Organizado pelo Grupo Conecta Comunicação e Experimentação, a 2ª edição do evento Link teve como tema “Conectado com a IA”. A atividade ocorreu na quinta-feira (26), no auditório do prédio 74C, apresentando questões sobre a inteligência artificial (IA) e mostrando possibilidades acerca de seu uso prático na área acadêmica e profissional. Na ocasião, os palestrantes falaram sobre as principais IAs e mostraram cases de profissionais na área da comunicação. De acordo um dos coordenadores do evento, o professor de Jornalismo da UFSM Maicon Elias Kroth, o objetivo foi debater a respeito do que é inteligência artificial, e de como ela pode ser aplicada nos diversos campos da sociedade, em especial na produção científica.
O 2º Link teve início com a apresentação do professor Celestino Joanguete, professor visitante do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFSM, sobre “Os algoritmos das ferramentas de inteligência artificial”. Ele explicou o conceito de algoritmos de IA – conjuntos bem definidos de instruções ou etapas que visam resolver um problema específico ou realizar uma tarefa. Eles podem ser aplicados em diferentes áreas, como na financeira, por meio da detecção de fraude, da análise de crédito, e da prevenção de churn (métrica utilizada para mostrar o número de clientes que cancelam um serviço em um determinado período). Outras áreas exemplificadas incluem o governo, através de cidades inteligentes, sensores e reconhecimento facial. Na área da saúde, por intermédio da previsão de diagnósticos, imagens médicas e monitores de saúde. Na indústria e energia, por meio da otimização de suplementos, detecção automatizada de defeito e previsão de energia. E também na área da comunicação, com chatbots, marketing personalizado, sistema de recomendação e assistentes pessoais.
São diferentes os benefícios do uso de IAs. O professor Celestino destaca a relevância no meio acadêmico. “No campo da educação ela está sendo uma revolução super importante, sobretudo na produção de textos acadêmicos e também na realização de tarefas acadêmicas”, diz. A professora Cristina Marques Gomes, do Departamento de Ciências da Comunicação da UFSM, destaca o uso benéfico das IAs aplicadas à pesquisa científica. Ela associa as inúmeras ferramentas que se utilizam de IAs ao texto de Rubem Alves, chamado “A caixa de brinquedos”. A ideia é que o corpo carrega duas caixas – uma de ferramentas e uma de brinquedos. Todas as coisas que existem se dividem em duas ordens distintas. A ordem do “uti” e a ordem do “frui”. Nesse sentido, as diversas ferramentas que usam inteligência artificial podem ajudar em diferentes atividades, principalmente na área acadêmica de pesquisa.
Essas ferramentas são novas e ainda estão sendo introduzidas no meio acadêmico e profissional e, por isso, não há uma certeza sobre os seus impactos. No entanto, algumas ações negativas já começaram a surgir, e o professor exemplifica: estudantes que usam em seus trabalhos ferramentas de inteligência artificial, como o Chat GPT, de forma indevida, o que se trata de uma questão ética, consequência da falta de alfabetização digital e tecnológica. Nesse caso, Celestino destaca a importância do ensino correto dessas tecnologias. O professor fala, também, sobre dois grandes perigos do uso inadequado das ferramentas de IAs: o plágio, “um malefício dentro da academia, porque valoriza menos a criatividade e mais a cópia de ideias já publicadas”, diz. O outro perigo é a falta de transparência. “É difícil dizer o que é produzido por uma inteligência artificial e o que é informação autêntica”, destaca.
Falando sobre suas experiências no mercado de trabalho, suas primeiras impressões sobre as IAs e suas percepções hoje, se fizeram presentes no evento a publicitária Keithy Oliveira, graduada em Publicidade e Propaganda pela UFSM e sócia da Azzo Estúdio, e a empreendedora Nicolle Dotto, formada em Relações Públicas pela UFSM.
O Grupo Conecta Comunicação e Experimentação reúne estudos sobre fenômenos da comunicação e suas narrativas midiáticas. O intuito é compreender o entrelaçamento das variadas dinâmicas comunicacionais e a criação de práticas e processos inovadores de comunicação. Tem como propósito ser um espaço para produção experimental de produtos comunicacionais gráficos, sonoros, audiovisuais e digitais, voltados à informação, entretenimento ou educação, com aporte criativo e/ou tecnológico. Seus coordenadores são os professores e pesquisadores Leandro Stevens, Maicon Elias Kroth e Sandra Depexe.
Texto: Gabriela Leandro, estudante de Jornalismo e voluntária da Agência de Notícias
Foto: Stefany Paschoal Rosa, estudante de Produção Editorial
Edição: Lucas Casali
