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Como será a escola do futuro?

Na manhã desta quinta-feira, o egresso da UFSM Gustavo Borba falou sobre o futuro da educação utilizando tecnologias na aprendizagem



Com uma sociedade cada vez mais tecnológica e desenvolvida, o ambiente educacional e o processo educativo passaram por mudanças na sua forma de ensino e aprendizagem. Velhas formas de ensinar, agora, passam a ser questionadas pelas novas gerações, que procuram uma educação ampla, assertiva e dinâmica. Um dos motivos para o questionamento foi a intervenção abrupta das tecnologias nos lares, durante a pandemia de Covid-19 em 2020. Naquele momento a escola “invadiu” as casas, mostrando que era possível reinventar e otimizar o processo realizado até então.

Com o intuito de promover o diálogo sobre o tema, ocorreu na manhã desta quinta-feira (15) no Auditório Wilson Aita, no Centro de Tecnologia da UFSM, a palestra “A Escola do Futuro – O que Querem (e Precisam) Alunos, Pais e Professores”, a qual foi ministrada pelo egresso da UFSM e professor Gustavo Borba, que é decano da Escola da Indústria Criativa da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), instituição onde é professor de Design. Formado inicialmente em Engenharia Elétrica pela UFSM, iniciou seus estudos na área da educação no seu pós-doutorado na Escola de Educação do Boston College, em 2012. Desde então, Gustavo fomenta a discussão sobre as antigas formas de ensino e de como será a “escola do futuro”. Uma das suas produções é o livro que leva o mesmo título da palestra realizada por ele, o qual foi escrito em conjunto com o palestrante e especialista em inovação, criatividade e novas tecnologias Marcos Piangers.

Transformar a sala de aula em um lugar motivador, buscando aprender quais são as ferramentas que já são utilizadas no dia a dia dos alunos e de que forma o processo educativo pode ser complementado com elas. Ressaltar a humanidade dos discentes na busca pelo engajamento dos estudantes. Esses desafios fazem parte desse processo. Nesse modelo, os alunos precisam perceber que estão sendo ouvidos pelos professores, que pertencem àquele grupo e que se trabalhem problemas que efetivamente façam diferença na vida deles.

Para Gustavo Borba, é preciso entender o que os alunos buscam na escola, quais são seus sonhos a longo prazo e também suas preocupações

Mas o que seria a educação do futuro?

Uma educação que gera mudança social e engajamento, em que cada pessoa pode seguir o caminho que escolher, sem que se tenham espaços “pré-definidos” na sociedade, transformando suas realidades, com autonomia e liberdade, afirma Gustavo Borba.

Ele comenta ainda que a “escola do futuro” seria uma forma de pensar cenários da educação no futuro, tecnologias e relações que possam promover transformações na educação, com mais envolvimento e aprendizagem. A realização pode ser feita por meio de tecnologias, espaços físicos diferenciados ou até mesmo currículos mais aplicados nas áreas.

Novas formas de educação

É importante lembrar que as inovações defendidas não são apenas ligadas à tecnologia, mas que é preciso também promover um espaço aberto de diálogo, escutando as histórias da sala de aula, entender o que cada um busca ali, quais são seus sonhos a longo prazo e também suas preocupações.

Uma forma de inovação seria a dos cinco pilares apresentados por Gustavo Borba:

• Construir aulas a partir dos interesses dos alunos;

• Diversificar a pedagogia utilizada;

• Reprojetar os métodos;

• Promover diálogo;

• Receber e oferecer feedbacks.

Outra opção apresentada seria realizar perguntas ao final de cada aula com o objetivo de melhorar a didática do professor e o entendimento dos estudantes:

• Que bom – Qual foi o ponto mais importante aprendido hoje?

• Que pena – Qual foi o assunto que não foi aprendido e por quê?

• Que tal – Alunos levam suas sugestões para as próximas aulas.

A UFSM vem trazendo ao longo do tempo diversos momentos de diálogo como esse, promovido pelo Gabinete do Reitor. “Estamos trazendo pessoas que são referências para nós. Já estávamos em conversa com o professor Gustavo Borba há algum tempo, para buscarmos alternativas de como melhorar as salas de aula, conseguir esse engajamento com os estudantes e encontrar propósito. Trazê-lo aqui para socializar essas ideias, na busca por cada vez mais mudar nossa universidade, que está em constante evolução, causando esse impacto positivo. Essas discussões sempre foram constantes na UFSM, porém agora estamos buscando essas referências em cada área, popularizando esses debates”, afirma o reitor Luciano Schuch.

A estudante de Licenciatura em Matemática Lorena Inez da Silva Pirovani comentou que aprendeu muito durante a conversa, principalmente em assuntos relacionados à relação entre professor e aluno, com a possibilidade de criar vínculo com os estudantes e repensar a visão hierárquica e formal até então utilizada. Para suas aulas, vai levar os conhecimentos adquiridos, ouvindo mais e compartilhando conhecimentos.

Texto: Tatiane Paumam, estudante de Jornalismo e voluntária da Agência de Notícias

Fotos: Ana Alicia Flores, estudante de Desenho Industrial e bolsista da Agência de Notícias

Edição: Lucas Casali

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