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Fuzileiros navais conhecem robôs com aplicações militares e outros projetos na UFSM

Os robôs que receberam a atenção dos representantes da Marinha têm a capacidade de disparar armas de fogo



A UFSM recebeu a visita, no dia 3 de julho, de dois representantes do Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais (CTecCFN) da Marinha do Brasil: o capitão de corveta Douglas Fabichak Junior e a primeiro-tenente Marianne Melo Monnerat. A vinda de ambos até Santa Maria está inserida no contexto do protocolo de intenções assinado em 2022 entre a Marinha, a UFSM e a Universidade Federal de Goiás, visando ao desenvolvimento de projetos em conjunto. Em um primeiro momento, a robótica tem sido a área em que essa parceria mais avançou. Representando a instituição de ensino goiana, o professor Sólon Bevilacqua, que também esteve presente na comitiva, coordena o desenvolvimento de um robô expedicionário. Nesse sentido, é natural que dois dos projetos que mais chamaram a atenção dos fuzileiros navais na UFSM sejam também robôs com aplicações militares. Esses robôs são conhecidos pelos nomes de Spear e Sniper.

A comitiva conheceu o projeto do robô Spear, que estava equipado com uma arma de airsoft, réplica de um fuzil AR-15

Spear – Os professores Anselmo Rafael Cukla e Daniel Fernando Gamarra, ambos do Departamento de Processamento de Energia Elétrica, atuaram como anfitriões e guias para os representantes da Marinha na UFSM. Gamarra tem orientado o desenvolvimento do robô sentinela Spear, que na ocasião estava equipado com uma arma de airsoft, réplica de um fuzil AR-15. Graduado em Engenharia da Computação e mestrando em Ciência da Computação pela UFSM, Vinícius Schreiner tem atuado no desenvolvimento do robô desde 2016. O projeto faz parte do Garra – Grupo de Robótica Aplicada.

Vinícius informa que o Spear (cujo nome quer dizer “lança”, em inglês) é um robô de segurança que pode ser equipado tanto com armas letais como não letais. A partir de uma rede neural de inteligência artificial desenvolvida pela própria equipe do projeto, ele é capaz (através de uma câmera com zoom, sistema de visão noturna e radar) de identificar e seguir alvos, sejam eles constituídos por pessoas – podendo diferenciar indivíduos – ou objetos (como carros, aviões e navios). O robô também pode operar de forma autônoma, ou controlado por uma pessoa, por meio de um joystick.

Embora equipado com toda essa tecnologia, Schreiner ressalta que a estrutura principal do Spear, feita de aço, é toda de material reciclado, e que os motores foram também adaptados, pois faziam parte de impressoras descartadas. Entre os poucos materiais que tiveram de ser comprados para o robô, estão a sua câmera e os microcontroladores. E, embora as aplicações para as áreas militar e de segurança sejam as mais óbvias, o Spear pode ter outras utilidades. Ele poderia ser usado, por exemplo, no controle de multidões e na prevenção de ações violentas, pois sua rede neural é capaz de reconhecer armas.

Sniper – Como o próprio nome já diz, o Sniper (palavra que significa “franco-atirador”, em inglês) é também um robô projetado para o disparo de armas de fogo. Ele começou a ser desenvolvido em 2021, como uma derivação do Spear, e está hoje em sua 5ª versão. O Sniper é o resultado do Trabalho de Conclusão de Curso de Ricardo Schirmer, que é graduado em Engenharia de Controle e Automação e mestrando em Engenharia Química na UFSM. O desempenho do robô pode ser conferido no vídeo abaixo, equipado com uma pistola Taurus 9 mm.

Schirmer informa que se trata de um robô modular, que já passou por várias adaptações, realizadas de acordo com sugestões feitas por diferentes unidades das Forças Armadas brasileiras com as quais entraram em contato. Também é equipado com inteligência artificial capaz de identificar e seguir alvos (com foco nos olhos, braços e mãos do indivíduo), contando ainda com lente de aumento, mira a laser, um sistema de engrenagem e rolamentos capaz de absorver o “coice” gerado pelo disparo da arma e um sensor de ângulo e distância do alvo, que calcula a parábola formada pela trajetória da bala. O robô também pode ser adaptado para transporte por carros ou drones.

Realizado sob a orientação dos professores Anselmo Cukla e Marcelo Zanetti, atualmente o projeto faz parte do Gedai – Grupo de Estudos Avançados e Interdisciplinares em Engenharia Aeroespacial, Computação, Física Teórica e Telecomunicações. Junto ao projeto do robô Sniper, atua também uma equipe de colaboradores formada por técnicos e alunos de graduação e pós-graduação nas áreas de engenharia e computação.

Outros projetos – Além dos robôs Spear e Sniper, os fuzileiros navais tiveram a oportunidade de conhecer outros projetos de pesquisa na UFSM, como o Sistema Integrado de Simulação Astros (desenvolvido em parceria com o Exército) e um projeto de geração de energia elétrica a partir do hidrogênio verde. Os militares também visitaram a Reitoria, onde foram recebidos pela vice-reitora Martha Adaime. Posteriormente, foi organizada uma visita aos laboratórios e instalações do Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE), aos laboratórios de grupos acadêmicos da área da Química – incluindo o Centro de Estudos em Petróleo (Cepetro) – e ao Laboratório NB-3 de Neuroimunologia, entre outros.

Texto: Lucas Casali

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