Em apoio às vítimas das enchentes que ocorrem desde o fim de abril no Rio Grande do Sul, o Colégio Politécnico da UFSM está produzindo sabão líquido, através do reaproveitamento de óleo de cozinha usado, para doar a diversos pontos da Região Central. O projeto começou na última semana e está sendo realizado no Laboratório de Análises Ambientais do Colégio Politécnico. Uma vez que a capacidade diária da fabricação é de 60 litros, a estimativa é de que, em um primeiro momento, sejam produzidos um total de 500 litros do produto.
Até o momento, 240 litros já estão prontos para serem entregues a quem precisa. A remessa inicial, de cerca de 500 litros, será direcionada nesta quarta-feira (15) à região da Quarta Colônia. De acordo com o professor de Tecnologia em Gestão Ambiental da UFSM e coordenador da iniciativa, Filipe Donato, a ideia é que o trabalho continue enquanto houver o material necessário. Para a produção, são necessários, além do óleo residual: álcool etílico – que é fornecido pela Usina Piloto de Etanol do Colégio Politécnico -, soda cáustica e diferentes matérias-primas.
O corante utilizado no sabão líquido é doado pela loja Aproquímica, enquanto as embalagens foram doadas pelas empresas Centroplast e CVI Refrigerantes. Os recipientes fazem parte do conjunto que foi adquirido em 2020, quando a UFSM, na intenção de impedir a proliferação do COVID-19, produziu álcool em gel e líquido, também no Colégio Politécnico. Este projeto, inclusive, foi o que fez Donato ter a ideia de colaborar com a sociedade através da ciência, mais uma vez.
“Na pandemia nós ajudamos a comunidade interna e externa produzindo e disponibilizando álcool 70 e álcool glicerinado para assepsia das mãos. Agora, quando nos deparamos com todos os desastres provocados pelas enchentes, logo pensei em como poderíamos ajudar as pessoas mais necessitadas, que precisam limpar suas casas, roupas, entre outros. Além disso, e não menos importante, daremos um destino ambientalmente correto para um resíduo altamente poluente, como é o caso do óleo de cozinha usado”, explicou o professor.
O docente ainda revela que o Colégio Politécnico está em busca de mais recursos para seguir fomentando a iniciativa. Neste momento, o grupo por trás do trabalho é formado por Donato, dois alunos de graduação e dois técnicos-administrativos da área da Educação – contudo, há pessoas interessadas em contribuir com mão de obra e, deste modo, a equipe deve aumentar.
O aluno do curso de Engenharia Química da UFSM, Pedro Vieira, integra o projeto e relata de que maneira está utilizando o conhecimento que adquiriu na Universidade para “colocar a mão na massa”: “a produção do sabão líquido tem sido muito importante pra colocar em prática conceitos apresentados dentro de sala de aula. É essencial buscarmos formas de otimizar o processo, reduzir os custos da produção e buscar a melhor qualidade do produto final, além de ser gratificante poder ajudar as vítimas das enchentes com um suprimento que vai ser essencial neste momento”.
A UFSM segue com o objetivo de auxiliar a comunidade que foi diretamente afetada pelas fortes chuvas que assolam o Rio Grande do Sul. Entre as diversas iniciativas promovidas pela Universidade, estão sendo realizados, no espaço do projeto de extensão Pró-Saúde no Centro Desportivo Municipal, atendimentos de saúde às vítimas por alunos da instituição.
Texto: Pedro Pereira, estudante de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Fotos: Divulgação
Edição: Mariana Henriques, jornalista