A Universidade Federal de Santa Maria e a startup InverseVR, empresa incubada na Pulsar – Incubadora Tecnológica da UFSM, vinculada ao Parque de Inovação, Ciência e Tecnologia (InovaTec), fecharam acordo para desenvolver pesquisas que contribuam no ensino dos conteúdos introdutórios da área de computação por meio do Metaverso. Com isso, conteúdos teóricos e práticos serão ensinados por meio da realidade virtual, como noções de algoritmos, estruturas de dados, cálculos e circuitos digitais.
Além disso, o termo de cooperação tem como objetivos capacitar os alunos nas tecnologias necessárias para realização da modelagem tridimensional; estimular o aprendizado das principais ferramentas para desenvolvimento de jogos digitais; e projetar e implementar ambientes tridimensionais para aprimorar o ensino dos conceitos introdutórios da área da Ciência da Computação.
Sanar lacunas do aprendizado
O projeto é coordenado pelo professor do Departamento de Tecnologia da Informação do campus de Frederico Westphalen, Ricardo Macedo. Ele conta que os alunos têm dificuldade em compreender conteúdos introdutórios dos cursos da área da computação em razão de carências vindas do ensino básico. Isto é, o curso de Computação tem algumas disciplinas da área da programação, com algoritmos e estrutura de dados, que exigem dos alunos um nível de maturidade e também de abstração matemática que, muitas vezes, eles não vêm preparados do ensino médio, segundo o docente. Ele acrescenta: “é uma carência que nós temos no nosso ensino. Eles acabam tendo dificuldade em abstrair esses conceitos e desempenhar essas tarefas relacionadas com a programação de computadores”.
O coordenador também explica que, a partir desse problema, demandas de mercado também não são atendidas em razão da alta evasão dos alunos que não conseguem aprender os conteúdos. De acordo com uma pesquisa divulgada em 2019 pela Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), 69% dos alunos de cursos de Tecnologia não se formam. Ainda, uma projeção divulgada pela mesma pesquisa aponta que até 2024 o mercado terá uma demanda de pelo menos 60% a mais de profissionais da área.
Assim, Macedo pondera que, apesar de existir uma grande demanda desses profissionais no mercado, há uma evasão significativa por parte dos alunos. “Mesmo sendo um curso gratuito, como é o caso da UFSM, o mercado não consegue suprir as suas demandas em função de dificuldades pedagógicas que surgem”, relata. Dessa forma, é neste contexto que a cooperação com a InverseVR nasce, para desenvolver ambientes que venham a potencializar o ensino de conteúdos para os alunos, complementa o professor.
O que é o Metaverso?
O Metaverso é uma espécie de nova camada da realidade que integra os mundos real e virtual. Na prática, é um ambiente virtual imersivo construído por meio de diversas tecnologias, como Realidade Virtual, Realidade Aumentada e hologramas. Muitos entusiastas enxergam no metaverso um componente-chave da web 3.0. Esse termo é usado para se referir a uma internet mais imersiva, descentralizada e aberta.
O Metaverso está sendo idealizado como um ambiente virtual tridimensional, altamente imersivo, de larga escala e capaz de servir como uma realidade paralela ao mundo físico, dando suporte para um grande número de usuários realizar suas atividades cotidianas.
Dentre estas atividades, como as de ensino e aprendizagem, muitas poderão ser reformuladas para acompanhar esta evolução tecnológica. Nesse universo – que ainda não é real em sua totalidade – as pessoas poderiam interagir umas com as outras, trabalhar, estudar e ter uma vida social por meio de seus avatares (bonecos virtuais customizados) 3D. Ou seja, o objetivo é que as pessoas não sejam apenas observadores do virtual, mas façam parte dele.
A InverseVR
A InverseVR é uma startup de Frederico Westphalen incubada na Pulsar Incubadora da UFSM. Ela oferece produtos e serviços para ajudar pessoas e empresas a usufruírem de experiências digitais imersivas e interativas no Metaverso.
Para a startup, o projeto é uma oportunidade de dar visibilidade ao trabalho desenvolvido na InverseVR. Joice Zanatta, da comunicação da startup, conta que a ideia é criar estratégias de comunicação mostrando o valor da tecnologia através de cases de sucesso. “Como startup a gente já desenvolveu gamificação com diferentes propostas. Com esse trabalho, poderemos mostrar como pode ser utilizada a nossa tecnologia em diferentes áreas”, conta.
Com informações da ProInova