Com a trilha sonora embalada pelo quinteto de cordas da Orquestra Sinfônica de Santa Maria, ocorreu na manhã desta segunda-feira (23) a cerimônia de abertura oficial da 38ª Jornada Acadêmica Integrada (JAI), no Centro de Convenções da UFSM. Com o tema “O conhecimento transforma a sociedade”, a edição deste ano é a maior já realizada, com quase seis mil trabalhos inscritos nas áreas de ensino, pesquisa, extensão e inovação. O objetivo do evento é estimular a iniciação de alunos de graduação e de pós-graduação no meio acadêmico, através da troca de experiências e divulgação de trabalhos.
A comissão organizadora do evento, composta por quatro pró-reitorias – Pós-Graduação e Pesquisa (PRPGP), Graduação (PROGRAD), Extensão (PRE) e Inovação e Empreendedorismo (PROINOVA) – foi representada na fala de abertura pelo coordenador de Pesquisa da PRPGP, Leandro Souza da Silva. Leandro destacou que, depois do desafio de organizar duas edições remotas e dos cortes orçamentários que afetaram a Instituição, a JAI 2023 surge com um tema que ressalta a importância da Universidade na geração de conhecimento e mudança na sociedade.
Já nessa edição, o desafio foi diferente e positivo: a proporção do evento. “Essa é a maior JAI de toda a história, em termos de trabalhos submetidos”, aponta Leandro. Ao todo, foram 5.794 trabalhos aprovados para apresentação, o que representa 38% a mais do que em 2022. As apresentações dos trabalhos serão distribuídas em dez sessões de pôsteres e seis sessões orais, com até 55 salas simultâneas de apresentação. A alta demanda de apresentações orais também levou ao acréscimo de uma sessão extra para acomodar todos os trabalhos. Durante o evento, a UFSM também recebe mais de 500 estudantes dos campi de Cachoeira do Sul, Frederico Westphalen e Palmeira das Missões.
Além da apresentação de trabalhos, a JAI conta com uma série de subeventos, que ocorrem pelos espaços dos salões de ensino, pesquisa, extensão e pós-graduação, voltados para as áreas do conhecimento dos cursos e grupos de pesquisa. A JAI Jovem e a JAI Mirim, destinadas a alunos do ensino médio e fundamental, também ocorrem durante o período. Segundo Leandro, o número de escolas de Ensino Médio e trabalhos inscritos na JAI Jovem dobrou desde a última edição, o que reforça a inserção da UFSM na comunidade regional. A programação completa com todos os eventos pode ser acessada no site da JAI.
Prêmio Tese UFSM
A cerimônia contou ainda com a fala do reitor, Luciano Schuch, que ressaltou o papel questionador da Universidade e a importância de trazer ao debate assuntos como a literatura, a questão racial e a divulgação científica, alguns dos temas tratados na palestra do professor Alan Brito, que encerrou a programação da cerimônia. Schuch também destacou a JAI como um momento de mostrar o que a Universidade tem de melhor, que são as pessoas, e que, juntas, podem transformar o país através da educação, ensino, pesquisa, extensão e inovação. “Esse é nosso grande objetivo como Instituição”, afirma o reitor.
A novidade da abertura foi a entrega da primeira edição do Prêmio Tese UFSM, criado para valorizar a pós-graduação da Instituição. Foram oito trabalhos selecionados para representar as diferentes áreas do conhecimento, de acordo com as categorias da Editora da UFSM. A iniciativa, idealizada pelo professor e diretor da Editora, Enéas Tavares, foi realizada em parceria com a PRPGP e selecionou um dos trabalhos para receber, dentre outras premiações, a publicação de sua tese em formato de livro.
A primeira vencedora do prêmio foi Nathália Drey Costa, representante do Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH). O trabalho intitulado “Mediações Comunicativas do trabalho ‘criativo’: novos caminhos, mapas antigos” teve a orientação da professora Liliane Dutra Brignol. Nathália foi representada na cerimônia por Liliane. Os demais concorrentes receberam uma menção honrosa.
Palestra de abertura
A palestra da edição foi comandada pelo astrofísico, escritor e professor no Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Alan Alves Brito. Com o tema “Oralituras: Divulgação Científica e Tecnológica para ‘Adiar o Fim do Mundo”, Alan debateu as diferentes cosmologias, como as africanas, afro-brasileiras, indígenas e eurocentradas, e a coexistência entre elas.
Ressaltou também a importância do diálogo entre as diferentes culturas e visões de mundo, a fim de construir uma realidade social instruída sobre as relações ético-raciais e, assim, “adiar o fim do mundo, evitar a queda do céu, evitar o colapso de uma sociedade cada vez mais genocida com certos corpos”, conclui Alan.
Confira entrevista concedida por Alan à Agência de Notícias da UFSM.
Texto: Júlia Maciel Weber, acadêmica de Jornalismo, voluntária da Agência de Notícias
Fotos: Gabriel Escobar da Silva, acadêmico de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista