Referência em pesquisas paleontológicas e com um acervo único, o Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa) da UFSM busca agora investimentos e apoio para a construção de um museu para expor os fósseis encontrados e estudados. Um grupo composto por membros do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia (Condesus), prefeitos da região e um paleontólogo da UFSM viajou até Brasília para uma reunião junto ao Ministério do Turismo no dia 22 de abril.
O Cappa, além da produção científica, propicia para a comunidade momentos de estudo e apresentação dos fósseis, por meio de visitas agendadas. Contudo, sem um espaço adequado para exposição, a equipe tem sentido a necessidade de retomar mais uma vez a pauta da construção de um museu junto à estrutura, situada em São João do Polêsine.
O paleontólogo Flávio Pretto ressalta a importância de um espaço específico para que os fósseis sejam expostos para a comunidade. “Possuímos um fóssil no Rio Grande do Sul que é o prestosuchus. É da linhagem dos crocodilos, mas ele parece muito um tiranossauro, que anda em quatro patas e que tem mais de oito metros de comprimento. A área de exposição de um fóssil destes demandaria o dobro. Atualmente, os principais fósseis da espécie estão ou estão indo para o Cappa, e não temos onde colocá-los”, afirma.
O projeto arquitetônico
Desde a implantação do Cappa, já era prevista a construção de um museu de história natural ou de paleontologia – a denominação ainda não está definida. Agora, com a região em desenvolvimento e o projeto do Geoparque Quarta Colônia em tramitação, a necessidade é evidenciada ainda mais.
O arquiteto André Moraes, do Departamento de Arquitetura da Pró-Reitoria de Infraestrutura (Proinfra), ressalta a importância de valorizar a beleza da região e dos materiais para a construção do museu. “Aqui buscamos uma edificação que seja bastante simples na sua forma, mas que embarque e consiga aceitar diferentes configurações museológicas internas. Ele não busca um elemento escultórico. É um grande espaço aberto como uma tela em branco em que você pode trabalhar situações, as chamadas cenas”, pontua o arquiteto.
O projeto, ainda em desenvolvimento, contempla espaços como auditório, loja, espaços para projeção à noite, lancheria e locais de convivência, além do espaço para exposição. Havendo a possibilidade de investimentos, o grupo deseja que todo o projeto possa ser executado, pois entende que este agrega para a região. “O museu é muito relevante, tanto do ponto de vista da ciência, mas também do ponto de vista social e comunitário. Uma cidade que possui um museu tem uma história, possui uma identidade. O museu possui também o caráter icônico que ultrapassa os limites do espaço. E, consequentemente, o desenvolvimento da região”, complementa o arquiteto.
Para a apresentação em Brasília, a equipe desenvolveu imagens para melhor visualização das ideias. O projeto também foi apresentado em reunião realizada no Gabinete do Reitor no dia 29 de abril.
As expectativas
Ainda não há previsão de quando as obras poderão ser iniciadas e nem de orçamento. No entanto, a equipe se mostra entusiasmada para a execução. “Sentimos que avançamos significativamente e estamos esperançosos”, afirma Flávio Pretto, destacando que o projeto foi elogiado pela equipe do Ministério do Turismo.
Visitas
O Cappa recebe visitas de escolas de segunda a sexta-feira, mediante agendamento, que deve ser feito através do telefone/Whatsapp (55) 99974-1090.
Texto: Letícia Klusener, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista
Imagens: Divulgação/Cappa