Em agosto deste ano, o então doutorando Adenilson Farias Zanini – sob a orientação do professor Waterloo Pereira Filho – defendeu, no Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFSM, a tese intitulada “A expressão de elementos geográficos na formação e evolução do município de Santa Maria: das práticas geopolíticas ibéricas no século 17 à qualificação de capital regional no século 21”. A tese foi transformada em livro, lançado na noite da última quarta-feira (8) pela Câmara de Vereadores de Santa Maria.
Mesmo antes de ser defendida, a tese foi uma das duas obras selecionadas, em 2022, para publicação pelo Legislativo santa-mariense, por meio do projeto institucional Lei do Livro. A outra obra, também lançada ontem à noite, é um livro de ficção: “O Artefato dos Crimes”, de autoria de Ilberto Luís Trentin. Com tiragem de 1.500 exemplares cada um, os livros podem ser adquiridos gratuitamente na Assessoria de Relações Públicas da Câmara de Vereadores.
O livro de Zanini e Waterloo intitula-se “Formação Histórico Geográfica de Santa Maria – Origem e Evolução do Coração do Rio Grande”. Durante o lançamento, realizado no plenário da Câmara, Zanini agradeceu ao Instituto de Planejamento de Santa Maria e ao Legislativo municipal pela publicação da obra. “Em época de pandemia, abriu as portas para mim”, referindo-se ao setor de arquivo do parlamento. Uma sinopse do livro pode ser conferida abaixo:
Sinopse – “A formação histórico-geográfica de Santa Maria guarda estreita relação com as características da geografia da região central do Rio Grande do Sul. As transformações espaço-temporais no centro do estado constituem o caráter da evolução do município desde meados do século 17. Recuperar os fatos históricos que atuaram sobre aquele espaço geográfico permite identificar as ancestralidades regionais. Santa Maria teve origem na ocupação do centro do estado pelos padres jesuítas espanhóis, no ano de 1632, com a construção da redução de São Cosme e Damião. Naquele período, os missionários identificaram a passagem da ‘Boca del Monte Grande’ e o ‘Cerrito de Santa Maria’.
“Todavia, no século seguinte, a disputa entre portugueses e espanhóis dividiu o território do atual Rio Grande do Sul, permanecendo a ‘Coxilha Grande’ (divisor de regiões hidrográficas) como o limite colonial entre as coroas ibéricas e demarcado pelos terrenos neutrais. Esses elementos geográficos foram catalisadores da formação de Santa Maria. A disputa pela posse da região central se estendeu até o início do século 19. Em 1801, os portugueses avançaram a partir da região central e tomaram definitivamente a região das missões. A ação determinou a formação da atual fronteira do estado, junto à margem esquerda do Rio Uruguai. A ação trouxe segurança para os moradores do Rincão de Santa Maria, os quais ocuparam a área do atual centro urbano e construíram um dos municípios mais promissores do centro-oeste do Rio Grande do Sul. Assim se deu a origem e evolução do ‘Coração do Rio Grande.’”.
Lei do Livro – A lei tem o objetivo de valorizar a literatura do município. O projeto publica, anualmente, até dois livros, “sendo que, se forem dois, um deverá ser texto acadêmico (dissertações, teses) e o outro, texto literário. Os livros publicados farão parte do acervo bibliográfico do Poder Legislativo”, conforme o edital deste ano. As obras publicadas devem ter o enfoque em temas locais ou regionais ligados à história ou cultura santa-mariense, podendo ser classificados nos seguintes tipos de textos literários: crônicas, contos, poemas, romances, ou ainda textos acadêmicos oriundos de alguma investigação científica, filosófica ou artística. As obras são avaliadas por uma comissão julgadora composta por três membros ligados a entidades literárias do município.
Com informações da Assessoria de Relações Públicas da Câmara de Vereadores de Santa Maria