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UFSM é a única universidade brasileira que manteve produtividade acadêmica em ano de queda na pesquisa científica no país

A informação foi divulgada na última segunda-feira (24) em um relatório produzido pela Agência Bori em parceria com a Elsevier



No ano de 2022, a produção científica mundial cresceu 6,1% em relação ao ano anterior. Apesar do saldo global positivo, 23 países tiveram queda no número de artigos científicos publicados em 2022, em relação a 2021 — incluindo o Brasil. Na contramão desse cenário, a Universidade Federal de Santa Maria foi a única universidade do país, entre as 35 analisadas, que manteve a produtividade acadêmica nesse período.

As informações inéditas são do relatório da Elsevier-Bori “2022: um ano de queda na produção científica para 23 países, inclusive o Brasil” divulgado na segunda-feira (24). Os dados são da base Scopus/Elsevier e, para os cálculos, foi usada a ferramenta analítica SciVal/Elsevier. O relatório analisou todos os países que publicaram mais de 10 mil artigos científicos em 2021 — um total de 51 países.

Para representantes da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPGP), Pró-Reitoria de Inovação (PROINOVA) e Secretaria de Apoio Internacional (SAI), setores que, juntos, analisaram os dados do relatório, o fato da Universidade ter sido a única brasileira sem redução na produção científica é motivo de enaltecimento da Instituição como um todo. “O forte engajamento e comprometimento em diversos aspectos de todos que compõem o sistema de pesquisa e pós-graduação da UFSM sustentam os pilares para avanços e desfechos como esse explanado pelo relatório ‘Elsevier-Bori’”, destacam.

Cenário global

O documento divulgado mostra que o Brasil teve um decréscimo de 7,4% na sua produção científica em 2022 em comparação ao ano anterior. A queda na quantidade de ciência brasileira no ano passado se assemelha à da Ucrânia, país que entrou em guerra naquele ano. Os dois países foram os que tiveram a maior perda de produção científica entre os analisados. Nesse cenário, 2022 se tornou o ano com a maior quantidade de países que perderam produção científica na história. O recorde anterior tinha sido em 2002, quando 20 países observaram queda no número de artigos científicos publicados em relação ao ano anterior (2001). 

Conforme o vice-presidente da rede de pesquisa da Elsevier, Carlos Henrique de Brito Cruz, o decréscimo no último ano se deve, em boa parte, aos efeitos da pandemia. Em sentido contrário, países como China e Índia apresentaram crescimento significativo na produção científica em 2022 em relação a 2021 — em torno de 20%. Pela primeira vez, a Índia superou o Reino Unido e passou a ser o 3º país com mais publicações no mundo, depois de China e Estados Unidos.

Pesquisa científica em queda no país

Com exceção da UFSM, todas as instituições de pesquisa do país sofreram redução importante na produção científica em 2022, em relação a 2021. Foram consideradas as instituições de pesquisa brasileiras com mais de mil artigos científicos publicados em 2021 — o que resultou em um total de 35 analisadas. O relatório Elsevier-Bori mostra, ainda, que as Ciências Agrárias — área especialmente importante para o país — teve um decréscimo maior na produção científica do que a média nacional: 13,7% artigos científicos publicados de 2021 para 2022. Conforme o cientista de dados da Agência Bori, Estêvão Gamba, a queda na produção brasileira também acompanha os expressivos cortes orçamentários de recursos públicos para pesquisas dos últimos anos.

Esse mesmo pensamento é compartilhado pelos representantes da PRPGP/PROINOVA/SAI, que refletem que, além da pandemia, o decréscimo de 7,4% na produção científica no Brasil em 2022 pode ser o resultado, também, da desaceleração de investimentos em ciência, tecnologia e no sistema de pós-graduação brasileiro desde 2014 – e intensificada nos últimos quatro anos. “A falta de investimentos afeta o sistema de pesquisa e pós-graduação, o fomento à infraestrutura de laboratórios, o incentivo a qualificação de recursos humanos no Brasil e no exterior, a prospecção de novos talentos e o futuro do sistema” afirmam os responsáveis pela análise. Para eles, a retomada do investimento estratégico é fundamental para que haja redimensionamento e qualificação do sistema científico e de pós-graduação no Brasil.

Fortalecimento da pesquisa científica na UFSM

De acordo com PRPGP/PROINOVA/SAI, o resultado, apesar de ser motivo de comemoração, não surpreende, já que, conforme dados do SciVal-Elsevier, a UFSM vem crescendo e mantendo seus índices bibliométricos ao longo dos últimos 10 anos. Os dados se referem tanto ao número de artigos científicos publicados, quanto ao número de artigos científicos em revistas de alto fator de impacto, considerando todas as áreas do conhecimento, com destaque para ciências biológicas; ciências agrárias; ciências médicas; bioquímica/genética/biologia molecular. “Seguindo a tendência de crescimento e estabilidade, nossa produção acadêmica vem se mantendo estável na faixa de 2000 publicações indexadas por ano. É importante, também, destacar que a qualidade desta publicação vem aumentando tanto no top 10% de revistas com maior fator de impacto, quanto no top 1%”, comentam os analistas.

Outra informação possível de inferir na Plataforma SciVal-Elsevier são as áreas em que o crescimento da produção acadêmica tem destaque. Na UFSM, entre 2020 e 2022, a área de Energia teve aumento de 105% na produção acadêmica sobre o tema. Ela é seguida por Matemática (94%); Ciências da Computação (77); Negócios, Gestão e Contabilidade (60%); Odontologia (43%); Engenharia (42%) e Artes e Humanidades (38%).

Também segundo a Plataforma, entre 2013 e 2023, a Universidade apresentou mais de 50% da produção acadêmica com colaboração nacional e em torno de 25% com colaboração internacional. Com o recorte entre 2020 e 2022, houve um crescimento para 30% de colaboração internacional. PRPGP/PROINOVA/SAI avaliam que tais números são reflexo da força e do crescimento das interações internacionais da Universidade. “Certamente o avanço e o processo de consolidação da internacionalização da ciência repercute na qualidade do conhecimento científico gerado e na formação de recursos humanos, assim como o crescimento em citação das produções pelos pares. O  SciVal indica claramente maior citação e visibilidade internacional de produções acadêmicas desenvolvidas com parceiras e coautorias internacionais. Esse cenário contribui, em última análise, para maior visibilidade e reputação internacional da UFSM”, comentam.

Em um estudo desses resultados, os analistas da UFSM destacam algumas condições e ações que podem ser apontadas como fundamentais para o avanço e consolidação de posições de destaque na produção de conhecimento científico em excelência pela Universidade. O primeiro ponto mencionado é o esforço para a captação de recursos, principalmente via fomento público, a fim de qualificar as infra estruturas multiusuárias de pesquisa em diversas áreas do conhecimento. “Esse ecossistema vem permitindo a integração de grupos de pesquisa de diferentes áreas de conhecimento, a pesquisa translacional na fronteira do conhecimento, em diferentes níveis de formação conectando pesquisadores consolidados a pesquisadores iniciantes”, complementam. Outro ponto é o aporte de recursos próprios da UFSM, por meio de editais; incentivo a publicações; auxílio a projetos de pesquisa vinculados a docentes recém doutores e doutores experientes; e bolsas de iniciação científica – são essas últimas que conferem integração de alunos de graduação em pesquisa de excelência nos Programas de Pós-Graduação (PPG). 

Outros fatores determinantes no período avaliado, segundo os setores, foram as políticas de acompanhamento, monitoramento e incentivo à qualificação do sistema de pós-graduação da UFSM, o que resultaram no crescimento dos conceitos dos PPGs, as ações de internacionalização na Instituição e a  manutenção das atividades durante a pandemia. “Isso demonstra que os efeitos dela [pandemia] não foram tão sentidos na Universidade. Os esforços da gestão na manutenção das atividades de pesquisa e ensino, via REDE  [Regime de Exercícios Domiciliares Especiais], e o pronto estabelecimento de protocolos de retorno às atividades presenciais foram importantes para os resultados apontados pelo levantamento Bori-Elsevier”, completa o grupo. Já em relação à internacionalização, desde 2018, a participação da UFSM no Programa Institucional de Internacionalização (Capes-PrInt) se constitui como um dos principais pilares para incentivo à mobilidade e cooperação internacional. Além disso, conforme informações do grupo, por meio CAPES-PrInt, a UFSM incentiva a integração interna com a colaboração de aproximadamente 200 instituições e diversos grupos de pesquisa estrangeiros de diversas áreas do conhecimento.

Outro avanço importante na Instituição foi a criação da Instituição criou a Pró-Reitoria de Inovação e Empreendedorismo (PROINOVA), em 2023, que vem atuando de forma dirigida em áreas como Educação Empreendedora, Prospecção e Valoração.

Finalmente, o resultado divulgado pelo relatório da Agência Bori em parceria com Elsevier é avaliado pela PRPGP/PROINOVA/SAI, como reflexo de um trabalho desenvolvido na UFSM ao longo dos últimos 20 anos no que diz respeito a qualificação de um ecossistema de inovação, de empreendedorismo, de produção de ciência e tecnologia – o que repercute em todo sistema de pesquisa da instituição, finalizam os analistas.

Texto: Thais Immig, estudante de jornalismo e Mariana Henriques, jornalista, com informações da Agência Bori
Foto de capa: Ana Alicia Flores, estudante de desenho industrial, bolsista da Agência de Notícias

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