A equipe FieldCrops da UFSM auxiliou na drenagem do aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre do domingo (26) até a última quinta-feira (30). O coordenador, Alencar Zanon, junto de Maurício Soares, aluno do programa de pós-graduação em Engenharia Agrícola e dos estudantes de Agronomia, Gabriel Fortes e João Bernardo, realizaram a operação, manutenção e supervisão das bombas e tratores.
O uso de tratores e bombas já faz parte da rotina dos integrantes da equipe, especialmente na orizicultura (cultivo de arroz), onde essas ferramentas retiram a água dos reservatórios para as lavouras. “As bombas não utilizam energia elétrica, elas são acopladas nos tratores que as movem com a sua força motriz”, explica Zanon. Além do aeroporto, a equipe da UFSM também ajudou a drenar outras áreas da região metropolitana. O trabalho foi feito em parceria com produtores ligados à Federação das Associações de Arrozeiros dos Rio Grande do Sul (Federarroz) e também por empresas de máquinas agrícolas, que emprestaram seus equipamentos.
O coordenador conta que a participação na linha de frente foi um pedido dos agricultores que compõem a associação em reconhecimento à excelência do trabalho de pesquisa e extensão da FieldCrops, bem como a formação sólida conhecida pela UFSM. “É muito importante as instituições públicas estarem ao lado da população com ações de impacto para quem precisa, principalmente entre as parcelas mais vulneráveis”, enfatiza.
O aeroporto é o único do Rio Grande do Sul apto a receber voos internacionais, além de ter sido o oitavo do Brasil em número de passageiros recebidos em 2023. Foram mais de 28 mil decolagens e 3,4 milhões de passageiros, segundo o Anuário de Transporte Aéreo da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de 2023. Como consequência, além do impacto na rotina dos passageiros, o não funcionamento afeta do aeroporto também prejudica a economia do estado em diferentes setores, inclusive na agricultura.
Imagens e registros do trabalho feito podem ser encontrados nas redes sociais da Equipe.
Equipe atuou na região de Santa Maria e também sofreu com os danos
Muitas rotas e itinerários precisaram ser suspensos ou alterados devido à força das águas que destruiu pontes e interditou rodovias por todo o estado. Para chegar até a capital, os integrantes da FieldCrops precisaram pegar um desvio pela BR-290 em uma viagem que levou cinco horas. Após a chegada, a equipe trabalhou em turnos de oito horas diariamente.
A mudança no trajeto não foi o primeiro desafio enfrentado pela equipe que, assim como toda a população do estado, sente os efeitos da crise climática desde o seu início. Membros da equipe com família no município de Agudo, na parte central do estado, sofreram com grandes perdas materiais e isolamento pela queda de pontes.
A FieldCrops atuou na linha de frente também em Santa Maria e região com arrecadação e distribuição de materiais de higiene, além da limpeza de residências. “As instituições públicas existem para servir o povo brasileiro, esse deve ser o nosso objetivo primário não apenas durante catástrofes, é a nossa função sempre”, enfatiza Zanon.
As ações realizadas pela UFSM podem ser encontradas em seu site, na seção Crise Climática RS 2024.
Texto: Bernardo Silva, estudante de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Foto: Divulgação Equipe FieldCrops
Edição: Mariana Henriques, jornalista