Uma parceria entre a Revista Arco e o PET – Comunicação Social (PETCom) levou divulgação científica e comunicação para o Instituto Estadual Luiz Guilherme do Prado Veppo, no Bairro Tomazetti, por meio de exposições, palestras e oficinas. A iniciativa aconteceu na última quarta-feira, dia 21, e reuniu cerca de 50 estudantes do ensino médio, do 1º ao 3º ano.
A ideia da ação surgiu para aproximar Universidade e comunidade, bem como popularizar a ciência produzida na Instituição. A editora-chefe da Revista Arco, Luciane Treulieb, explica que a iniciativa foi criada para que os alunos das escolas tomassem conhecimento da diversidade de áreas e temáticas que são abordadas em pesquisas e projetos da Universidade e se interessassem por conhecer e participar do mundo acadêmico. Já a parceria com o PETCom surgiu para somar esforços visando oferecer mais opções de atividades aos estudantes.
Iniciativas que extrapolam os muros da escola
A imersão dos alunos começou no início desta semana, quando uma exposição em comemoração aos 10 anos da Revista Arco foi montada na escola. O objetivo foi apresentar uma seleção de imagens de reportagens que fazem parte de diferentes edições da revista para aproximar os alunos da ciência da Universidade.
Na manhã da quarta-feira, a ação teve continuidade com duas palestras realizadas por pesquisadores da UFSM e oficinas ministradas por estudantes de Comunicação Social – que integram o PETCom. Helena da Silva Bertol e Pedro Daniel Sampaio falaram sobre paleontologia com os alunos e compartilharam o trabalho desenvolvido no Centro de Apoio a Pesquisas Paleontológicas, o Cappa. Ao final da atividade, eles avaliaram de forma positiva a primeira experiência de divulgação científica feita em escolas e esperam que a temática extrapole os muros da escolares e chegue à comunidade. “Se a gente verificar, alguns fósseis do Cappa foram encontrados pelas próprias pessoas da comunidade que, sabendo da nossa existência, nos procuraram nessa situação”, conta Pedro.
Em seguida, Vania Lucia Loro falou sobre saúde mental com os alunos. Para ela, é fundamental falar sobre a temática com os adolescentes, já que as maiores incidências de depressão acontecem entre os 14 e 30 anos. “Acho que consegui dar o meu recado. Muitas pessoas têm algum sofrimento mental e não conseguem falar, por isso a importância de compor esse espaço”, completa.
Após as palestras, os estudantes dividiram-se em oficinas que abordaram quatro temas: oratória, notícias fraudulentas na mídia, edição de áudio e escrita criativa. Essa foi a terceira ação presencial do EduConexão, um projeto de extensão universitária vinculado ao PETCom. O projeto foi criado em 2019 com o objetivo de aliar a formação escolar aos conhecimentos da Comunicação Social, além de educar para a mídia e aproximar os jovens secundaristas do ingresso ao ensino superior e técnico da UFSM.
A tutora do PETCom, Jaqueline Kegler, comenta que as oficinas integram os objetivos do projeto e as demandas da comunidade escolar. Para a docente, a iniciativa também contribui para os acadêmicos, já que a organização de uma oficina envolve pesquisa, planejamento e didática ao coordenar um espaço coletivo e de diálogo. “A extensão é uma experiência que desacomoda. E tudo que desacomoda nos faz crescer pessoalmente e profissionalmente. Sair do ambiente conhecido e ocupar o papel de ministrantes é sempre desafiador, mas o entusiasmo e o comprometimento trazem bons resultados”, completa.
Isabela Ayume Sakae é bolsista do PETCom e foi uma das ministrantes da oficina sobre edição de áudio. Ela conta que, apesar do friozinho na barriga, é um momento de aprendizado para os dois lados – seja para quem leva conhecimento, seja para os alunos que aprendem e colaboram com a atividade a partir do seu ponto de vista. “É o tipo de experiência que a Isabela do passado nunca achou que iria passar, mas hoje, vendo o quão divertida e bonita é a extensão, fico muito feliz em poder fazer parte desse momento”, conta. Já Dimitra dos Santos, também bolsista do PETCom, sente que a troca com os alunos é especial porque, a partir dela, a oficina é construída. “A troca com os alunos, pra mim, é a parte mais legal, ouvir a leitura das produções deles é sempre muito emocionante, sai muita coisa linda dali”, conta Dimitra.
Ir além
O diretor do Instituto, Adriano Guerra, avalia de forma positiva a realização das oficinas e das palestras. Para ele, a ação estimula os alunos a irem além. O mesmo feedback positivo também esteve entre os estudantes.
Anthony Bortoluzzi, aluno do Prado Veppo, conta que achou a oficina interessante, já que editar áudios abre a possibilidade de criar inúmeros conteúdos. Para a aluna Larissa Moreira, que participou da oficina sobre notícias falsas na mídia, esse tipo de atividade é importante para que possam identificar esse tipo de conteúdo. “Acho importante saber para que a gente não acredite em nenhuma notícia fraudulenta”, complementa.
Para o segundo semestre de 2023, novas ações em escolas estão sendo planejadas pelo grupo ministrante.
Texto: Thais Immig, estudante de jornalismo e voluntária da Agência de Notícias
Fotos: Yasmin Meirelles, estudante de relações públicas
Edição: Mariana Henriques, jornalista