Charlene Moro Stefanel, formada em Engenharia Florestal em 2013 pela UFSM, com mestrado e doutorado também concluídos na Universidade, se tornou parte da equipe de revisores da Scientific Reports, revista do grupo Nature, em março deste ano. Sua tarefa é identificar se artigos submetidos para a revista têm relevância, qualidade e metodologias adequadas e, portanto, se estão apropriados para serem publicados.
A egressa já faz parte de grupos de revisores de outras treze revistas científicas brasileiras, como a NATIVA, Caatinga e Revista Brasileira de Ciências da Amazônia. Ela comenta que sua função na Scientific Reports se difere das revistas brasileiras com as quais está acostumada. “Eles deixam bem claro, antes de iniciar a avaliação, que ‘o mérito da pesquisa é a sociedade que julga’, o que devemos revisar é se a metodologia é adequada e se está de acordo com o escopo da revista. Nas revistas brasileiras, além da metodologia e escopo, geralmente avaliamos o mérito também”, comenta Charlene.
A Scientific Reports foi criada em 2011 e tem como foco divulgar trabalhos acadêmicos de todas as áreas das ciências naturais. Conforme a classificação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a revista possui Qualis A1 em todas as áreas em que é avaliada, ou seja, faz parte do grupo de extrema excelência no meio científico, portanto é acessado e referência em trabalhos pelo mundo. Segundo Charlene, “A Scientific Reports é uma revista de reconhecimento internacional”.
Reconhecimento pelo trabalho desenvolvido
Charlene conta que o convite para atuar junto a Scientific Reports surgiu a partir dos trabalhos feitos e publicados com o grupo de pesquisa, “Desenvolvimento de Germoplasma Florestal”, do Núcleo de Biotecnologia e Melhoramento, vinculado à UFSM e orientado pela professora Lia Rejane Reiniger. Charlene destaca que apesar de não fazer mais parte do grupo de pesquisa, ele tem um importante papel na sua trajetória até integrar a equipe de revisores da revista.
“Geralmente aqui no Brasil a gente se cadastra na revista e coloca se quer ser revisor ou não. Na Nature não é assim. Esse convite chegou até mim justamente pelos trabalhos que eu publiquei pelo nosso grupo de pesquisa”, relata Charlene.
Com estudos na área de pesquisa de melhoramento genético, a pesquisadora define a importância desse convite em uma palavra: reconhecimento. “Para mim, quer dizer que estou no caminho certo. Por mais perrengue que a gente passe, ser convidada é um reconhecimento profissional enorme. Uma conquista muito grande”, conta Charlene.
Scientific Reports e a UFSM
Charlene, que atualmente é discente na especialização em Educação Ambiental e pesquisadora voluntária na UFSM, vê a atuação na equipe de revisores de um periódico internacional como uma oportunidade de visibilidade para a Universidade. Além disso, ela avalia que estar nesse espaço de circulação de conhecimentos, ciência e pesquisa é muito enriquecedor: “traz muitos benefícios de conhecimento para nós. Ver as metodologias novas que estão sendo feitas e que a gente pode aplicar aqui”, finaliza.
Texto: Gabriel Escobar, estudante de jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Mariana Henriques, jornalista