Na manhã desta quinta-feira (9) ocorreu o evento de comemoração dos 20 anos do projeto de extensão Bolsa de Sementes. O projeto é desenvolvido pelo Laboratório de Silvicultura e Viveiro Florestal da UFSM e tem parceria com a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Para marcar a ocasião, foi feito um ato simbólico: a plantação de uma árvore, localizada entre o obelisco e o prédio da Reitoria da UFSM.
Na ocasião estavam presentes a coordenadora do projeto, a professora Maristela Araújo, do Departamento de Ciências Florestais do Centro de Ciências Rurais (CCR); o reitor, Luciano Schuch; o vice-presidente da Afubra, Marcos Dornelles; e o coordenador de Articulação e Fomento à Extensão, Rudiney Pereira.
O objetivo principal do projeto é a valorização das espécies arbóreas nativas, bem como a conservação de florestas e uso sustentável de áreas agrícolas. Para isso, professores e acadêmicos da UFSM e colaboradores da Afubra vão a escolas e propriedades rurais da região. Há cerca de 233 escolas públicas da região Sul do Brasil cadastradas no projeto. As crianças são ensinadas a identificar espécies de árvores e instruídas a coletar de modo sustentável, mantendo frutos para fauna e sementes para autorregeneração das árvores. Também em torno do projeto, professores e acadêmicos da Engenharia Florestal organizam e participam de minicursos, dias de campo com plantios nas escolas e comunidades.
As sementes coletadas pelas escolas são preparadas e organizadas então em pequenos lotes, porções de cerca de 100 gramas, e encaminhadas à Afubra e, então, à UFSM. Na Universidade as sementes são analisadas quanto a sua qualidade aparente, visando à distribuição gratuita para diferentes ações na região Sul. De acordo com a identificação correta das espécies e do local da coleta, data e qualidade das sementes, as escolas recebem uma bonificação da Afubra. Neste ano, a Escola Municipal Ervino Konrad, de Arroio do Tigre (RS), recebeu um cheque bônus de R$ 6.973,50 pelo desempenho no programa Bolsa de Sementes. Outras escolas também receberam prêmios (a lista dos dez maiores valores recebidos pode ser conferida aqui).
Durante os 20 anos, a estimativa é de que foram recebidas cerca de 14 toneladas de sementes viáveis de 181 espécies. Entre as mais coletadas estão a Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro), Annona sylvatica (ariticum), Eugenia rostrifolia (batinga), Schizolobium parahyba (guapuruvu), Eugenia uniflora (pitanga), Cedrela fissilis (Cedro) e Eugenia involucratra (cerejeira). Do total de sementes recebidas, mais de seis toneladas foram distribuídas gratuitamente para diversos projetos, atendendo 2.536 solicitações.
“O projeto cumpre um papel relevante à sociedade, ao meio ambiente, bem como, indiretamente, à economia. Isso porque, ao conservarmos florestas nativas, mantemos a qualidade e quantidade de água nos rios, viabilizamos habitat aos polinizadores, entre outros benefícios que permitem otimizar a produção agrícola, pecuária e silvicultural”, afirma Maristela Araújo, que está à frente do projeto desde 2006.
Para solicitar a doação de sementes para produção de mudas, de forma gratuita, os interessados dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná devem preencher o formulário disponível no site da Afubra.
Texto: Ana Laura Iwai, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Fotos: Luciana Jost Radtke, da Assessoria de Comunicação da Afubra
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista