No primeiro dia da 36ª Jornada Acadêmica Integrada (JAI) da UFSM, ocorreu a solenidade de premiação do Pesquisador Destaque 2021. Este ano a vencedora é a professora Maria Rosa Chitolina, docente na UFSM desde 1993 e atualmente titular do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular. O prêmio é uma ação promovida pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPGP) e integra a programação da JAI desde 2016, quando foi criado com o propósito de homenagear anualmente os pesquisadores de reconhecida atuação em pesquisa, inovação tecnológica e desenvolvimento na UFSM. A escolha do premiado é uma atribuição do comitê da PRPGP, que leva em consideração alguns pontos como: contribuição à história e desenvolvimento da universidade; formação de estudantes e pesquisadores; liderança reconhecida pela comunidade científica local, nacional e internacional; produção científica significativa; e participação na gestão da universidade.
Durante a solenidade, a professora Vera Melchiors Morsch, titular do departamento de Bioquímica e Biologia Molecular junto com a professora Maria Chitolina, apresentou ao público um pouco da vida e carreira da colega. Em 1988, graduou-se em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs); em 1991 a professora Maria Rosa tornou-se mestre em Ciências Biológicas, na área de Bioquímica, também na Ufrgs. De 1991 a 1996, fez doutorado em Ciências Biológicas, na Universidade Federal do Paraná. Durante o seu doutorado, em 1993, assumiu o cargo de docente na UFSM. Em 2015 fez pós-doutorado no Albert Einstein College of Medicine, em Nova Iorque.
Durante os 28 anos de UFSM, a professora Maria Rosa participou como membro de vários conselhos, comissões, colegiados e consultorias na universidade. Foi coordenadora e vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Bioquímica Toxicológica (PPGBTox), o qual ajudou a fundar. Trabalhou como membro do Comitê de Ética em Pesquisa. Também foi membro do Comitê Assessor da Pós-Graduação da UFSM. Entre 2018 e setembro deste ano, foi vice-presidente do Clube Brasileiro de Purinas e atualmente faz parte do Conselho Administrativo. Foi coordenadora do projeto NeuroArte: Museu Itinerante de Neurociência, Arte e Tecnologia, que entre 2014 e 2017 desenvolveu ações em diferentes cidades do estado. Em 2011, fez parte da organização da exposição Mata – 200 Milhões de Anos, também do projeto Museu Interativo: Arte, Ciência, Tecnologia e Patrimônio Cultural.
Entre 2011 e 2016, foi membro do comitê de assessoramento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). E desde 2019 faz parte do comitê de assessoramento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Foi escolhida em 2020, pela plataforma Open Box da Ciência, como uma das 50 pesquisadoras protagonistas da ciência no país. Coordena atualmente dois grupos de pesquisa: Laboratório de Enzimologia Toxicológica (Enzitox), pertencente ao PPGBTox, e o programa Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde, que tem parceria com a Ufrgs e com a Universidade Federal do Rio Grande (Furg).
O grande impacto da pesquisadora pode ser representado por números. Com 410 trabalhos publicados e mais de 7 mil citações, ela é bolsista de produtividade em pesquisa nível 1B no CNPq. Ao longo dos quase 40 anos de carreira acadêmica orientou 10 pós-doutores, 58 doutores e 60 mestres. Neste semestre, está orientando quatro mestrandos, 15 doutorandos, dois pós-doutores e quatro estudantes em iniciação científica.
Em sua manifestação, a professora Maria Rosa Chitolina agradeceu aos colegas, alunos, amigos e familiares, afirmando ter gratidão a todos os que abriram as portas e que ensinaram disciplina, resiliência, esforço, paciência e empatia na vida acadêmica. “Todos temos potencialidades a serem desenvolvidas e o que precisamos de fato é de oportunidade. Sempre que possível, eu gosto de dar essa oportunidade e esse espaço aos que vêm trabalhar conosco”, afirmou a professora. Para ela, a ciência representa um elo fundamental para o completo exercício da cidadania, e acredita que levar o conhecimento produzido na universidade, resultado de investimentos públicos, a espaços mais amplos e abrangentes é uma responsabilidade.
Ao agradecer aos quatro filhos, a professora afirma que optou pela maternidade e que o suporte dado a ela, por pessoas e instituições, como a Unidade de Educação Infantil Ipê Amarelo (citada em seu discurso), foi fundamental na sua trajetória pessoal e profissional. “É importante que as mulheres cientistas que querem experienciar a maternidade tenham um suporte para isso. Que seja uma escolha sem culpa, sem julgamento. Digo isso porque eu tive esse suporte. E eu posso declarar sem culpa que a maternidade somente me enriqueceu como cientista e ser humano e espero que muitas mulheres também consigam equilibrar suas carreiras e suas vidas pessoais”.
Uma entrevista com a professora Maria Rosa Chitolina, produzida para a série “Elas na Ciência”, da TV Campus, pode ser conferida abaixo.
Texto: Ana Laura Iwai, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Lucas Casali