Entre sexta-feira (12) e domingo (14) acontece a 30º Feira Internacional do Cooperativismo e da Economia Solidária (Feicoop), em Santa Maria. Ao longo dos dias, a UFSM marca presença através de diversas atividades e iniciativas, como empreendimentos, oficinas, cursos e seminários, como o “Mudanças climáticas e os desafios na reconstrução de sistemas alimentares sustentáveis”, que teve início logo no primeiro dia da Feira.
No domingo, a participação da UFSM encera com o seminário Solidariedade Real e Radical para Enfrentar as Injustiças Climáticas – Aliança Preta, Indígena e Popular na Luta por Terra e Território, às 14h no Lonão Democracia. Às 18h será realizada a cerimônia de encerramento da Feira que, neste ano, além de ser mais uma vez referência em economia solidária com seu modelo consolidado, se torna inspiração para uma reconstrução sustentável.
Mudanças Climáticas em Pauta
A importância de reconstruir de forma diferente, com foco na sustentabilidade e inclusão social, foi destacada desde a abertura do evento, com o seminário “Mudanças climáticas e os desafios na reconstrução de sistemas alimentares sustentáveis”, onde participaram o reitor da UFSM, Luciano Schuch, o pró-reitor de Extensão e mediador, Flavi Lisboa Filho, e a professora e organizadora da mesa, Rita Inês Pauli. Além dos representantes da UFSM, participaram da abertura do seminário o ministro de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
A professora, que coordena o Grupo Temático de Extensão Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), que reúne pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento para debater sobre a alimentação, destacou que ao longo dos 30 anos da Feicoop, a UFSM sempre buscou auxiliar a feira, assim como atua junto a sociedade civil para estimular a agricultura familiar, urbana e periurbana. “Acreditamos que é preciso reconstruir de forma sustentável, com uma estratégia de desenvolvimento que combata a pobreza, especialmente em sua forma mais grave: a falta de alimentos de qualidade”, destacou.
O mediador da mesa foi o pró-reitor de Extensão, Flavi Lisboa Filho, que destacou como a comunidade acadêmica (estudantes, técnicos e docentes) estão engajados na luta pela transformação social com projetos que buscam o desenvolvimento e o crescimento econômico, mas acompanhado da justiça social, do desenvolvimento humano e da conservação e da preservação do meio ambiente.
Incubadora Social procura novos talentos
A Incubadora Social da UFSM atua em parceria com a Feicoop desde 2015, com a prestação de assessoria técnica para empreendimentos que fomentam a economia solidária e auxiliam no desenvolvimento socioeconômico de suas comunidades. Nathália Rigui Trindade, administradora da Incubadora Social da UFSM conta que a unidade administrativa participou das reuniões de planejamento da feira e que no seu estande, estão disponíveis informações sobre os projetos que a universidade realiza, como apoio de gestão e assessoria para empreendimentos sociais
Entre os expositores da 30ª Feicoop, estão alguns empreendimentos que passaram pelo último processo de incubação da UFSM, como Corre Dazarte, Recicle Arte e Coletivo Pretendedorismo. Na busca por novos negócios, representantes da Incubadora da Social circulam pelos estandes à procura de iniciativas que possam participar do edital aberto até o dia 22 de julho para seu processo de pré-incubação.
Esse edital é aberto para selecionar empreendimentos que busquem gerar impacto social e geração de renda. Eles terão assessoria da universidade na capacitação de atividades como gestão, precificação e desenvolvimento de produtos. Para isso, serão realizados cursos e oficinas sobre temas variados, entre eles, a economia solidária. Ao final do processo, cada empreendimento irá desenvolver um plano de trabalho. Os negócios identificados com maior potencial, serão selecionados para a fase de incubação, onde o plano será desenvolvido ao longo de 18 meses.
“Quando a gente trabalha a inovação e o empreendedorismo social, trabalhamos em tecnologias acessíveis para transformar uma comunidade. Ao se apropriar disso, a economia solidária amplia seu potencial como instrumento de transformação social”, destaca Nathália.
No pavilhão Construção e Formação onde está localizado o estande da Incubadora Social da UFSM é possível, também, acompanhar a exposição Feicoop 30 anos que por meio de fotos e reportagens, conta a história da feira desde a sua primeira edição. A exposição foi organizada pela Feicoop, com parceria da Pró-Reitoria de Extensão e a Incubadora.
Abertura da Feira contou com presença de ministros e representantes da universidade
Também na sexta-feira (12) aconteceu a abertura oficial da Feicoop, que contou com o ministro de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, além de representantes de diversas entidades e instituições. Na ocasião, Marinho destacou a Feicoop como um espaço inspirador para uma reconstrução saudável e sustentável, atenta para a formação de redes de solidariedade e comunitárias.
O ministro de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul e egresso da UFSM, Paulo Pimenta, afirmou que a Feicoop é uma das maiores referências de economia solidária e de formas de se construir uma sociedade mais igualitária. “Nós temos um caminho muito longo pela frente, mas a universidade e os institutos de pesquisa serão fundamentais para aprendermos com o que aconteceu e construir um futuro diferente. Esse é o espaço certo para falarmos de reconstrução e recomeço”, disse ele que também lembrou como a UFSM conseguiu levar conhecimento e, também, recursos públicos para iniciativas comunitárias e, assim, melhorar a vida das comunidades por meio da sua assistência técnica.
Em sua fala, o reitor Luciano Schuch destacou a presença dos dois ministros como um sinal da relevância da Feicoop como uma referência de economia solidária a nível nacional. “Se trata de uma feira de resistência, luta, que mostra ser possível uma economia diferente, que não se esquece da sustentabilidade, do meio ambiente e onde todos possam ser integrados e colaborar com o desenvolvimento”, declarou. Schuch ainda ressaltou a importância da ciência produzida nas universidades e institutos federais para guiar essa mudança em um momento pós-calamidade.
A 30ª edição da Feicoop encerra no domingo (14) às 19 horas.
Texto e fotos: Bernardo Silva, estudante de jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Mariana Henriques, jornalista