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Novo time de futebol da UFSM oportuniza a estudantes experiências práticas no esporte mais tradicional do mundo

Equipe do naipe masculino treina três vezes por semana, no campo do Centro de Educação Física e Desporto



foto colorida horizontal de homens em um campo de futebol, em treinamento, e uma mulher dando orientações
Acadêmica de Educação Física Fernanda Barnewitz comanda a equipe

Enfim, a UFSM tem um time masculino de futebol de campo para chamar de seu. Desde abril deste ano, um grupo de estudantes da Universidade, entre ensino médio, graduação e pós-graduação, se encontra três vezes por semana no Centro de Educação Física e Desporto (CEFD) para praticar a tradicional modalidade e realizar treinamentos que unem questões táticas e técnicas, visando competições a longo prazo.

Sob o comando da acadêmica de Educação Física Fernanda Barnewitz, e a coordenação do professor Gabriel Pranke, a equipe se reúne às segundas, quartas e sextas-feiras, com exceção de dias de chuva, das 11h30 às 13h30. A primeira seletiva para atletas aconteceu em março e, de olho em encorpar ainda mais o elenco, será realizado outro processo neste domingo (14). As inscrições, contudo, já foram encerradas.

Sem competições oficiais previstas para esta temporada, o time de futebol de campo da UFSM teve a primeira “prova de fogo” no dia 30 de junho, contra um esquadrão rival da região. Pelo placar de 1 a 1 e com o apoio da comissão técnica – que também é formada por alunos -, os pouco mais de 20 jogadores que agora são “guris da Federal” empataram o jogo e tiveram a oportunidade de escrever a primeira página de uma nova história para o esporte da instituição.

foto colorida horizontal de homens jogando futebol em um campo em dia ensolarado, com prédio ao fundo
Grupo é composto por alunos de todos os níveis: do ensino médio à pós-graduação

Do Campus para o mundo

Esta não é a primeira vez que a Universidade conta com um elenco da modalidade, tendo sido fundado em diferentes momentos com o passar das décadas e, por diversos motivos – como a falta de iluminação no campo e a dependência do clima -, desmantelado. De acordo com Pranke, a última vez que a equipe esteve ativa foi em 2007, mas o projeto não conseguiu se sustentar por muito tempo.

“A ideia de ter um time de futebol de campo sempre existiu, ela só nunca foi concretizada. Quando houve, não se perpetuou devido à questão dos horários de treinamento, que são em momentos alternativos, perto do meio-dia, quando os alunos têm folga das aulas. Se nós fizéssemos em outros horários, possivelmente o quórum de atletas seria menor. É diferente dos  outros esportes, como vôlei, futsal, entre outros, que acabam conseguindo treinar ao fim da tarde e à noite, o que facilita todo o processo”, relatou o coordenador.

Embora o senso de competição seja explorado, o objetivo principal da iniciativa é definido por Pranke em duas palavras: formação acadêmica. Para ele, a equipe só existe em função da possibilidade de aprendizado que ela oferece para os estudantes envolvidos como jogadores e, principalmente, na comissão técnica, que trabalha planejando e organizando atividades como se o nível fosse profissional.

“Tudo que eles aprendem acaba sendo executado no projeto justamente para que consigam aprender na prática, preparando todos eles para o mercado de trabalho do futebol”, declarou o professor, que cita exemplos de egressos da UFSM que se destacaram na modalidade Estado afora: Tiago Nunes, campeão nacional e continental pelo Athletico Paranaense; Rogério Dias, ex-preparador físico da Seleção Brasileira; Luís Vagner Vivian, diretor-executivo do Grêmio; e Leonardo Porto, observador técnico da “Canarinho”.

Pranke afirma que recomenda fortemente a participação de seus alunos nos times da Universidade para que tenham experiências práticas no esporte, além do que é ensinado dentro das salas de aula. Fernanda, que ingressou na instituição em 2021, está tendo sua primeira experiência como treinadora à frente da casamata da Federal.

Degrau a degrau

A comandante faz parte da iniciativa desde o princípio, com a seleção dos atletas. Na primeira seletiva, cerca de 45 participantes foram aprovados para, durante o primeiro mês de treinamentos, serem realizados os primeiros cortes com base em critérios como experiência na modalidade, disponibilidade e idade – os integrantes devem ter no máximo 24 anos.

Na atividade deste fim de semana, a proposta é diferente: quem fizer parte da prática vai estar sendo comparado com quem já está no esquadrão, visto que agora existe uma base formada. “O desafio vai ser observar os atletas e buscar projetar eles no contexto da equipe. É entender como eles podem se adaptar ao nosso modelo de jogo e como o nosso modelo de jogo pode se adaptar a eles. É uma via de mão dupla”, contou Fernanda.

foto colorida horizontal de homens jogando futebol em um campo com árvores e prédios do campus ao fundo
Meta do time da UFSM é a disputa dos Jogos Universitários Brasileiros de 2025

Na visão da técnica, o elenco está enfrentando duas dificuldades – ainda que elas não impliquem com tanta assertividade na realização do projeto: a estabilidade do plantel, por causa dos horários dos encontros; e a manutenção do foco, sem campeonatos a serem disputados em um futuro próximo. Apesar de ser um problema, a comandante explica que, quando comparado a outras modalidades, o time de futebol consegue sobressair no que diz respeito à presença dos jogadores.

“O fato de nós conseguirmos treinar e juntar um número considerável de atletas três vezes por semana é, de certa maneira, um privilégio. Muitas equipes gostariam de estar treinando nesta mesma frequência e não têm esse ‘luxo’, por assim dizer”, comentou Fernanda. Para solucionar o segundo impasse, existe a ideia de seguir promovendo partidas contra outros adversários, pois é onde “há a possibilidade de ver o que está e o que não está funcionando”.

A meta do time da UFSM é a disputa dos Jogos Universitários Brasileiros de 2025. Normalmente, seria necessário passar antes pela etapa estadual da competição de instituições de ensino superior, os Jogos Universitários Gaúchos. Contudo, com a chance de não haver rivais para o futebol de campo, os guris da Federal teriam vaga confirmada direto na fase nacional. Até lá, seguem os amistosos preparatórios, como o do dia 30 de junho.

Mãos à obra

Levando em conta que foi o primeiro teste do grupo, Fernanda reflete sobre a performance do elenco no jogo de reinauguração do projeto: “para uma primeira experiência, eu acho que nós tivemos um bom desempenho. Poderíamos ter ido melhor, tivemos muitas oportunidades criadas. Por questão de detalhes não acabamos levando a vitória. Claro, com todo o respeito à equipe adversária, que tornou nossa vida difícil no início, já que saímos atrás no placar. Mas os guris tiveram garra e dedicação para buscar o gol de empate”.

Além da comissão técnica, o time trabalha com o sistema de “co-capitães”, sendo eles o estudante de Engenharia Civil Otávio Felix e o estudante de Educação Física João Vitor Cesar.

Ambos chegaram ao esquadrão de futebol da UFSM com experiências prévias no esporte. Para o primeiro, “coletividade e união” são os símbolos que retratam o trabalho realizado até aqui. Já o segundo volta o pensamento adiante. “Estou muito ansioso pelo que vem pela frente. Estou aprendendo muito. Como eu curso Educação Física, eu também vejo esse início de projeto para mim no sentido de como estão sendo elaborados os treinos, como estão sendo executadas as atividades, enfim. Tudo isso tem agregado muito como futuro profissional de educação física”, disse Cesar.

De acordo com a Fernanda, a implementação de uma filosofia e de uma cultura específica para a equipe é essencial neste primeiro momento. “Em uma rodinha no amistoso, o João falou que, naquele dia, a gente estava dando o primeiro passo pelos outros que virão para continuar a jornada, progredindo dia a dia, buscando melhorar a cada treino”, idealizou a técnica.

Para acompanhar todas as novidades sobre o time de futebol da UFSM, confira o perfil do Instagram.

Texto: Pedro Pereira, estudante de Jornalismo e estagiário da Agência de Notícias
Fotos: Ana Alícia Flores, estudante de Desenho Industrial e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista

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