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UFSM participa da elaboração de tecnologia que melhora o solo a partir dos resíduos da uva

Professores dos Departamentos de Fitotecnia e de Engenharia Química contribuem com o projeto da UPF



Foto colorida horizontal mostra quatro pessoas ao redor de uma mesa em um ambiente que lembra laboratório. Elas estão de jaleco branco, usam máscaras, e uma delas, o único homem, segura nas mãos dois pequenos recipientes. Sobre a mesa há outro terceiro recipiente. Ao fundo há equipamentos
Carvão vegetal foi desenvolvido em parceria entre UPF e UFSM

A UFSM está participando da criação de uma tecnologia que tem como objetivo aperfeiçoar a qualidade do solo utilizando os resíduos da uva. Essa ferramenta foi nomeada de “Imobilização de microrganismos em biochar de resíduos de uva para incorporação em fertilizante NPK” e o desenvolvimento dela é coordenado pelo professor da Universidade de Passo Fundo (UPF) Jeferson Piccin. O projeto é em parceria com a Secretaria Estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia, conta com apoio de empresas, além da participação da instituição santa-mariense. Os professores do Departamento de Fitotecnia do CCR, Thomas Martin, e do Departamento de Engenharia Química do CCNE, Guilherme Dotto, ambos do Campus de Santa Maria, são os colaboradores institucionais do projeto.

A ideia da tecnologia é reservar os resíduos da uva que são descartados na produção de vinhos e sucos, como o bagaço – cascas e sementes -, e transformá-los em uma espécie de carvão vegetal, o biochar, valorizando-os. Isso se dá por meio do processo de pirólise, que ocorre quando a matéria orgânica é submetida a altas temperaturas em um ambiente desprovido de oxigênio, logo, se decompondo.

Após esta primeira etapa, microrganismos que auxiliam na promoção do crescimento de plantas são associados ao carvão formado. Assim, torna-se útil na substituição – ou na complementação – na adubação de culturas agrícolas e na qualificação dos solos para cultivo.

Participação da UFSM no projeto

De acordo com Martin, a UFSM é responsável por fazer os experimentos de campo da tecnologia, ou seja, selecionar os resíduos, misturar com microrganismos e aplicar no solo. “A gente já está fazendo na cultura do trigo para verificar o crescimento da planta, o sistema radicular e a produtividade de grãos de trigo”, contou o colaborador do projeto. Da mesma forma, seu colega de Instituição conta que a Universidade auxilia no desenvolvimento do biochar – o carvão vegetal.

O professor de Agronomia também explica a relevância do projeto para a comunidade, especialmente a ligada ao setor agrícola. “É um projeto bem interessante do ponto de vista sustentável. A gente entende que a sustentabilidade está vinculada a alguns eixos, como a preservação econômica, a social e a ambiental. Nesse sentido, encaixa perfeitamente porque pode reduzir custos de adubação da cultura, promover maior crescimento da planta, ser revertido em maior rentabilidade de grãos, e o agricultor ter o maior rendimento econômico dessa cultura”, declarou o docente.

O professor do Departamento de Engenharia Química cita que “formar mestres e doutores a partir do desenvolvimento do biochar e fortalecer relações com empresas do setor e a própria UPF” são maneiras que a Instituição se beneficia da colaboração na criação da tecnologia.

O projeto ainda está na fase inicial de pesquisas e a previsão é de que, no mínimo, em 2025 esta primeira etapa seja concluída.

Texto: Pedro Pereira, acadêmico de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Fotos: Carla Vailatti/Assessoria de Imprensa da UPF
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista

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