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Programa UFSM Detecta divulga primeiros resultados da detecção de variantes do SARS-CoV-2 no norte do RS



Na manhã da última sexta-feira (01), o Programa UFSM Detecta, desenvolvido com o objetivo de pesquisar as variantes na região norte do estado, realizou uma live em sua página no Facebook com a presença da imprensa local, para divulgar os primeiros resultados das pesquisas. A apresentação dos dados foi feita pelos pesquisadores coordenadores do programa Ângela Batista, Daniel Graichen e Terimar Moresco.

Desde o início da pandemia, o UFSM Detecta realiza testes de COVID-19. Em abril deste ano, o programa desenvolvido no campus de Palmeira das Missões conseguiu submeter o projeto de pesquisa Vigilância Genômica de SARS-CoV-2 na Macrorregião Norte do Rio Grande do Sul, ou Detecta-Variantes, no edital Auxílio Recém Doutor- ARD n.º10/2020 da Fundação de Amparo à pesquisa do Estado do RS (FAPERGS). Na ocasião, o programa foi contemplado com o financiamento de R$ 22.500,00 para cobrir os custos dos materiais a serem utilizados para as análises. E, à medida que as pesquisas avançaram, tornou-se possível também o mapeamento genômico do vírus desde o mês de julho.

Na live, a equipe explicou o conceito do surgimento das linhagens ou variantes: “Se pensar que o vírus tem um material genético, com o tempo, ele vai sofrendo mutações. Algumas delas trazem benefícios para ele. Isso vai se acumulando, criando linhagens que passam a dominar aquela região, dominando as variantes antigas. Analisar o material genético, o genoma do vírus – que é algo muito extenso – para saber qual a variante é uma técnica bastante complexa, mas existem alguns atalhos”, explica Graichen.

O atalho adotado na metodologia da equipe se deu através do sequenciamento parcial de um segmento do vírus, o que é muito mais rápido e tão efetivo quanto analisar todo o genoma. Existe uma proteína presente no vírus, a spike, que se liga na célula humana. Essas novas variantes, como a DELTA e a GAMA, possuem mutações justamente nessa proteína. Ao invés de olhar todo o genoma, os pesquisadores analisaram essa proteína e viram as mutações presentes nela, comparando se essas mutações pertenciam à linhagem original, gama, alfa, delta, e assim por diante. 

Os reagentes para esse tipo de pesquisa são importados e existe uma corrida mundial atrás deles por isso demoram para chegar. Em julho, o programa já havia recolhido 25 amostras, mas só conseguiu mostrar seus resultados recentemente. “Gostaríamos de ter começado antes, mas tivemos tempo para aprimorar nossa técnica. A partir de agora o UFSM Detecta vai poder dar resultados semanais”, completa Daniel. 

Mapeamento indica predomínio da variante Delta na região norte

O estudo agora já consegue informar qual variante está mais presente na macrorregião norte do estado. “Selecionamos 25 amostras e estamos notificando as cidades onde essas variantes que trazem preocupações foram encontradas. Algumas amostras tem a variante gama, mas também detectamos a variante delta, que possui uma alta taxa de transmissão. A Delta foi encontrada em cidades como Planalto, Engenho Velho, Redentora, Rodeio Bonito e Palmeira das Missões. Das 25 amostras, 10 pertenciam à variante delta, isso é mais de 50%. Está dominando a região.”, explica Ângela.

A disseminação destas variantes pode ser muito perigosa, porque a linhagem passa a dominar uma cidade e logo se tem um surto na região. Isso preocupa os pesquisadores, já que o momento em que estamos da pandemia é de reabertura de locais e descuidos por conta da vacina. 

Para a pesquisadora Terimar Moresco, ainda é muito cedo para dizer como as variantes afetam as pessoas que possuem apenas a primeira dose da vacina, já que estar vacinado não impede a transmissão do vírus. “Pesquisas recentes da Fiocruz mostram que quando o indivíduo está com as duas doses e está imunizado, a chance de agravamento é muito menor. Então esse dado continua sendo como das outras linhagens anteriores, mas ainda não sabemos como as variantes afetam pessoas que não estão com a vacina completa, mas no Rio Grande do Sul estamos com uma alta cobertura vacinal”, complementa. O que se tem de diferença são alguns indícios da contaminação, como por exemplo, a Delta não tem como sintoma muito comum a perda de paladar e olfato, ocorrência evidente em outras variantes. 73% dos gaúchos já receberam a primeira dose e 45% estão com as duas doses completas.

A transmissão ao vivo no Facebook contou também com perguntas da imprensa respondidas pelos coordenadores do programa, e pode ser encontrada na íntegra na página do projeto.

Reportagem: Tina Cambuy, bolsista de jornalismo na Agência de Notícias da UFSM
Edição: Davi Pereira

Foto-destaque: UFSM Palmeira das Missões

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