![Imagem colorida horizontal de um dinossauro, corpo longilíneo, cor térrea, ao fundo árvores](https://www.ufsm.br/app/uploads/2023/11/Reconstrucao-em-vida-do-dinossauro-em-um-ambiente-triassico-por-Johhny-Pauly.jpg)
Um estudo publicado no periódico científico The Anatomical Record em 16 de novembro apresentou o segundo registro de um dinossauro para o município de Restinga Sêca. O estudo foi conduzido pelos pesquisadores Maurício S. Garcia, Flávio A. Pretto, Sérgio F. Cabreira, Lúcio R. da Silva e Rodrigo T. Müller, do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa) da UFSM.
O achado é particularmente significativo pelo fato de que fósseis de dinossauros ainda são raros no município de Restinga Sêca, Rio Grande do Sul. O espécime em questão consiste de um ílio esquerdo – osso que faz parte da cintura – descoberto por Dionatan Cabreira enquanto ajudava o pai, Sérgio, a procurar fósseis. As características ósseas indicam que o fóssil pertenceu a um dinossauro de um grupo chamado de Herrerasauria. No mundo, dinossauros desse grupo são conhecidos no Brasil, Argentina e Estados Unidos. Surpreendentemente, o estudo revelou mais semelhanças com as formas encontradas na América do Norte.
![foto colorida horizontal mostra em destaque uma mão segurando um osso basicamente do mesmo tamanho, abaixo uma mesa com outros ossos](https://www.ufsm.br/app/uploads/2023/11/Ilio-de-um-dinossauro-escavado-em-Restinga-Seca-por-Jeung-Hee-Schiefelbein.jpeg)
Os herrerassauros compreendem um grupo intrigante de dinossauros que existiram por volta de 230 milhões de anos atrás, no Período Triássico. Esses animais representam os primeiros dinossauros predadores de médio a grande porte, podendo atingir até 6 metros de comprimento. Embora a condição fragmentária do novo fóssil impeça o seu reconhecimento em nível de espécie, a descoberta sugere a presença de uma diversidade oculta de dinossauros no Triássico do Rio Grande do Sul, já que ele é diferente de todos os outros herrerassauros brasileiros.
Esse fato destaca a importância de se analisar espécimes fragmentários para que se quantifique com maior precisão a diversidade de formas extintas. Por fim, a descoberta destaca o Brasil como um local crucial para a pesquisa paleontológica, fornecendo informações valiosas sobre os estágios iniciais da evolução dos dinossauros e adicionando um capítulo importante à rica história dos dinossauros sul-americanos.
A pesquisa recebeu apoio do CNPq e da Capes e foi desenvolvida como parte da dissertação de mestrado de Maurício Silva Garcia, pelo Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal da UFSM, sob orientação do paleontólogo Rodrigo Temp Müller, do Cappa/UFSM.
O fóssil está tombado na coleção científica do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia/UFSM em São João do Polêsine.