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Glass realiza avaliações físicas na equipe feminina da UFSM Futsal

Os testes foram realizados nos dias 20 e 21 e fazem parte da preparação das atletas para a disputa da Série Ouro, que inicia em setembro



O Grupo de Laboratórios Associados (Glass) da UFSM, localizado no Centro de Educação Física e Desportos, tem contribuído com a preparação de atletas de diferentes modalidades esportivas, como o Pádel e o Futsal. Uma dessas ações aconteceu nos dias 20 e 21 de julho, quando a equipe feminina de futsal da UFSM realizou as avaliações físicas que fornecem um relatório com dados acerca do rendimento das jogadoras e que auxiliam nos treinamentos individuais e coletivos. Os testes fazem parte da preparação da equipe para a disputa da Série Ouro, que inicia em setembro.

A atleta Aline Alles realiza avaliação no aparelho BOD POD (foto: Gabrielle Pillon)

O Glass foi criado em 2018 para realizar avaliações de atletas de alto rendimento. Em 2022, a iniciativa foi contemplada em um edital do Ministério do Esporte que viabilizou a compra de equipamentos. O coordenador do Glass, Luiz Fernando Royes, conta que os testes realizados nos atletas englobam habilidades essenciais para um jogo de futsal – que incluem força, agilidade e resistência cardiorrespiratória. Para isso, são utilizados quatro laboratórios: Laboratório de Cineantropometria (LabCine), Laboratório de Bioquímica do Exercício (BioEx), Laboratório de Biomecânica (LabioMec) e Laboratório de Fisiologia do Exercício (Lafiex).

No Laboratório de Cineantropometria é feita a avaliação corporal, que estipula o percentual de gordura e massa muscular.

Um dos integrantes do projeto é Rafael Guarda Lara Dalla Corte, estudante de Educação Física na UFSM e membro do LabCine. Ele comandou a avaliação na máquina BOD POD (foto) – uma espécie de cápsula que calcula o percentual de gordura corporal e demais indicadores. “A gente faz, no mínimo, dois testes. A máquina calcula os volumes dessas duas avaliações e transforma, através das equações, em densidade corporal para chegar na gordura”, relata o acadêmico. Se os volumes foram muito distintos um do outro, o equipamento pede uma terceira avaliação, explica Rafael. 

A antropometria é a primeira avaliação, quando o corpo avaliado está descansado (foto: Gabrielle Pillon)

Dessa forma, o equipamento fornece resultados de componentes corporais como quantidade de gordura corporal (percentual de gordura corporal) e quantidade de massa livre de gordura. Já para obter a quantidade de massa muscular que o avaliado apresenta, realiza-se a avaliação antropométrica (dobras cutâneas, circunferências e diâmetros corporais). Além do percentual da massa muscular, a avaliação antropométrica também permite determinar o somatotipo de cada atleta, informação relevante no meio esportivo. O conjunto de informações obtidos permite que o GLASS forneça apontamentos concisos no relatório entregue para a comissão técnica de como encontra-se a atleta naquele momento da avaliação.

No espaço da biomecânica, por sua vez, é onde são realizados testes funcionais que analisam atributos como força, agilidade, equilíbrio e movimento do atleta – feitos a partir de aparelhos de ultrassom e testes de membros superiores e inferiores. Já os testes de bioquímica fornecem os biomarcadores que determinam como a célula responde a cada atividade. E, por fim, a fisiologia analisa o sistema cardiorrespiratório, dando o parecer de como está o pulmão e o coração.

Ao fim das avaliações, em até dez dias, a equipe recebe um relatório completo com todas as informações e interpretações dos dados – feita a partir da particularidade de cada modalidade. A partir dele, é possível acompanhar o desempenho individual do atleta e propor alterações no treinamento a fim de contribuir para o rendimento coletivo da equipe.

Jogadoras realizam reavaliações para a sequência da temporada

A corrida na esteira é a última avaliação (Foto: Thais Immig)

A fixa da equipe, Aline Alles, passou por todas as etapas da avaliação pela segunda vez e analisa de forma positiva a experiência. A atleta, que veio de um vice-campeonato na Série Prata de Futsal, conta que percebeu o quanto o corpo ficou fadigado e quanta perda muscular acontece com o desgaste nos jogos. Por isso, a reavaliação é necessária para que a comissão técnica possa analisar os relatórios e montar um treino específico – que atenda a demanda de cada atleta. A partir disso, nesse mês que precede o início da Série Ouro, a equipe pretende focar na melhora física de cada jogadora.

A também fixa da equipe, Emely Bussler, ressalta o tratamento que recebe pelo Glass: “é uma oportunidade, uma estrutura que quase nenhuma equipe tem, há equipes de nível, de outros lugares, que vem aqui fazer, é muito interessante”, compartilha. Emely, que também faz a reavaliação, ainda conta que o grupo percebe a evolução desde o primeiro teste – realizado na pré-temporada. Realizar e ter avaliado os treinos específicos individualizados, bem como prevenir lesões, são os destaques do tratamento para a jogadora. “Já percebemos resultados nos jogos, principalmente nos treinamentos de força e capacidade física para respiração”, acrescenta.

Glass como referência na avaliação esportiva 

Silvana Corrêa Matheus, que coordena o Laboratório de Cineantropometria, explica que o conjunto de quatro laboratórios possibilita a realização de uma avaliação ampla dos atletas. “Esses equipamentos que vieram a partir do edital nos tornam um padrão de referência em termos de avaliação e possibilitam atender a especificidade de cada modalidade esportiva. O BOD POD, por exemplo – que mede a composição corporal – é raro aqui no Brasil”, completa. 

Dessa forma, o Glass tem se tornado um centro de referência no sul do país ao fornecer equipamentos de ponta para as avaliações físicas – o Biodex, usado no Laboratório de Biomecânica, é o mesmo modelo usado no Centro Paralímpico Brasileiro. “A ideia é trazer grandes equipes para fornecer essas avaliações porque o que acontece é que muitas equipes vão procurar esse tipo de avaliação fora do país, sendo que a gente tem condições de fazer aqui”, afirma Silvana.

Os testes realizados pela equipe feminina de futsal na última semana são o diferencial do Glass. Isso porque, segundo o coordenador do Glass, era comum atletas fazerem uma avaliação e não terem nenhum tipo de acompanhamento. “Agora, marcamos uma reavaliação a partir daquela primeira avaliação, para ver se o treinamento teve efeito e foi efetivo”, afirma. Luiz Fernando complementa que esse acompanhamento contribui para que o projeto se torne uma referência em avaliação esportiva. 

A respeito da estrutura do Glass, o coordenador revela que “na região sul do país não tem algo assim. Não tem uma universidade que tenha tudo isso de forma integrada, essa organização de iniciar pela cineantropometria e finalizar na bioquímica do exercício”. Luiz Fernando acrescenta, ainda, que o fato do Glass estar localizado fora do eixo da Região Sudeste do país facilita para equipes que não podiam ir até esses estados realizar avaliações. “Nosso objetivo futuro é criar um centro de avaliação de alta performance aqui no sul, integrado com tudo isso”, compartilha o professor. Assim, ele conta que, com essa meta, receber equipes como da UFSM Futsal auxiliam na prospecção dos trabalhos. 

Calendário de avaliações para os próximos meses:

  • 04 de agosto – seleção feminina de Pádel;
  • 11 e 12 de agosto – equipe masculina da UFSM Futsal;
  • 17 de agosto – seleção masculina de Pádel;
  • 01 de setembro – equipe mista de Canoagem;
  • 29 e 30 de setembro – equipe mista de Judô;
  • 06 e 07 de outubro – equipe masculina do Corinthians (basquete);
  • 20 e 21 de outubro – Riograndense (futebol de campo).

Texto: Gabrielle Pillon, acadêmica de jornalismo e bolsista da Agência de Notícias, e Thais Immig, acadêmica de jornalismo e voluntária da Agência de Notícias.
Edição: Mariana Henriques, jornalista

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