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UFSM promove evento com gestores de escolas públicas para apresentar formas de ingresso na Instituição

A intenção foi aproximar rede pública e Universidade e iniciar diálogo sobre Processo Seletivo Seriado



Vindas de diferentes regiões do estado, cerca de mil pessoas circularam no Centro de Convenções (Foto: Ana Alicia Flores)

Nesta terça-feira (30), a Universidade Federal de Santa Maria, através da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), promoveu o evento “Compartilhando Saberes com a Rede Básica: Temas Emergentes e Acesso à Universidade Pública”, no Centro de Convenções. Na ocasião, estiveram presentes representantes de escolas públicas e das Coordenadorias Regionais de Educação (CRE) de Santa Maria (8ª), Palmeiras das Missões (20ª) e Cachoeira do Sul (24ª).

O objetivo do encontro foi estreitar relações com as escolas das regiões de abrangência da Universidade, apresentar as possibilidades de ingresso em cursos de graduação na UFSM e dialogar sobre a construção do Processo Seletivo Seriado, que deverá ter sua primeira prova aplicada até janeiro de 2024.

Processo Seletivo Seriado

Jerônimo abordou cada uma das formas de ingresso da UFSM (Foto: Ana Alicia Flores)

“A UFSM só tem razão de ser, na sociedade”, afirmou o Pró-Reitor de Graduação, Jerônimo Tybusch, ao apresentar as formas de ingresso na Instituição. Em sua fala, Jerônimo explicou os diversos processos seletivos da Universidade e deu início aos diálogos sobre o Processo Seletivo Seriado (PSS). Nele, o candidato é avaliado em três etapas consecutivas, ao final de cada ano do Ensino Médio, através de provas multidisciplinares anuais, elaboradas no âmbito da UFSM. Após a implementação completa (PSS1; PSS2 e PSS3), com o efetivo ingresso dos candidatos, o PSS representará 40% do total de vagas anuais para os cursos de graduação, em 2026.

O planejamento para o PSS é de que a primeira prova (PSS1), relativa ao primeiro ano do ensino médio, seja feita entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024. No ano seguinte acontecerá a prova do PSS1 e PSS2 e, finalmente, após três anos, ocorrerá o PSS1, o PSS2 e o PSS3.

Projeta-se que o PSS ocorra uma vez ao ano, simultaneamente ao vestibular. Diferente deste último, que é aplicado nos campi da UFSM, as provas do Processo Seletivo Seriado ocorrerão nas escolas que se cadastrarem para aderir ao sistema. A escolha do curso será feita pelo candidato no último ano. A aplicação das provas está planejada da seguinte forma:

PSSI: sábado à tarde
PSS2: domingo de manhã
PSS3 e Redação: domingo à tarde.

Outro ponto destacado pelo pró-reitor, foi a continuidade do sistema de cotas e ampliação para casos que estavam fora da norma vigente atual.

Estrutura da prova

Para a formulação e aplicação das avaliações o Núcleo de Ingresso e Seleção Acadêmicos (NISA) está em contato com as sete mesorregiões do estado, com o objetivo de refletir, no conteúdo exigido no PSS, o mesmo que é dado ao aluno em sala de aula, em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e com o Referencial Curricular Gaúcho. Para isso, mais ações como palestras e encontro em escolas, estão previstas.

As áreas do conhecimento abrangidas e o percentual aproximado de questões de cada uma são: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas com 24%; Ciências da Natureza e suas tecnologias com 28%; Matemática e suas tecnologias com 12%; e Linguagens e suas tecnologias com 36%. Já a prova de redação só ocorrerá no PSS3 e poderá ter gêneros textuais como base, como artigo de opinião e carta aberta. Além disso, as provas serão temáticas, pois, segundo Jerônimo, traz maior segurança e fluidez em sua realização. Cada PSS terá 40 questões, totalizando 120 com os três PSS’s.

Construção conjunta

Durante toda a apresentação, foi reforçada a ideia de que a construção do PSS era conjunta e coletiva, sendo necessário ouvir as escolas para que o processo reflita a realidade em que irá se inserir. Para o pró-reitor, “falar do acesso é falar de um processo feito com e por vocês”, ao referir-se aos profissionais da educação presentes.

As integrantes do NISA, Célia Della Mea, Vânia Costa, Fatima Squizani e Cristiane Fuzer salientaram o momento de diálogo com as escolas para a formulação das provas e a definição das habilidades exigidas pelos conteúdos. “O vestibular foi pensado a partir das escolas”, expressa Célia. “O que pode aproximar as duas esferas é a retomada de ações pedagógicas e fazer contatos”, contribui Vânia. O mesmo relata Fátima “interação com as escolas é a parte mais importante”. Já Cristiane adianta que haverá atividade para apresentar quais são os critérios de avaliação da redação.

Universidade ao alcance de todos

 Além da apresentação do PSS, o evento contou com a participação da Banda Marcial Manoel Ribas, vinculada à escola de mesmo nome, em Santa Maria e com os Detetives do Saber, personagens integrantes do projeto Rede Básica: a BNCC na Educação Básica.

A banda é uma das mais tradicionais da cidade (Foto: Ana Alicia Flores)

Estiveram presentes, também, o reitor, Luciano Schuch e os coordenadores regionais de educação José Luis Viera Eggres, de Santa Maria, Jogelci do Carmo Machado de Oliveira, de Palmeiras das Missões, e Elaine Dalcin, de Cachoeira do Sul. Os três destacaram a importância da parceria entre a Universidade e as escolas para que os estudantes possam vislumbrar mais possibilidades de futuro.

Em sua fala, Luciano Schuch relembrou a dificuldade que os trabalhadores da educação enfrentam e expressou o desejo de levar o conhecimento produzido na Universidade à educação básica. “O grande objetivo da UFSM é interiorizar a educação”, afirmou Schuch que também convidou aqueles que criticam a Universidade a virem conhecer a Instituição: “quem entrar na UFSM encontrará jovens, e não tão jovens, buscando a educação”. Ao término de sua fala, frisa que “nosso objetivo é fazer um país melhor, e não tem como fazer isso sem valorizar os professores e a escola pública”.

Inovar para educar

Gustavo Reis foi o palestrante da tarde (Foto: Mariane Machado)

Para dar continuidade na discussão, no turno da tarde o professor Gustavo Reis, responsável pelo Estude Matemática, uma comunidade de entusiastas de matemática, proferiu a palestra “Temas emergentes, inovação, criatividade e tecnologias na educação básica”. 

Em sua fala, Gustavo refletiu sobre como o mundo passou por inúmeras transformações ao longo dos anos e, no entanto, velhas práticas de ensino e educação seguem sendo repetidas. O professor discutiu sobre como a forma de consumir informações e conteúdos vem se alterando, o que cria a necessidade de repensar ações para que os alunos se sintam mais motivados e atentos ao que está sendo abordado.

Gustavo ainda destacou a importância de revisar práticas educacionais tradicionais e conservadoras para inovar dentro da sala de aula, a partir do uso de tecnologias educacionais e de uma comunicação multifacetada, com uma linguagem compartilhada entre alunos e professores e uso de recursos como fotos, vídeos e áudios, por exemplo. No entanto, salientou que apenas o uso de ferramentas diversas não é suficiente para contemplar as necessidades atuais, já que considera ser necessário para o professor, além do domínio do conteúdo, o entendimento da diversidade e individualidade dos estudantes. “Precisamos trabalhar emoção, relacionamento e proximidade para que o comportamento se ajuste a partir de respostas emocionais positivas, como foco, entusiasmo e interesse. A partir desse ajuste de comportamento e de uma entrega maior ao processo, o aluno aprende mais”, explicou.

O evento encerrou com a apresentação cultural “Aventura da Terra Gaúcha”, de Érlon Péricles, Maninho Pinheiro, Tiago Quadros e Graciane Pires.

Texto: Gabrielle Pillon e Mariana Henriques, Agência de Notícias

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