O quarto dia de programação da 36ª Jornada Acadêmica Integrada (JAI) iniciou com a palestra plenária intitulada “Covid-19: desafios de tratamento e vacinas”, que teve a presença da professora Anna Sara Levin, do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). A transmissão, feita pelo Youtube, contou com uma manifestação inicial proferida pela professora coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da UFSM, Clarice Rolim. O evento teve duração de uma hora e 10 minutos e encerrou com uma intervenção artística.
A apresentação da professora Anna Sara Levin foi dividida em duas partes. A primeira foi para explanação de pesquisas realizadas durante este período de pandemia em pacientes com o vírus da Covid-19 e seus possíveis tratamentos. A segunda parte contou com dados sobre as vacinas, a eficácia destas e possíveis problemáticas com as diferentes variantes.
Ao início da primeira parte, Levin explica as fases da doença, sendo uma a fase viral e a outra a resposta inflamatória. O estudo base para essa explanação busca entender os impactos de determinadas medicações nas pessoas e na saúde pública, a fim de facilitar o atendimento e desobstruir os sistemas de internações. O modelo matemático é dividido em cinco categorias com diferentes estágios da doença e medicações para cada etapa. Questionada sobre a última categoria (a mais leve da doença) – quanto à duração do contágio, a pessoas expostas sem desenvolvimento da doença, e à utilização das medicações nestas pessoas –, a professora explica que não se tem um tratamento específico, eficaz e relativamente barato para estes casos a não ser as vacinas. Além disso, a professora apresentou as drogas ainda em fase de pesquisas desenvolvidas pela Merck e Pfizer.
Durante o segundo momento da apresentação, Levin falou da importância das vacinas em hospitalizações e transmissões. Apresentou as vacinas disponíveis, sua eficácia comprovada e a ação de cada uma delas em determinadas variantes. Ademais, explanou a adesão da vacinação a nível mundial e ressaltou o fato de o nosso país estar em evidência nos três momentos de um estudo sobre o comprometimento das pessoas com a vacinação, mesmo em uma época em que as vacinas contra a Covid-19 ainda não estavam disponíveis. Após isso, a professora apresentou dois exemplos de eficiência de vacinação durante a pandemia: um no Hospital das Clínicas de São Paulo e o segundo na cidade de Botucatu (SP).
Ao fim da palestra, o espaço foi aberto para perguntas. Indagada sobre a quarta onda de Covid-19 nos países europeus e sobre qual a eficácia das vacinas nestes casos, a professora relata que provavelmente nestas situações são muitas coisas envolvidas. “Neste caso deve haver um movimento antivacina razoável, uma vacina que não tenha uma imunidade duradoura (ao longo do tempo perde sua imunidade), a presença de variantes muito mais transmissíveis e o relaxamento das medidas não farmacológicas. Um movimento para abandono de uso de máscaras, por exemplo”, relatou a professora. A palestra foi encerrada pela docente Clarice Rolim agradecendo a presença e explanação de Anna Sara Levin.
Texto: Letícia Almansa Klusener, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Lucas Casali