecnológicos e os produtores rurais que aplicam a tecnologia desenvolvida na pesquisa;

– Preservação Ambiental: premia projetos que se destacam por aliar produção e preservação, seja na produção de animais, de vegetais e de minerais. Nesta categoria, podem ser contemplados os agentes antes da porteira, dentro da porteira e fora da porteira que enfocam a preservação ambiental;

– Startup do Agronegócio: nesta categoria, são premiadas jovens empresas que estejam trazendo ao agronegócio novos produtos ou serviços inovadores. 

Confira a lista de todos os premiados e mais informações no site da Fapergs.

Texto: Andreina Possan, estudante de Jornalismo e voluntária na Agência de Notícias
Fotos: Divulgação

Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista

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