Ocorreu em Caçapava do Sul nesta segunda-feira (25) a entrega do dossiê para a acreditação junto à Unesco do Geoparque Caçapava do Sul, uma estratégia desenvolvida pela UFSM, Unipampa, Prefeitura de Caçapava do Sul e sociedade civil organizada.
André Borba, professor do Departamento de Geociências e coordenador instrucional do Geoparque Caçapava na UFSM, que apresentou o dossiê de candidatura do município ao programa de Geoparques mundiais da Unesco, afirmou que “estar aqui é a realização de um sonho coletivo”. “Um Geoparque não é um parque, mas o território inteiro. É cada um e cada uma de vocês, caçapavanos, e de nós que estamos aqui para dar o suporte”, afirmou.
O professor explicou que, para ser aspirante a Geoparque, o território tem que ser dotado de geodiversidade singular e única no mundo, “e isso Caçapava tem de sobra”. “Caçapava tem sequências de rochas que materializam um momento único na história da formação do continente. Nesse momento Caçapava é o melhor lugar do mundo para mostrar estas rochas deste período, isso tudo exposto em lugares de belezas cênicas espetaculares”, salientou.
Além disso, precisa ser uma iniciativa “de baixo para cima”, isto é, partir da comunidade local, com suporte do meio acadêmico, tendo como foco o desenvolvimento local sustentável, a conservação da natureza, a educação de qualidade e o turismo de conhecimento e de base local, com geração de trabalho e renda para a comunidade local.
Borba afirmou que o dossiê deve ser enviado à Unesco, via Ministério das Relações Exteriores, antes de 30 de novembro, que é o prazo final. A visita presencial de avaliadores da Unesco deve ocorrer entre abril e agosto de 2022. A expectativa é otimista, segundo ele, devido à mobilização local e à pujança do projeto.
“Importância da participação das instituições públicas na educação, na ciência e na extensão”
A cerimônia de entrega do dossiê, inserida na programação de 190 anos de Caçapava do Sul, contou com a presença do reitor da UFSM, Paulo Afonso Burmann, do pró-reitor de Extensão, Flavi Ferreira Lisboa Filho, entre outras autoridades institucionais e políticas.
Flavi agradeceu à Prefeitura pelo apoio ao projeto e destacou a mobilização da comunidade na área de geoturismo. “Aqui há uma estratégia de desenvolvimento pensada, que valoriza o local, e feita pela comunidade para a comunidade. Parabéns, e obrigado por deixarem que pudéssemos cumprir nossa obrigação de instituição pública junto a vocês”, salientou Flavi.
Já Burmann lembrou que não há ideia de Geoparque sem engajamento da comunidade e apoio político, e o Município está de parabéns, pelos 190 anos e pelo fato de todos terem abraçado a ideia. Destacou ainda que é motivo de orgulho para a UFSM ser uma entidade parceira do projeto e que este é mais um exemplo da “importância da participação das instituições federais públicas na educação, na ciência e na extensão”.
Texto: Agência de Notícias da UFSM
Fotos: Mariângela Recchia/especial