A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) promoveu o segundo encontro da Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP) de TV e Rádio. O evento buscou aproximar mais a EBC das emissoras parceiras e reuniu diversos representantes de veículos públicos do país durante os dias 24 e 25 de novembro no auditório do prédio do Banco do Brasil em Brasília.
No pronunciamento de abertura, o diretor da EBC, Glen Lopes Valente, afirmou que a RNCP, por meio dos associados, oportuniza a integração das informações de todo o Brasil, necessidade tanto pela TV quanto pelo rádio. O objetivo é que a TV Brasil chegue a todos os estados brasileiros em 2022 e que o sinal FM da Rádio Nacional ou Rádio MEC alcance todas as capitais até 2023.
O diretor-geral da EBC, Roni Baksys Pinto, divulgou os principais resultados de 2020 e 2021. Segundo ele, a conquista do 6º lugar de audiência veio após investimento na qualidade do sinal, e na programação com aquisição de conteúdos. Apontando para a imagem da novela “10 mandamentos”, Baksys disse que seria preciso trabalhar o público com inteligência. “Religiosa? Não é. É histórico-bíblica. São sete religiões abordadas”, falou a respeito das críticas sobre a novela comprada da Record não ter conteúdo laico. Baksys também abordou o aplicativo TV Brasil Play, que teria tido um grande impacto com a novela “10 Mandamentos”.
Sobre os planos do governo de privatizar a EBC, Baksys comentou o projeto básico de desestatização elaborado pelo BNDES. “Não caminha para liquidação ou privatização. Queremos mudar a lei de criação da EBC, permitindo a publicidade mercadológica”, adiantou.
O gerente executivo de Planejamento de Programação e RNCP, Vancarlos Alves, ressaltou que “Ciência, Inovação, Cultura. Tudo isso a gente tem que trazer para a tela”. Conforme ele, os ouvintes de rádio gostam de comerciais entre os programas e as músicas. “A gente precisa navegar também nessa onda, brevemente assim eu espero”, afirmou. Preocupado com o processo de desestatização da empresa, Alves contou que “a EBC trabalha para mitigar o baixo desempenho, e o resultado tem sido positivo”.
O diretor de Conteúdo e Programação, Denilson Morales da Silva, relatou que investiram em conteúdos para o público infantil, que não estaria sendo coberto pelos canais privados, e destacou “Cine Mazaroppi”, “Cine retrô: Os Trapalhões”, e “Águias de Fogo” (série de TV lançada em 1968 retratando a Força Aérea Brasileira na década de 1960 e 1970) como produções a serem veiculadas na grade especial de verão. O gerente-executivo de rádios, Luciano Seixas, ressaltou que há uma nova forma de consumo de rádio. “A pandemia colocou que precisamos modernizar a programação, conquistar novos públicos e aumentar a audiência”, finalizou.
As informações compartilhadas no encontro da RNCP vão auxiliar as rádios da UFSM e a TV Campus na produção e veiculação diária.
Texto e fotografia: Marcelo De Franceschi dos Santos, diretor das Rádios da UFSM, esteve no evento como convidado da EBC.