O mês de abril é de festa no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), pois neste sábado (29) a instituição completa 53 anos em atividade. Com o objetivo de promover a formação de profissionais de saúde, além de desenvolver ensino, pesquisa e extensão por meio da assistência à comunidade, o hospital é referência no Rio Grande do Sul. A semana foi repleta de comemorações. Na sexta-feira pela manhã, mais de 200 pessoas participaram da 1ª Caminhada pela Vida.
Entre elas, estavam servidores e colaboradores da instituição, pacientes, acompanhantes e acadêmicos divididos em equipes que carregavam cartazes comemorativos e balões. O evento teve como objetivo marcar o aniversário do hospital, promovendo a saúde e estimulando hábitos saudáveis.
O grupo partiu da frente do Husm e percorreu um trajeto de 2,8 km pela pista de caminhada da UFSM. Ao final da atividade, os participantes cantaram parabéns e realizaram o estouro dos balões. “A ideia da caminhada é muito significativa, nos traz a ideia de saúde, projeção do futuro e de trabalho em equipe. Foi um momento para pensarmos em conjunto sobre o hospital e demonstrar que ele é aberto para a população e para a universidade. Uma boa atividade para refletirmos sobre o que está por vir nos próximos 50 anos”, afirma o superintendente do Husm, Humberto Palma.
O evento contou com apoio da PoliFeira do Agricultor, que premiou a equipe com o maior número de participantes. O setor da Superintendência reuniu 42 pessoas e levou uma cesta de alimentos provenientes da agricultura familiar.
Participações especiais – Entre os diversos participantes, estavam algumas pessoas muito importantes para a história do hospital. Uma delas é o chefe da Divisão Administrativa e Financeira do hospital, José Pozzobon, de 71 anos, que ganhou uma faixa especial de “funcionário com mais tempo de casa”.
O administrador atua na instituição há 49 anos e conta que é uma experiência “sem tamanho” trabalhar no hospital. Pozzobon afirma que sua motivação em continuar está em poder preparar os jovens para manter vivo o espírito e a excelência do Husm. “O Husm foi a minha vida, a minha casa e a minha formação. Não é fácil trabalhar dentro de um hospital e, por isso, eu sempre tive muito orgulho. Me sinto muito feliz de fazer parte dele. Gostei muito de participar da caminhada, precisamos de mais momentos assim de encontro e de convivência com os colegas”, ressaltou.
A caminhada reuniu pessoas de várias idades. O escritor e aposentado Adão Barbosa do Amarante foi o participante mais velho. Com 81 anos, ele é paciente da Unidade de Geriatria desde 2012. E, por frequentar a UFSM desde 1967, presenciou a construção do hospital.
Amarante recorda que o Husm sempre fez parte da vida da sua família. Além dele, sua mãe, pai, filha e outros familiares também já foram pacientes do hospital universitário. Foi por isso que ele fez questão de participar do evento e completar o percurso. “Eu gosto muito de caminhar, então essa ideia foi muito boa. Com a idade, a gente se sente constrangido de fazer exercícios. Mas, como aqui tive a companhia de outras pessoas, me senti muito bem. Foi uma terapia para mim. Deixo os meus mais sinceros parabéns para esse hospital que sempre me atendeu muito bem”.
Odilon Nunes, de 77 anos, não pôde participar da caminhada, mas veio prestigiar o aniversário. O aposentado ajuda a manter viva a memória do hospital, uma vez que – literalmente – colocou a mão na massa para erguer as fundações e os andares do Husm, na década de 1960. Ele entrou na UFSM, em 1966, para trabalhar com construção civil. Logo, foi designado para trabalhar na construção do hospital. O aposentado conta que, durante os dez anos de construção, muitas pessoas passaram pela instituição e houve uma época em que trabalhou ao lado de mais de 800 homens.
“Coloquei muitos tijolos e levantei muitas paredes desse hospital. Tenho uma memória muito fresca desse período e de tudo que aconteceu para que o Husm seja o que é hoje. Foi uma obra longa e difícil, mas guardo boas lembranças dessa época. Por isso, parabenizo todos que trouxeram essa instituição para a nossa cidade. O Husm faz toda a diferença para saúde da população de Santa Maria e esperamos que ele continue nos atendendo por muitos anos”, comenta Odilon.
A instituição – O Husm é o único hospital no interior do estado que atende 100% através do Sistema Único de Saúde (SUS) e oferece pronto-socorro. A instituição abrange 45 municípios e 1,2 milhão de pessoas. Fundado em 1970, na Rua Floriano Peixoto – no Centro de Santa Maria – começou com apenas 30 leitos e 46 funcionários. Em 1986, após a conclusão da obra no campus, mudou-se para o prédio atual. Hoje, após 53 anos, conta com 2,5 mil colaboradores (funcionários, residentes e terceirizados) e oferece 380 leitos para atendimento da população.
“Esse é um hospital que, em 53 anos, viveu muitas emoções. Serviu de amparo para muitas dores, tristezas, ansiedades, mas também proporcionou momentos de alegria. É um ambiente pulsante, precisamos parabenizar e agradecer a todos que já passaram e que passarão por ele”, comenta o superintendente do Husm.
Neste sábado (29), ocorre o Encontro dos Pacientes Transplantados do Husm, no CTG Sentinela da Querência. Na ocasião, o professor Dalnei Veiga Pereira receberá o certificado de reconhecimento de mérito pela realização do primeiro transplante de medula óssea do Rio Grande do Sul e pela criação do Centro de Transplante de Medula Óssea, ambos no Husm.
Rádio – Para marcar os 53 anos do Husm, o programa Editoria 107.9 da rádio UniFM realizou uma série de entrevistas com cinco gestores do hospital: Humberto Palma, superintendente do Husm; Soeli Guerra, gerente de Atenção à Saúde; Débora Luiz dos Santos, chefe do Setor de Gestão de Qualidade; Ivana Mânica da Cruz, gerente de Ensino e Pesquisa; Suzinara Lima, chefe da Divisão de Enfermagem. As entrevistas estão disponíveis no perfil das rádios da UFSM no Spotify.
Texto e fotos: Rebeca Kroll, estagiária de Jornalismo da Unidade de Comunicação do Husm e bolsista da Agência de Notícias da UFSM
Edição: Lucas Casali
