Com 5.880 trabalhos submetidos e 5.794 aprovados para apresentação, a JAI 2023 já iniciou histórica. Segundo o coordenador de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPGP) e representante da equipe de organização da JAI Leandro Souza da Silva, “essa é a maior JAI de toda a história, em termos de trabalhos submetidos”, com 38% a mais de adesão do que no ano passado.
Os trabalhos são divididos nos salões de iniciação científica, extensão, ensino e pós-graduação, e distribuídos em dez sessões de pôsteres – enquanto no ano passado foram sete – e seis sessões orais, com cerca de 55 salas simultâneas de apresentação. Devido à alta demanda de apresentações orais, foi necessário o acréscimo de uma sessão oral extra para contemplar todos os trabalhos inscritos.
Jornadas se iniciam e se perpetuam
Apesar de estar na 38ª edição, cada JAI traz novos aspectos e novos começos. As estudantes do 7º semestre de Medicina Veterinária da UFSM Larissa Bitencourt e Larissa Ritter experienciam a sensação de apresentar seus trabalhos no evento pela primeira vez. Mesmo com a ansiedade de apresentar, elas ressaltam também a animação para prestigiar os trabalhos dos colegas, a oportunidade de aprimorar o currículo, aprender a fazer trabalhos acadêmicos e desenvolver a comunicação. “Tudo isso dentro da Universidade é uma grande oportunidade para nos prepararmos para quando tivermos em um evento fora, já vamos saber como fazer, vai se tornar um processo bem mais simples”, afirma Larissa Bitencourt.
Também tem aqueles que colecionam memórias, como é o caso do professor de Patologia Clínica Veterinária Alexandre Krause, que avalia trabalhos na JAI desde 2010. Além de mais de uma década como avaliador, o professor esteve presente na primeira edição da Jornada Acadêmica, em 1984, ainda como aluno. Para ele, a JAI tem um papel fundamental para oportunizar, muitas vezes, a primeira participação em eventos científicos e despertar o interesse dos alunos em áreas como a iniciação científica, que fez parte de seu currículo desde o primeiro semestre de graduação. Já para os docentes, a JAI possibilita a noção do que está sendo desenvolvido na Universidade e, para Alexandre, participar como avaliador é uma forma de valorizar o trabalho dos alunos. “Desde que eu estou aqui [como professor], eu participei de todas as JAIs”, conta ele.
Troca e acolhimento
Além de estar prevista a recepção de mais de 500 estudantes dos outros campi da UFSM, alunos de outras instituições também participam do evento, como é o caso de Milena Aprato e Helena da Cruz, que vieram da Universidade Regional Integrada (URI) de Santiago apresentar na UFSM. A partir da atividade proposta por uma disciplina do curso de Medicina Veterinária no formato da JAI, surgiu a ideia de não apenas executar a avaliação, mas levá-la para o evento. O trabalho, na área de dermatologia, apresenta resultados parciais de um tratamento de piodermite profunda canina, uma infecção bacteriana na pele do animal, ocasionada por lesões, que causam coceiras e levam o animal a lamber e mordiscar o local. Milena conta que a troca com estudantes da UFSM está sendo essencial para passar segurança, além de possibilitar a interação com diversos trabalhos importantes. “Estamos vendo as pessoas se comprometerem com a avaliação. Apesar do nervosismo de todos os acadêmicos, isso faz parte. Está sendo muito bom estar aqui, agradecemos a oportunidade e agradecemos ao campus”, conclui ela.
Milena Silveira, estudante do sétimo semestre de Medicina Veterinária da UFSM, foi quem acolheu as alunas de Santiago, dando suporte e dividindo o nervosismo. Com o trabalho voltado para o relato dos efeitos maléficos ocasionados pelas dietas hiperproteicas – com alto teor de proteína e com baixo teor de energia – na eficiência reprodutiva de gados de corte, ela busca mostrar que, mesmo muitas vezes passando despercebidas, as dietas têm grande relevância até no ciclo reprodutivo dos animais.
Para Milena, a JAI mostra o potencial da UFSM em abranger diversas pessoas e conhecimentos. “Podemos perceber como a UFSM, em uma manhã só, consegue tratar sobre diversas coisas. Com esse networking, essa troca de conhecimento, obviamente com aquela quantidade de nervosismo, mas acho que é uma sensação muito boa, podemos estar agregando conhecimento e ter essa troca”, relata.
O papel dos monitores
A JAI também conta com mais de 80 monitores, que prestarão auxílio durante o evento. Porém, o trabalho dos monitores também é essencial para passar segurança aos alunos. Youdeline Jacques, estudante do 9º semestre de Odontologia, já apresentou trabalhos na JAI, mas é monitora pela primeira vez. Apesar de sua função ser orientar as pessoas a respeito do banner, da localização e responder dúvidas, para ela o papel de passar confiança aos alunos é essencial. “Eu vi que é muito importante também eu passar confiança pra eles, às vezes não tem avaliador e eles ficam preocupados e a gente está aqui pra deixá-los um pouco mais calmos. A minha função, eu vi que é de grande importância”, relata.
A apresentação de trabalhos ocorre por área de conhecimento. Confira o cronograma no site da JAI.
Apresentações de trabalhos durante a 38ª JAI:
Texto: Júlia Maciel Weber, acadêmica de Jornalismo, voluntária da Agência de Notícias
Fotos: Gabriel Escobar da Silva, acadêmico de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista