Uma pesquisa vinculada à Universidade Federal de Santa Maria foi destaque em sites de renome internacional neste ano. Felipe Schuch, professor do Departamento de Métodos e Técnicas Desportivas, foi um dos autores de um estudo que identificou os benefícios do exercício físico para sintomas de depressão.
A produção foi aceita em janeiro na revista acadêmica British Journal of Sports Medicine (Jornal Britânico de Medicina Esportiva), do periódico BMJ, um dos mais conceituados sobre medicina no mundo. Além disso, também foi divulgado em outros países, como em uma matéria do renomado jornal americano The Washington Post em março.
Para o professor, tal reconhecimento apenas reforça a vontade de seguir pesquisando a área da saúde física e mental: “A divulgação no exterior é sempre uma motivação no sentido de receber visibilidade ao conhecimento que a gente está gerando. Ele não fica só nos muros da academia, mas sai, extrapola os muros e alcança públicos distantes”.
O estudo foi uma parceria de pesquisadores de grandes universidades do globo que Schuch já mantém contato no mundo acadêmico. Entre as instituições associadas ao estudo, estão a Universidade de Potsdam, na Alemanha; a Universidade de Manchester, da Inglaterra; a KU Leuven, da Bélgica; a Universidade de New South Wales e a Universidade de Mcquaire, da Austrália; e o Instituto Karolinska, da Suécia. Um dos participantes, Brendon Stubbs, da King’s College London, palestrou na UFSM neste mês.
Exercício como remédio para sintomas depressivos?
A pesquisa é uma atualização de um estudo que iniciou em 2016 pelo professor. Esta, mais recente, envolve uma maior quantidade de dados na área até o momento, reunindo 41 estudos com mais de duas mil pessoas com depressão. A conclusão é que o exercício físico pode ser considerado como uma opção terapêutica que pode auxiliar na redução de sintomas de pessoas com a doença.
Além disso, a pesquisa concluiu que se exercitar não é apenas benéfico para a saúde mental, mas também para demais deficiências provenientes desta. “É importante ressaltar que pessoas com transtornos mentais têm um risco aumentado de terem doenças cardiometabólicas, como hipertensão, diabetes e obesidade, condições nas quais o exercício também parece ter algum benefício no manejo clínico”, explica o docente.
Em 2016, a Revista Arco da UFSM entrevistou o professor sobre seu trabalho. Em 2022, o mesmo veículo publicou uma reportagem especial com detalhes de como as atividades combatiam os sintomas da doença mental. “O exercício faz com que os tecidos respondam mais rápida e efetivamente no processo de combate à inflamação, e assim, potencialmente, restaure algumas das áreas que estão afetadas pela depressão”, explicou o professor na oportunidade.
Texto: Paula Appolinario, estudante de jornalismo e estagiária da Agência de Notícias
Foto: Arquivo pessoal/Felipe Schuch
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista