Em uma iniciativa que reforça o compromisso com a promoção da igualdade racial e o combate ao racismo, o Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (CTISM) promoveu a 14ª edição do Ciclo de Estudos sobre História e Culturas Africanas, Afro-brasileiras e Indígenas. O evento discutiu os desafios e a relevância do acesso e da permanência de estudantes negros nas universidades e demais instituições de ensino públicas. Em 2023, a discussão ganha ainda mais destaque, já que completam-se duas décadas da promulgação da Lei 10.639, que incluiu no currículo oficial da Rede de Básica Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Africana e Afro-Brasileira”, ampliada em 2008 para abranger também os povos originários do Brasil, e os 10 anos da Lei de Cotas.
A abertura do evento contou com a participação do atual ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, que, por meio de um vídeo produzido exclusivamente para o evento, destacou a relevância de se debaterem temas caros à democracia no Brasil, como as políticas de cotas e ações afirmativas, que representam estratégias importantes para o enfrentamento do racismo estrutural. Além do ministro, o deputado estadual e atual presidente da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Valdeci Oliveira, também se fez presente e ressaltou o quão importante é a promoção de momentos em que a reflexão e o debate sobre a temática sejam oportunizados aos estudantes e à comunidade escolar.
Os mais de 100 participantes do evento, realizado no dia 11, assistiram ao documentário “Quando a UFSM é a nossa casa”, um vídeo paradidático que busca sensibilizar a comunidade estudantil e a sociedade em geral sobre os desafios enfrentados pelas juventudes negras nos espaços universitários, e acompanharam a roda de conversa intitulada “O acesso e permanência de estudantes negros e negras no CTISM/UFSM”, que promoveu reflexões sobre as vivências de estudantes negros nos diversos espaços da Universidade e reuniu Orlando de Lima Cavalheiro, servidor do CTISM; Ricardo Viçosa da Silva, egresso do curso Técnico em Eletrotécnica e estudante de Comunicação Social da UFSM; Cícero Santiago, professor do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC-Campus Canoinhas); Maria Rita Py Dutra, doutora em Educação; e Émelin Coimbra, estudante do curso de Artes Visuais e Plásticas da UFSM e participante do documentário.
Coordenado pela professora de História do CTISM Roselene Pommer e organizado e protagonizado pelos estudantes do curso técnico em Informática para Internet Integrado ao Ensino Médio Laura Ramos, Tainá Leão e Rian Rodrigues, o evento não apenas trouxe à tona a relevância da temática, mas também reforçou o compromisso do CTISM, enquanto instituição pública de ensino, em promover a diversidade e combater as desigualdades raciais.
O debate continuará a impulsionar ações concretas para garantir um ambiente formativo mais inclusivo e equitativo. Uma dessas ações, aprovada pelos estudantes presentes ao final do evento, será a produção, em 2024, de um documentário com fins paradidáticos que abordará as experiências e percepções de estudantes negros e egressos de cursos técnicos do CTISM, o qual deverá ser publicizado na 15ª edição do ciclo.
Foto: Raquel Bevilaqua