Nesta segunda-feira (20), iniciou-se o primeiro semestre letivo de 2023 na UFSM. Para marcar a data, o campus sede, em Santa Maria, esteve repleto de atividades da manhã até a noite. Nos centros de ensino, estudantes tiveram seu primeiro contato com a organização do curso, além de boas-vindas dos veteranos. Com o mesmo intuito, a Administração Central reuniu todos no Centro de Convenções para a Recepção Institucional, com manifestações tanto de autoridades quanto de ex-alunos ilustres. As ações de recepção para os novos alunos continuam até 12 de abril.
Acolhida
Com manifestações institucionais, tradicionais pinturas e cantos, além de dicas sobre aulas e localização no campus, os diferentes centros de ensino da UFSM recepcionaram seus calouros. No Centro de Tecnologia (CT), a recepção dos estudantes teve apoio do projeto “Acolhe, CT”. A pedagoga e chefe do Setor de Apoio Pedagógico do CT, Simoni Timm Hermes, ressalta a atuação do projeto junto à direção do centro, ao Núcleo de Divulgação Institucional, às coordenações de curso, aos colegiados e veteranos para a organização de uma boa recepção aos novos alunos. Neste ano, a organização teve café, chá e biscoitos disponíveis no hall do prédio 7, além de orientações sobre o início do semestre letivo. Simoni destaca a importância dessa aproximação com os alunos: “a gente dá essa palavrinha mais amiga, mais orientadora de início, para eles se sentirem na família CT, à qual pertencemos”.
A pedagoga também enfatiza que o processo de acolhida prossegue com apoio de voluntários que estão no hall do prédio para orientar, mostrar salas e prédios, e tirar outras dúvidas que possam surgir. “É um trabalho para fazê-los sentirem-se em casa e, ao longo dos anos que fomos realizando, vimos que isso colaborou para trazer essa humanidade para a acolhida. Acolhida de quem está aqui, com um projeto de vida na universidade, em busca de sucesso”, ressalta. A caloura Clara Pivetta, de Arquitetura e Urbanismo, aproveitou a recepção para conhecer mais sobre a estrutura da universidade e os novos colegas. “Me imagino fazendo Arquitetura desde que tenho uns 13 anos de idade, é um sonho que tenho há muito tempo e poder estar aqui hoje me deixa muito feliz”, conta a recém-chegada.
Também calouro do curso, Bruno Rocha conta que o amor pela UFSM vem desde o ensino médio, cursado no Colégio Politécnico. “Como estudava lá, sempre estive aqui na UFSM, algo que gosto muito. O espaço é ótimo, tem pessoas diferentes de outros lugares, sem falar que a estrutura é excelente”. Ana Dalva, caloura de Engenharia Química, ressalta a importância da assistência estudantil na escolha da universidade: “Eu vim para a UFSM principalmente por causa dessas políticas, que ajudam a permanecer aqui. Está sendo muito bom, todo mundo receptivo”, diz a jovem.
A Calourada é marcada por chegadas, mas também por retornos. Tahire Schmengler, de Paraíso do Sul, cursou Artes Visuais na UFSM e, neste ano, decidiu mudar para Arquitetura e Urbanismo, permanecendo na instituição. “Eu gosto muito do campus e das pessoas. Está sendo maravilhoso ser bixo mais uma vez e conhecer meus veteranos, os quais são presentes e me auxiliam bastante”, comenta Tahire.
Um tour pelo campus
Durante a manhã que marcou o retorno dos estudantes à UFSM, os calouros também puderam conhecer o campus através de um tour guiado, realizado pelo Laboratório de Práticas Aplicadas em Turismo. Durante o trajeto, os alunos conheceram os principais pontos da universidade, como bibliotecas, Restaurantes Universitários (RUs), centros de ensino e Jardim Botânico. A coordenadora do laboratório, Valéria Bones Costa, esclarece que o objetivo é apresentar a UFSM aos estudantes. “O nosso campus é muito extenso e, muitas vezes, as pessoas ficam perdidas com as siglas nos prédios, por exemplo. Então o tour auxilia as pessoas que estão chegando”, afirma.
O passeio iniciou-se no Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE) e teve como destino final o Centro de Convenções – local em que aconteceu a Recepção Institucional na parte final da manhã desta segunda-feira. Amanda de Oliveira Ferreira, caloura de Química, é do município de Panambi e conheceu boa parte do campus através do tour. “Fiquei bem feliz e animada com o que vi, achei muito importante para que possamos nos localizar aqui”, destacou Amanda.
Intervalo Cultural no RU
O caminho percorrido pelos estudantes também teve como parada o RU da UFSM. Na ocasião, os calouros foram recepcionados com boa comida, carinho dos funcionários e uma programação cultural realizada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE). Dentre as ações realizadas, havia atrações musicais e exibição de um curta-metragem.
Beatris Schopf, que ingressou no curso de Agronomia, conta que tem aproveitado a programação desde o começo da manhã, quando foi recepcionada pelos colegas de graduação. Já Bruno Signor, calouro de Educação Especial, achou a programação bem diversificada: “estou me sentindo à vontade, está bem legal”.
UFSM, onde as oportunidades surgem
Ainda pela manhã, o Centro de Ciências Rurais (CCR), representado pela diretoria do centro e seus coordenadores, acolheu os calouros no Auditório Flávio Miguel Schneider, anexo ao prédio 42. Após a execução dos hinos nacional e estadual, cada coordenador teve seu momento de fala. Durante cada momento, houve o pedido compartilhado de que, quando o estudante passar por dificuldades, não hesite em procurar o atendimento psicológico oferecido pela instituição, em conjunto com as redes de apoio formadas com amigos, professores e coordenação. Além disso, em comum, pediram que o aluno valorize a vaga que está ocupando, pois a UFSM é uma instituição de renome, maior que as fronteiras territoriais que a cercam, com a presença de todas as áreas do conhecimento de forma relevante.
No evento, vieram à tona os números de destaque do CCR. O diretor, professor Alessandro Dal’Col Lúcio, trouxe dados que mostram a grandeza do centro, que conta com mais de 300 docentes e técnico-administrativos e 2.500 estudantes. “Pública, gratuita e de qualidade”, o gestor descreve o papel da universidade como herança em nível de conhecimento. Esses fatos são atestados pelo professor Gerson Guarez Garcia, coordenador do curso de Zootecnia, ao dizer que a UFSM é como uma casa de oportunidades. Flávia Michelon Dalla Nora, coordenadora do curso superior de Tecnologia em Alimentos, acrescenta: “as oportunidades estão no ensino, na pesquisa e na extensão”. Com relação a essa última, ela sugere: “levem o que aprenderem aqui para a comunidade”.
Unindo-se ao tema, o coordenador do curso superior de Tecnologia em Agronegócio, Adriano Rudi Maixner, afirma que a universidade é “oportunidade para capacitação e formação profissional, com responsabilidade para aproveitar”. É isso que espera Andrei Bastos, calouro de Tecnologia em Alimentos. Natural de Santa Maria, chegou ao curso na intenção de se aprofundar em uma área para dominá-la como profissional. “Estar na UFSM é uma nova etapa para mim, uma chance de fazer algo diferente”, compartilha.
Já para sua colega, a caloura Brisa de Barros Soares, estar na universidade não é somente uma nova etapa para si, mas também para toda a sua família, pois é a primeira a se formar. A santa-mariense de 27 anos comemora a conquista de estar no curso da área desejada: “essa é minha primeira oportunidade e está sendo a melhor possível”.
Ao falar da palavra “oportunidade”, a professora Luciana Silveira Flôres, coordenadora do curso de Medicina Veterinária, pondera: “muitos gostariam de estar sentados onde vocês estão agora, então saibam aproveitar e dar valor à sociedade, que paga para estarmos aqui”. Assim como os colegas de centro, Luciana ressalta que tamanho é o reconhecimento dos cursos das rurais que o mercado abre as portas para os alunos. “Estou aqui há 40 anos, sinto muito orgulho do que vi acontecer”, expressa.
Com pessoas se faz uma profissão
Tal qual Luciana, Janaína Balk Brandão, coordenadora do curso de Agronomia, celebra sua trajetória dentro da instituição como forma de incentivo aos novatos: “estive no mesmo lugar que vocês, aos 17 anos. Poucos sabem o que vem pela frente, mas devemos fazer tudo o que está ao nosso alcance”, aconselha. Janaína igualmente usa seu exemplo para os ouvintes no Auditório Flávio Miguel Schneider: “um dia, podem ser colegas dos seus professores, assim como eu me tornei do professor Alessandro”. Este sentimento, é partilhado pela coordenadora do curso de Engenharia Florestal, Josita Soares Monteiro, que ingressou na UFSM em 2001 como estudante.
Da mesma forma, Janaína revela que os coordenadores, além de estarem felizes com a vinda dos calouros, estão com expectativa. Com relação a todo o prestígio científico do CCR, diz que “é uma missão que vocês devem assumir”. Por sua vez, a vice-diretora do centro, Fernanda Silveira Flores Vogel, reafirma o comprometimento dos docentes, coordenadores e demais servidores com os alunos: “estamos aqui com e para vocês”, diz, ao comemorar emocionada o auditório cheio.
Ocupar os espaços
A preocupação por um envolvimento maior do calouro no universo universitário para além de seu próprio centro continuou na manhã, agora no Centro de Educação Física e Desportos (CEFD). Na recepção, a direção do centro, as secretarias, o Diretório Acadêmico e os coordenadores dos cursos de Educação Física e Dança, tanto na modalidade licenciatura quanto no bacharelado, expuseram palavras de apoio e elucidativas aos novatos.
Em sua manifestação, o professor Rosalvo Sawitzki, diretor do CEFD, incorporou o mesmo discurso dos docentes das rurais, o de explorar o campus: “visitem outros espaços, não fiquem só aqui. Há muitas bolsas em muitos projetos, dificilmente alguém ficará sem alguma”, expõe. O diretor também aproveitou para animar os calouros com as novidades do centro, como uma incubação em andamento junto à Pró-Reitoria de Inovação (Proinova), a fim de trazer a comunidade externa à universidade para se exercitar, iniciativa na qual se pretende incluir mais de mil beneficiários.
Outro plano da direção é o desenvolvimento de uma política pública de lazer. Em meio aos novos planejamentos, Rosalvo não deixa de lembrar do que já foi conquistado: a classificação da UFSM em 10º lugar no ranking mundial de universidades com maior produção científica feita por mulheres. Ademais, lembra da existência da Política de Igualdade de Gênero da UFSM como um motivo de orgulho para todos que pertencem à instituição. Ao final de sua manifestação, solicita que os alunos “sejam curiosos e queiram aprender”, porque “aqui se fazem demasiadas ações para utilizarem também na vida”, pede o gestor. “Sem vocês, não tem graça nenhuma este lugar, vocês trazem vida”, completa.
Confira mais registos das atividades que aconteceram no campus na manhã de segunda-feira (20):
Texto: Gabriela Leandro, Gabrielle Pillon, Gustavo Salin Nuh, Milene Eichelberger e Thais Immig, acadêmicos de Jornalismo
Edição: Lucas Casali