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Produção agropecuária sustentável: projeto da UFSM estuda utilização de fertilizante orgânico para adubação do solo

Estudos realizados no Colégio Politécnico apontam resultados vantajosos para o meio ambiente



Nos últimos dias um forte cheiro foi sentido em diversas localidades de Santa Maria. Alguns indícios apontam que o odor pode ter vindo da aplicação de 40 toneladas de esterco de peru, uma espécie de adubo orgânico, em áreas agrícolas da UFSM, entre terça (6) e quarta-feira (7). A utilização de fertilizantes de origem animal visa diminuir a dependência de produtos químicos na adubação do solo e é feita na UFSM há mais de 4 anos.

Para este semestre, a UFSM comprou mais de 140 toneladas de adubação orgânica, que já foi utilizada para pesquisas em áreas menores e teve bons resultados. Isso permitiu que se reduzisse a utilização e dependência do adubo químico. Os professores Luciano Pes, Ivan Maldaner e Marcelo Farias, do Colégio Politécnico, são responsáveis pelos experimentos de manejo do solo. Farias destaca que, mesmo se a substituição do produto químico não ocorrer de forma completa, os resultados das pesquisas indicam que os adubos orgânicos podem ser utilizados. “É justamente isso, buscar uma produção mais sustentável e depender menos do químico, que são produtos oriundos do petróleo […] Além disso, o [fertilizante] químico é bem mais custoso do que o orgânico”, completa o professor.

Por conta do mau tempo e da previsão de chuva para os próximos dias, ainda não há uma data para uma nova aplicação do produto – que é licenciado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), e que não oferece risco à saúde da população. Além disso, a FEPAM também realiza uma avaliação sobre a última aplicação do adubo orgânico, com o objetivo de identificar se algum importuno foi causado pelo produto. 

Odor Indesejado

A aplicação de adubos orgânicos é comum em áreas da UFSM, tanto para ensino quanto para pesquisa, e é segura para a saúde. Agora, os professores do Politécnico estão desenvolvendo um projeto para a troca total de seus fertilizantes para o adubo orgânico, o que justifica a última aplicação em uma área maior do que as anteriores, cerca de 14 hectares. 

O mau cheiro que exala da adubação orgânica ocorre porque pode haver nitrogênio em excesso no composto e os microrganismos não conseguem o assimilar por inteiro. Isso faz com que ele volte ao ambiente com cheiro de amônia. Como as aplicações eram feitas em locais e com quantidades menores, o odor costumava não ser sentido em grande escala. Outro fator que contribuiu para que, desta vez, ele tenha sido mais forte, foi o calor extremo marcado na tarde de terça-feira, o primeiro dia de aplicação, com sensação térmica de aproximadamente 40°C.

No entanto, os pesquisadores responsáveis afirmam ser improvável que o cheiro do adubo aplicado tenha se espalhado por toda a região de Santa Maria, mas concordam que não há como estimar o seu alcance, pois isso depende da temperatura do ambiente, da umidade do ar e dos ventos. 

As operações estão suspensas até que os resultados de uma avaliação mais detalhada da FEPAM sejam entregues.

Texto: Andreina Possan, estudante de jornalismo e estagiária da Agência de Notícias
Edição: Mariana Henriques, jornalista

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