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Grupo de pesquisa quantifica impactos das inundações em Cachoeira do Sul

Estima-se que 1.533 pessoas tenham sido atingidas na cidade, em uma área equivalente a 222,5 campos de futebol



Estragos causados pelas inundações no bairro Cristo Rei (foto: Francisca Petrucci)

A fim de dimensionar o desastre de maio de 2024 e qual foi o impacto das águas que transbordaram do leito do rio Jacuí na área urbana do município de Cachoeira do Sul, o Grupo de Pesquisa Planejamento e Projeto da Paisagem modelou e mapeou a abrangência da mancha de inundação. O grupo é vinculado ao projeto de pesquisa “Ecologia da paisagem: o uso de métricas da paisagem aplicado à análise e planejamento da paisagem urbana e rural da região geográfica imediata de Cachoeira do Sul”. A pesquisa constatou que a cidade teve uma área total inundada de 2.402.606,90 m² (ou 240,26 ha). A título de comparação, esse total corresponde a 222,5 campos de futebol oficiais.

A ação vincula-se ainda ao programa UFSM Solidária e Cidadã. Nela atuam as professoras Raquel Weiss, Letícia de Castro Gabriel e Débora Gregoletto, do curso de Arquitetura e Urbanismo do Campus da UFSM em Cachoeira do Sul, além de três estudantes do mesmo curso: Carolina Salzano Rocha, Ariel Felipe Geraldo Zaghetti e Lorena Costa Colares. A equipe é completada por Maicon Pinto de Moraes, egresso do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo.

Os dados obtidos pela pesquisa quantificam a área alcançada pelas águas nos bairros adjacentes à beira do Rio Jacuí, bem como o número de edificações e pessoas atingidas. A partir de comparações, buscou-se primeiramente dimensionar os prejuízos materiais, mas sobretudo identificar quais os locais habitados e a caracterização da comunidade então desalojada e desabrigada. Em um segundo momento, o estudo busca contribuir para as ações dos entes públicos, tanto para estimar cenários de reconstrução das moradias ou de realocação das famílias, quanto para a gestão das áreas suscetíveis ao risco de desastres naturais. Os primeiros resultados podem ser acompanhados em publicações na página do grupo de pesquisa no Instagram.

Em condições normais, o nível do rio Jacuí, à jusante da barragem do Fandango, é de 16,50 m. Em 1º de maio, a medição foi de 23,28 m, já ultrapassando a cota de alerta para inundação, que é de 21,50 m. No dia 4 de maio, foi atingido o nível mais elevado, de 28,48 m, passando a decair desde então. Mas em 17 de maio ainda se encontrava elevado, em 23,46 m.

Mancha de inundação do rio Jacuí nos bairros de Cachoeira do Sul. Em azul, está o leito normal; em marrom, a área da inundação; em vermelho, as edificações atingidas

Foram sete os bairros afetados: Fátima, Marques Ribeiro, Aldeia, Carvalho, Cristo Rei, Augusta e Mauá. Estima-se que 1.533 pessoas tenham sido atingidas, representando 2,13% da população total do município. Quanto à renda das pessoas diretamente envolvidas, a média mensal seria de dois salários mínimos por responsável do domicílio. Verificaram-se ainda 613 edificações inundadas, ou seja, 9% do total de 6.809 edificações da área urbana da cidade dos 7 bairros, com de 36.970,60 m² de área total edificada inundada.

O bairro Cristo Rei mostrou-se o mais afetado. Das 809 edificações, 443 estão ou estiveram no caminho das águas. Isso representa 54,75% do total de edificações do bairro e 72,3% do total de edificações pertencentes a todos os bairros que foram inundados. Cerca de 1.105 pessoas precisaram ir para abrigos ou casas de amigos e familiares. Dado que a área média edificada inundada do bairro Cristo Rei foi de 40,70 m², isso equivale a dizer que uma vida de trabalho, conquistas e afetos cabia, aproximadamente, em casas com quatro ambientes um banheiro.

O segundo bairro mais atingido foi o Augusta, que teve 99 edificações inundadas (de um total de 743) e aproximadamente 248 pessoas acometidas. Isso representa 13,32% do total de edificações do bairro e 16,15% do total de edificações dos bairros impactados.

Como continuidade da ação do grupo de pesquisa, simulações serão produzidas para exemplificar a necessidade de preservação e proteção dos recursos naturais, especialmente das áreas de preservação permanente. De acordo com os pesquisadores, áreas sensíveis precisam ser consideradas para amortecer os efeitos das águas, além de ser necessário reconsiderar ocupações humanas em áreas de risco e de desastres naturais. Assim, cenários serão estimados para a realocação das famílias, informando qual a quantidade e a melhor localização de lotes, ou ainda estimando-se o parcelamento de glebas na mancha urbana consolidada.

Com informações e imagens do Grupo de Pesquisa Planejamento e Projeto da Paisagem

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