Com o objetivo de continuar investindo em fontes renováveis de energia, neste ano de 2021 a UFSM conseguiu subsídios para a implementação de duas usinas fotovoltaicas: uma no Campus de Santa Maria e outra no Campus de Cachoeira do Sul.
As duas usinas têm custo total de cerca de R$ 3,1 milhões, sendo R$ 1,5 milhão de recursos próprios da Universidade, para a usina que será construída no Campus Sede. Já a usina no Campus de Cachoeira do Sul conta com valores provenientes de Termo de Execução Descentralizada (TED), via Ministério da Educação (MEC), no valor de R$ 1,546 milhão.
Cada uma das usinas fotovoltaicas terá 400 kW de potência. No Campus de Santa Maria, a usina será implantada no Centro de Eventos, ao lado do Pavilhão Polivalente, enquanto no Campus de Cachoeira do Sul, ficará próxima à rodovia. A conclusão das obras de ambos os projetos está prevista para o próximo mês de outubro.
As duas usinas foram licitadas pela Pró-Reitoria de Infraestrutura (Proinfra) e há expectativa de redução do consumo de energia quando estiverem em operação.
O Decreto 10.779, de 25 de agosto de 2021, dispõe sobre a redução do consumo de energia em seu Artigo 4º: “Os órgãos e as entidades deverão buscar reduzir o consumo de energia elétrica nos meses de setembro de 2021 até abril de 2022 em percentual de 10% a 20% em relação à média do consumo do mesmo mês nos anos de 2018 e 2019”.
“Estas duas usinas irão produzir cerca de um gigawatt hora por ano, o que é cerca de 7% a 10% da demanda total da Universidade, somando todos os campi. Mas vai depender do novo consumo da UFSM após o retorno presencial. Se consumirmos menos energia, o percentual de contribuição aumenta”, comenta a pró-reitora adjunta de Infraestrutura, Ísis Portolan dos Santos.
Foco na redução do consumo de energia
A implementação das duas usinas fotovoltaicas na UFSM vem no sentido de evitar possíveis problemas oriundos da atual crise energética. Além disso, há alguns anos a Proinfra tem investido em ações contínuas para a compra de equipamentos eficientes energeticamente, como lâmpadas de led, e campanhas de redução de consumo.
“Como a UFSM é uma instituição que funciona na tipologia de escritório, nossa maior demanda é ar condicionado e iluminação. Então, a maior redução depende do comportamento do usuário, como por exemplo ligar lâmpadas e ar condicionado apenas quando se está no ambiente. A melhor indicação é que as pessoas trabalhem com janelas e cortinas abertas, pois, desse modo, aproveitam a iluminação natural e também a ventilação cruzada”, explica a pró-reitora adjunta.
Ísis também salienta que a maior parte dos prédios da Universidade tem a forma de fita, ou seja, com grande comprimento mas pouca largura, e com janelas em ambos os lados. Desta forma, se as pessoas trabalharem com janelas e portas abertas, haverá uma grande circulação de ar, o que diminui a temperatura interna e também promove a renovação de ar, o que é muito importante, principalmente neste momento pandêmico.
Novas medidas previstas
O funcionamento imediato das duas novas usinas fotovoltaicas é a principal ação da UFSM para combater a crise energética, como também incentivar a comunidade para o consumo de energia por fontes renováveis, através de campanhas de conscientização. Mas ainda há outras ações neste sentido. A Universidade também está implementando um Sistema de Gestão de Energia (SGE), com acompanhamento de indicadores energéticos, de forma a propiciar ações de melhoria na eficiência energética e redução de consumo.
Além disso, a UFSM também está finalizando o projeto de licitação para implementação de usinas fotovoltaicas nos campi de Palmeira das Missões e de Frederico Westphalen, com 40 kWp cada.
UFSM já conta com usina de minigeração fotovoltaica
A UFSM já conta com uma usina de minigeração fotovoltaica, equipada com 384 módulos fotovoltaicos (placas solares), totalizando 103,68 kWp de capacidade instalada. A usina está localizada ao lado do prédio 09E, do Instituto de Redes Inteligente (INRI), no Campus Sede, e entrou em operação em outubro de 2018.
André Borniatti, que trabalha no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, do Centro de Tecnologia (CT), explica que, “até o momento, tem-se uma geração média anual em torno de 126 MWh, trazendo uma economia estimada de mais de R$ 180 mil para a UFSM, desde a sua implementação”.
Texto: Mariana Souza, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista
Foto: Divulgação