A turma da primeira série do Ensino Médio do Colégio Politécnico da UFSM participou recentemente de uma visita à propriedade rural de André Raddatz, em Três Barras. A atividade foi realizada com o intuito de providenciar uma melhor aproximação dos adolescentes com a vivência na agricultura, assim como para promover um contato maior com as frutas e os legumes fora do prato, para aprender sobre o processo de produção, história e comercialização direta ao consumidor. A dinâmica foi planejada por Jessica Romeiro, zootecnista e mestranda em Extensão Rural, e implementada na disciplina Conversações Contemporâneas, conduzida pelas professoras Cândida Martins Pinto e Kelly Cristini Granzotto Werner.
Na ocasião, os estudantes puderam apreciar a natureza ao caminhar pela propriedade, fazer trilhas entre as árvores, provar frutas como physalis, pêssego e café, conhecer a produção de diversas hortaliças e a história da mandioca biofortificada. André Raddatz, o anfitrião, recebeu a todos com muito zelo e explicou sobre os processos que utiliza em suas plantações, assim como a funcionalidade das agroflorestas que mantém. A aprendizagem sobre a agroecologia e as agroflorestas foi intensa. No final da prática, Jessica organizou uma brincadeira com a turma, para testar a atenção na atividade e os conhecimentos sobre o assunto, com um jogo de perguntas e respostas em formato de quiz.
A PoliFeira do Agricultor, do qual Raddatz é participante, é um projeto de extensão de uma feira livre com o propósito de aproveitar o espaço diverso da UFSM para criar referências e práticas de reflexão sobre a produção e consumo de alimentos saudáveis. Ademais, a PoliFeira auxilia em uma reconexão das pessoas com a comida e em um repensar das decisões alimentares, assim como apoia a agricultura familiar. Os produtores são regionais e prezam pelo manejo biológico em suas produções. Tal prática, de unir atividades de ensino com atividades de extensão, forma parte também dos objetivos do projeto.
Conhecimento na prática
O esperado é que cada vez mais ações como essa visita técnica sejam executadas. Jessica, que realizou seu estágio do curso de formação de professores na feira até início de agosto deste ano, afirma que sua ideia para o exercício surgiu a partir do estágio. Ela relata também que se aproximou do assunto, pensou em algo para promover a agricultura familiar em um sistema agroecológico de produção e levou esse conhecimento a estudantes do Colégio Politécnico. Assim, chegou ao desenvolvimento final de sua elaboração com a proposta da visita.
Para finalizar a tarde, Raddatz ofertou lanches de sua produção aos visitantes, que voltaram para o Colégio após uma reflexão sobre a comida que está em seus pratos todos os dias. Um dos aprendizados foi sobre a agricultura familiar ser a principal responsável pela produção dos alimentos disponibilizados para o consumo da população brasileira, já que o número é de 70%. Outra reflexão foi sobre a contaminação química dos alimentos, evitada nas propriedades vinculadas à PoliFeira, por não ser permitida a utilização de produtos deste tipo. A feira faz análises semanais para garantir que os produtos a serem comercializados não estejam contaminados.
O aluno Otávio Maziero dos Santos elogiou a iniciativa. “Admirar de perto a agricultura familiar é observar a nossa principal fonte de alimentação, algo do qual temos conhecimento quase que apenas pelos livros didáticos”, comenta. Além disso, o jovem diz que, para ele, ver que a agricultura familiar está, a cada dia que passa, mais moderna e tem se tornado mais ecológica, com as agroflorestas, foi um aprendizado interessante. Ele cita o momento como único e complementa: “nos tirou da nossa bolha urbana, para que pudéssemos perceber como funciona o meio rural”.
Com informações e fotos da Assessoria de Comunicação do Colégio Politécnico