O professor do curso de Engenharia Elétrica da UFSM Leandro Michels participou em junho, na Alemanha e na China, de uma missão de estudos e negócios que reuniu diversos pesquisadores, instituições e órgãos reguladores. O objetivo foi conhecer um pouco mais das tecnologias de vanguarda no setor de energia limpa e criar um fórum de discussão entre os participantes com o intuito de evoluir o mercado brasileiro na área de sistemas fotovoltaicos (tecnologia usada para gerar energia elétrica a partir da irradiação dos raios solares).
O convite para Michels participar da missão foi feito pela Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), que organizou toda a agenda na Alemanha e na China com a finalidade de apresentar aos participantes os centros de pesquisa e projetos, para que esta experiência, que já está dando certo no exterior, possa ser útil no Brasil. Na Alemanha, durante seis dias, a missão participou da maior feira mundial de energia solar, a Intersolar Europe, que contou com um público visitante de mais de 80 mil pessoas por dia e em torno de 2,5 mil expositores do setor.
Na sequência, o grupo foi para a China. Nas cidades de Xangai, Pequim e Shenzhen, foram visitados centros de pesquisa e fábricas de módulos fotovoltaicos. Conforme o professor, o encontro teve grande importância, já que a experiência de países que investem em pesquisas na área de energia solar só tem a agregar. “O setor fotovoltaico está em ampla expansão no mundo, por sua tecnologia limpa, relativamente barata, fácil de instalar, rápida, com pouco impacto ambiental. Não tem nenhum lugar do mundo que não esteja investindo fortemente em energia fotovoltaica. Todos os países, mesmo os que têm petróleo, estão investindo fortemente neste tipo de geração para mudar a sua matriz”, comenta.
A UFSM possui um laboratório acreditado pelo Inmetro para ensaios de inversores fotovoltaicos, que destaca a Universidade nesta área de pesquisa a nível nacional e internacional, além de uma forte parceria com a Huawei Technologies, empresa multinacional líder de equipamentos para redes e telecomunicações, celulares e outros eletrônicos, sediada em Shenzhen.
O professor considera a ida recente de uma delegação da UFSM à China muito positiva, pois cria um ambiente favorável, visto que os chineses possuem grande desenvolvimento tecnológico e podem agregar muito para a UFSM, já que estão disponíveis e receptivos para trabalhar em equipe com a Universidade. “É lógico que todo esse trabalho da Reitoria de aproximação e estratégia com a China é muito favorável, além da relação com a Huawei, o fato de a Universidade já ter esse contato, o curso de mandarim, mostram que a UFSM está aberta e estrategicamente buscando uma interação maior com a China. As empresas tecnológicas chinesas veem um ambiente favorável”, relata Michels, para quem a internacionalização da UFSM é uma necessidade urgente, ampliando para mais países, pois a Universidade tem muito a oferecer no campo das pesquisas e projetos, não apenas no setor fotovoltaico.
Ele salienta que há a necessidade de nos adequarmos a uma proposta mundial de redução de combustíveis fósseis, pois para ajudar na redução do efeito estufa e aquecimento global, são necessárias várias mudanças, inclusive usar energia mais limpa. “Há esforço mundial de tentar trocar a utilização da energia, mudar a matriz e, com outras fontes, começar a reduzir o consumo de combustíveis fósseis”, explica Michels, que é atual diretor da Unidade Embrapii em Recursos Energéticos Distribuídos e do Instituto de Redes Inteligentes e coordenador do LabINRI-Baixa Tensão, laboratório acreditado pelo Inmetro para realizar ensaios de inversores fotovoltaicos conectados à rede elétrica.
Evento em Goiás
Já em solo brasileiro, em Goiânia (GO), de 9 a 10 de agosto, Leandro Michels e o professor Lucas Bellinaso palestraram no Fórum GD Centro-Oeste, também promovido pela ABGD, que reuniu empresários ligados ao setor de geração energética, pesquisadores de instituições de ensino, profissionais liberais e interessados no setor de geração distribuída para discutir oportunidades de negócios, barreiras regulatórias, impedimentos jurídicos, tecnologias inovadoras, financiamento, capacitação e perspectivas de crescimento para o setor. Os temas abordados foram “Eficiência e comportamento de inversores fotovoltaicos em diferentes condições de operação”, por Lucas, e “Tecnologia de inversores fotovoltaicos e os aspectos fundamentais na qualidade de equipamentos”, por Michels.
Texto: Graziela Machado Rocha, acadêmica de Jornalismo, bolsista
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista
Foto: Arquivo pessoal
