A UFSM promove, de segunda-feira (07) a quinta-feira (10), a primeira edição do evento Brasil: Terra Indígena, com o tema “522 anos de resistência“. A primeira atividade da semana foi de pintura corporal indígena, realizada no hall do Restaurante Universitário da UFSM às 11h desta segunda-feira.
A pintura foi feita com jenipapo, fruto cujo nome tem origem no tupi-guaraní e significa “fruto que serve para pintar”, pois dele é extraído um dos componentes utilizados para desenhar os tradicionais grafismos nos corpos indígenas há centenas de anos. Segundo Xainã Pitaguary, representante da Liga Yandê, o local e horário foram escolhidos para dar maior visibilidade à atividade, agregar também as pessoas não-indígenas e tem como um de seus objetivos tirar os estigmas ligados ao jenipapo e à pintura corporal, que ainda é visto com preconceito. “Começamos aqui, também, para demarcar o espaço da universidade, que aqui tem indígena. As pessoas nos veem pela universidade sem cocar e sem as vestes tradicionais e acham que nós não existimos, mas nós existimos”, complementa ele.
A semana Brasil: Terra Indígena foi organizada pelo Departamento e Cursos de Graduação e Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFSM, em conjunto com o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI/UFSM) e a Liga Yandê de Estudantes Indígenas. Além deles, outros setores da UFSM e outras entidades apoiam o evento, como o Observatório de Direitos Humanos da UFSM (ODH), Programa de Educação Tutorial Indígena da UFSM, Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH), Pró-reitoria de Extensão (PRE), Pró-reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPGP), Pró-reitoria de Graduação (PROGRAD) e o Conselho de Missão dos Povos Indígenas (COMIN).
O evento é gratuito, aberto ao público em geral e integra a Programação da 37º Jornada Acadêmica Integrada, do 15º Salão de Extensão e do 5º Fórum de Direitos Humanos. Para obter certificado de participação, o ouvinte deve se inscrever através do link.
Confira abaixo a programação completa do evento:
Terça-feira (8)
14h – Recepção às Lideranças Indígenas regionais e nacionais* – Casa do Estudante Indígena
19h – 522 anos de Resistência Indígena no Brasil – Centro de Convenções da UFSM
- Davi Kopenawa Yanomami
- Laisa Kaingang
- Domingos Xakriabá
- Clécia Pitaguary
Quarta-feira (9)
9h – Audiência com o reitor, Prograd, PRAE, CAED, DCE e Coletivo Indígena*
14h – Mesa de Saberes Afro indígenas – Espaço Multiuso
19h – Mesa Redonda “Ações Afirmativas e Descolonização de Saberes” – Auditório CCSH
- Laisa Kaingang (Doutoranda em Antropologia/UFPel)
- Natanael Claudino (Cacique Aldeia Três Soitas de Santa Maria)
- Jonatan Kaingang (ARPIN Sul)
- Prof. Dr. Edson Damas da Silveira (UERR)
- Prof. Dr. Pablo de Castro Albernaz (UFRR)
- Profa. Dra. Leonice Aparecida de Fátima Alves Pereira Mourad (UFSM)
- Profa. Dr. Anderson Luiz Machado dos Santos (UFSM)
- Mediação: Joceli Kaingang (UFSM), Profa. Dra. Laura Senna Ferreira (UFSM) e Profa. Dra. Mariana Selister Gomes (UFSM)
Quinta-feira (10)
10h – Rapé e medicinas tradicionais – Auditório do Colégio Politécnico
14h – Martírio e resistência Xakriabá – Auditório do Colégio Politécnico
17h – Resistência do povo Pitaguary e povos indígenas do Nordeste – Auditório do Colégio Politécnico
19h – Mulheres originárias reflorestando mentes para a cura da Terra – Auditório do Colégio Politécnico
*atividades fechadas ao público
Texto: Ana Laura Iwai, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Fotos: Bruno Ferraz, acadêmico de Geografia – Licenciatura, e Alice Trindade, acadêmica de Fonoaudiologia
Edição: Mariana Henriques, jornalsita
